Capítulo 17

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Boris sempre foi o mais baladeiro da família Günther, por mais que as vezes ele soubesse das exigências quando mais novo e do que prometeu ao pai quando ainda em vida, ele gostava de ficar na boate, gostava de ser dono e de administrar algo que era unicamente dele. E não a empresa de carros, aquilo deixava para seu tio Anton e para o irmão mais velho que se via na obrigação de fazer o que o pai deles fazia: Ser o sócio.

Com a vida noturna corrida, ele não ficava muito na mansão. Gostava de estar ocupado em outros lugares, talvez por as vezes recordar quando seu pai estava por lá. E para evitar a falta da mãe que às vezes se sentia um menino mimado, Boris sempre estava pelas ruas.
Sua mãe não a via desde quase um ano, ela gostava mais de ficar na Rússia com a família dela. Ele não a julgava, depois de viúva ela não quis ir para a Alemanha pois era lá que trazia lembranças de Sergei.

Tampouco ela iria ficar em Londres naquela enorme mansão habitada apenas pelos sobrinhos e o ex- cunhado. Anton era o filho caçula, e unicamente o que ainda estava em vida. Ele se perguntava se o tio algum dia teria o mesmo fim que seu pai, assim como os demais.

Aquilo era um mal do sangue Günther. Ter sucesso, beleza, dinheiro, mas perder tudo por um infarto e não levar nada do que fora em vida.

Massageando o maxilar, Boris entrou na mansão, acompanhado de Ruslan, seu primo sempre viajava, adorava coisas radicais e talvez eles dois não tivessem nada em comum. Tirando o fato que Ruslan não se importava com a empresa também. Por sorte ou não, ele encontrou o primo no trajeto de volta e deu uma carona, já que Ruslan não importava muito em dirigir um carro caro.

— Pegarei a moto no final da tarde de amanhã.— A voz de Ruslan fez presente enquanto ambos se dirigiam para a sala de jantar. Boris o olhou e o primo estava com seu sorriso mostrando todos os dentes alinhados. — Como está a boate?

— Progredindo. — mas Boris sempre foi conhecido por ser o mais calado, e nem sempre se fazia presente sua voz nas conversas da família.

— Deve ter quase dois meses que não o vejo, e todo o trajeto você não trocou mais que meia dúzia de palavras.

— Não perco tempo com ladainha, você sabe disso. — Ruslan sorriu vagamente.

— Sei perfeitamente bem. Às vezes tenho esperança que você mude.

— Talvez sim.— ele olhou para o primo e sorriu ironicamente.— mudarei para pior. — Ruslan riu baixo e Boris ficou sério outra vez.

Na sala de jantar escutava as vozes de Abraam e Ilya, ele mal havia falado com o irmão maior nas últimas semanas, mas sabia que ele andava bem e focado no trabalho.

Porém, foi algo que chamou sua atenção, Boris sempre teve uma boa memória de elefante, ele nunca esquecia um rosto, não um rosto bonito.
E foi os cabelos coloridos suados e grudados na face chamativos que lhe chamou atenção.
Ele sabia que a veria outra vez, só não imaginou que fosse na mansão.

Sempre teve gostos peculiares, mulheres exóticas e de beleza diferente lhe chamava atenção.

— Irmão. — Abraam disse, dando um rápido abraço por cima do ombro e um beijo na face, Boris retribuiu o gesto focando seu olhar na empregada que limpava o chão. — Finalmente veio jantar conosco.

— Sim. — ele finalmente olhou para Abraam. E sorriu minimamente, o mais velho abriu um sorriso maior. — É bom jantar com você. Com vocês.

— Eu não digo o mesmo, mas enfim. Somos a família feliz. — Ilya ergueu a taça de cristal com o líquido alaranjado.

— Deveria manerar mais na bebida. Vai ter o mesmo fim que os demais. — Boris disse fazendo assim Ilya sorrir pequeno.

— Todos nós vamos ter de qualquer jeito.— tomou um gole, Ruslan sorriu sentando na cadeira mais próxima. — Qual motivo desse sorriso bobo para perto de mim? Senta mais lá.

A Empregada livro I - Completo Onde histórias criam vida. Descubra agora