É coisa de homem

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Draco lutava consigo mesmo. Uma consciência, nova e brilhante, metida à força em seu temperamento, batalhava contra seus preconceitos tão firmemente arraigados. Queria fazer o certo. Mas o que era certo para quem tem dinheiro? O certo, a moral, era para eles, os mestiços e nascidos trouxas. Bom, pelo menos fora isso que seu pai sempre lhe enfiou goela abaixo. Mas não conseguia, simplesmente, botar uma pedra no assunto e fingir que não tinha visto nada.

Ele fugira da esposa a semana inteira, se refugiando no trabalho, mas ela o botou contra a parede e ele....

- Desculpe Tory...

Draco sentia o rosto queimar de humilhação. Sua mulher estava nua, ajoelhada ao seus pés. Tentava estimulá-lo com a boca, mas o membro não correspondia, continuava flácido em suas mãos.

- Draco, o que está acontecendo? Você tem andado estranho a semana toda...

Ele viu a pena em seus olhos e o orgulho falou mais alto.

- Está acontecendo esse seu perfume. O que está usando?

- Estou usando meu óleo aromático habitual, Draco. Você sempre gostou dele.

- Você fede como uma sangue ruim. E também está mais gorda. Tome um banho e use um sabonete mais caro, mais digno de uma bruxa e vê se perde uns quilinhos.

Astória se levantou com os olhos violeta cheios de lágrimas e foi para seu quarto, batendo a porta de ligação e ,gritando colloportus, a porta se trancou com tanta violência que quase rachou.

Draco parou de remoer a noite passada e sacudiu a cabeça, pois viu com espanto a moça dos cabelos vermelhos virando uma sala dentro no ministério e a seguiu, determinado a falar com ela, mas se deparou com Gina Weasley, agora Potter, aos beijos com seu marido. Os corpos colados em um abraço apertado, eles oscilavam como se qualquer vento pudesse pô-los ao chão. Antes que pudesse abrir a boca, porém, sentiu-se voar pela sala e a chocou-se com violência na parede oposta.

- Merda - pensou, antes de apagar.

Acordou com leves pancadinhas no rosto.

-Malfoy, acorde. Ei, Malfoy, acorde.

Ele abriu os olhos e viu Harry a pouca distância, ele tinha os olhos preocupados, mas não conseguia esconder um ar de riso na boca.

-Me desculpe, força do hábito.

Ele estendeu a mão e Draco a pegou, içando-se para cima. Estavam no quartel general dos aurores. Gina estava sentada em uma cadeira e sua feição era engraçada, alterava-se entre a raiva e o divertimento.

- O que quer, Malfoy?

- Preciso falar com você - a resolução se formando decisiva em sua mente - em particular. - Ele nunca poderia dizer aquilo em frente dela.

Harry olhou para Gina, que bufou alto.

-Eu tinha planejado tão direitinho..., mas você não me escapa, Potter.

- Está bem, Weasley, digo, Potter – ele corrigiu ante o olhar com uma sobrancelha levantada que ela lhe deu - Vá para casa, vou terminar com Malfoy e te encontro lá.

Gina estocou com a cabeça, sorrindo e se virou para ir, ao passar por Malfoy ela estendeu a língua.

Harry se sentou na beirada da mesa e o olhou, esperando. Draco notou que ele não o convidou a sentar.

- Eu, han...me deparei com um lugar estranho no sábado passado

Disse, não querendo colocar seu pai recém-saído da prisão em maus lençóis.

Expiação - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora