Capítulo 09

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Dor de cabeça, náuseas e ressaca!

Elisa foi preenchida pelo mal estar na manhã seguinte. Ela massageou a testa dolorida, não conseguia abrir os olhos, a claridade entrando pela janela através das finas cortinas de seda fez ela sentir o sol da manhã — por mais mínimo que parecesse ser— aquecer levemente sua pele.

Talvez, o que a fez levar um choque da realidade foi lembrar que seu quarto não tinha vista para um sol pela manhã, seu quarto dava com a parede do prédio do vizinho, escuro, úmido e frio. Ela abriu os olhos e foi nesse exato momento que soube que ela havia perdido o emprego e estava ferrada!

Ela estava na cama larga e macia da mansão, ela sabia antes mesmo de se perguntar como havia chegado ali que a cama pertencia a seu chefe. A Anton Günther. Jesus tenha misericórdia... Ela seria mandada embora e ainda faltava três meses para receber o salário que a ajudaria sair da merda!

Ela não lembrava de nada! Não lembrava de como tinha saído da boate, de onde estava sua amiga Dalila e pior... De como havia ido parar ali. Olhando para baixo  a jovem ainda usava toda sua roupa, exceto o salto que estava ao lado da porta, o lençol branco e fino cobria até metade de suas coxas. O perfume dele estava nela, o que indicava que ele havia estado próximo demais. Talvez ele a carregou nos braços, e esse pensamento fez ela ficar tão vermelha que pensou que fosse desmaiar.

— Bom dia, senhorita Moore Beck. — Deus, a voz dele fez ela sentir uma convulsão nervosa, ela o olhou assustada, ele trajava sua roupa de trabalho e seu cabelo estava alinhado mas seu rosto era cansado, possivelmente não havia dormido já que ela ocupava sua cama e Anton não parecia ser o tipo de homem aproveitador.— ... Melhor?

— Desculpe?— sua voz saiu tão rouca e grogue que Elisa coçou a garganta. — Bom dia, não ouvi o que você disse, senhor. — ela tirou o lençol e sentou na cama com os pés no chão.

— Se sente melhor?— ela assentiu prendendo o cabelo em um coque. Ele a olhava atento, observando cada movimento.

— Não se preocupe comigo senhor. Já irei arrumar minhas coisas para ir embora. Sinto muito ter feito você passar por isso, deve estar cansado já que eu...— ela abaixou o olhar. — Deus, que vergonha...— levou a mão a testa, esse movimento fez ele aproximar em dois passos largos e estava sentado ao seu lado, seus dedos longos e quentes acariciando sua face. Movimento esse que fez ela travar incrédula o olhando.— O que...

— Não tem febre, ao menos não aparentemente. Você poderia ter gripado saindo na madrugada daquele jeito. Ou pior, algum imbecil poderia ter feito...alguma coisa ruim. — ele sussurrou com carinho, ela piscou sem entender o motivo daquela reação dele. — Trarei um copo d'água.

— Senhor....?— ele parou o movimento de andar no meio do quarto e a olhou por cima do ombro. — O que está fazendo? Eu que estou invadindo seu espaço, bagunçando tudo. Devo ir embora.

— Um momento, trarei água para você. Fique aqui!

Ela olhava para a porta sem entender nada, fique aqui... Elisa sentia a face queimar. Aquilo só poderia ser um sonho, ou, pesadelo.

Minutos depois ela escutou o trinco da porta ser aberto e lá estava Anton, carregando um copo de água em sua mão, ele entrou e fechou a porta. Caminhou até ela e estendeu o copo em sua direção, Elisa pensava se aceitava ou recusava. Por fim aceitou e tomou dois goles e talvez ele a quisesse calma e sóbria o bastante para demeti-la de uma vez.

— Obrigada. — ela levantou segurando o copo com as duas mãos como se pesasse uma tonelada. — Já devo ir senhor. Me perdoe por isto! Nunca havia passado dos limites com a bebida para acontecer toda essa vergonha. Só peço que não coloque isso na minha carta de demissão. — ele arqueou uma sobrancelha a olhando de lado.

A Empregada livro I - Completo Onde histórias criam vida. Descubra agora