Acordo

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Fim de agosto de 2003

-Longbotton, você sabe que não posso me afastar de minha esposa agora, é melhor ter uma boa razão para me chamar aqui, senão eu vou –

Draco falava, irritado, descendo as escadas. Neville havia chamando-o com urgência à estação de alquimia que eles usavam como laboratório de poções e Draco, mesmo sem poder, fora atender seu chamado. Ele não se permitia sentir esperança, não mais, mas havia aquela luzinha dentro dele que se recusava a apagar.

Ele se calou com um arquejo ao ver o estranho conjunto de pessoas que o esperavam na sala subterrânea.

Além de Neville, havia Dino Thomas e Hermione e Ronald Weasley.

- O que é isso, reunião do fã-clube "eu odeio Draco Malfoy"? – ele disse, apaticamente. Conteve a vontade de sacar a varinha.

- Falta o presidente da organização, o Harry – disse Dino, entrando na brincadeira.

Rony soltou uma risadinha, mas nenhum dos outros sorriu.

- Malfoy – começou Hermione – Neville me procurou umas semanas atrás, ele me disse que Astória está morrendo...

- Isso é um assunto particular – ele disse, olhando com raiva para Neville, que se encolheu.

- Ele estava tentando ajudar, seu estúpido – Rony interveio, com maus modos, se levantando da cadeira onde estava sentado e sendo contido pela mão de Hermione.

- Eu entendo que é um assunto privado, Malfoy. Mas Neville me procurou e me deu alguns detalhes da doença de Astória....e eu fiquei...curiosa.

Draco continuou calado. Os outros bruxos olhavam para a bruxa com ansiedade, menos Ronald, que fitava as unhas.

- Ele também me contou que vocês têm se reunido a procura de algum tratamento já há algum tempo, não é?

- Mas foi inútil, mesmo a planta que Longbotton trouxe do polo norte não foi capaz de... – sua voz se quebrou e ele não prosseguiu, não queria chorar ali.

- E imagino, mais uma vez, que todos vocês sejam sangue-puros, certo? – continuou a mulher, gentilmente

- O que a pureza de nosso sangue tem a ver com a doença de Astória? – disse Draco, se irritando. Começava a achar que Granger estaria punindo-o por todas as vezes em que ele a chamara de sangue-ruim.

Rony começou a se levantar mais uma vez e mais uma vez foi contido pela mão da esposa.

- A genética de vocês não tem nada a ver, apenas a visão de mundo que fica apenas...limitada. veja – ela se moveu antes que Draco pudesse revidar – você sabe o que é isso? – e apontou para uma engenhoca branca e pesada que ele ainda não tinha prestado atenção no meio da mesa que eles usavam como bancada.

-Parece um telescópio menor..., mas está apontado para o chão, não para o céu.

- Isso é um microscópio, é um aparelho que permite aos trouxas enxergarem coisas muito pequenas.

- Como um óculos? – ele falou, confuso, e foi a vez de Tomas rir dele, o que o irritou de novo.

- Quase – disse Hermione – coloque seu olho aqui.

Draco encaixou seu olho no lugar indicado por um instante não viu nada, depois viu um filamento grosso e comprido, todo escamoso.

Se afastou.

- O que é isso?

- Um fio de cabelo. Me dê sua mão.

Ele ergueu sua mão e Hermione a agarrou. Draco estava curioso. De repente, uma picada na ponta do dedo chamou sua atenção e Draco conteve um arquejo. Ele olhou para o dedo, uma pequena perola de sangue crescia ali.

Expiação - DrastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora