A Empregada livro I - Completo

Capítulo 30

Despedaçado e indignado com a resposta era o mínimo que Anton sentia desde a noite anterior. Não conseguiu dormir, seus olhos pesavam. Tudo estava bom demais e ele entendia talvez o medo da moça, ela também tinha total direito de negar o pedido se quisesse. Mas Anton estava se sentindo um imbecil, pois talvez ele fora longe demais com o pedido, deveria ter pedido em namoro? Noivado? Ou simplesmente vamos morar juntos? Ou continuar todo envolvimento as escondidas?

Soltando o ar bruscamente ele simplesmente passou as mãos no rosto e deixou o corpo cair na poltrona do escritório da mansão, se quer tinha ânimo para ir até a empresa. Por sorte Abraam estava lá, lidando com tudo pessoalmente.

O Günther não tinha como esquecer a última noite de ambos e de fato seria a última mesmo?

Apoiando um cotovelo na poltrona e mão na clavícula ele olhou para a frente, de repente seu olhar bateu nos livros de Sergei.

— Me ajuda irmão, o que você faria?- Sergei como o mais velho sempre parecia resolver todos problemas com sabedoria, Anton o tinha como uma fonte de inspiração desde muito novo. Lamentavelmente desde que ele já não estava entre todos, Anton ocupava esse lugar.

Era sempre uma sobrecarga que parecia nunca ter fim, definitivamente ele não iria querer seguir nesse posto o resto da vida. Precisava descansar mas mais que tudo, necessitava quem o estivesse acompanhando.

Queria mais que uma companheira, queria uma esposa e amiga, uma mãe de seus filhos. Queria Elisa.

(...)

Elisa só não estava mais para baixo com todo ocorrido e suas olheiras enormes porque ela tinha que disfarçar muito bem enquanto trabalhava.

De qualquer jeito seria suas últimas semanas ali. Faltava pouco para completar o mês.

Estava convicta e iria optar por começar a buscar outro emprego antes que Tarquin fizesse as honras de tornar os dias dela um inferno dentro da mansão.
Antes que ela pudesse seguir pensando no rumo de sua vida, a bengala de Tarquin novamente ecoando pela sala, Deus, era tão irritante, parecia um sino tamborilando dentro de sua cabeça. A jovem não levantou a cabeça para olha-lo pois sabia que ele estava observando enquanto limpava. Por um momento ela desejou pegar o rodo que tem em mãos e lançar na cara do maldito.

A campainha soou retumbante pela enorme sala, Beth apareceu no topo da escada descendo os degraus e ignorando a presença de Tarquin.

—Eu atendo. - disse para Elisa que assentiu terminando de limpar o piso. Beth suspirou antes de abrir a enorme porta e se deparar com uma mulher loira e elegante a frente dela.- Olá, bom dia.

— Bom dia, sou a senhorita Louise Di Lourenço. Gostaria de falar com Anton... - ouvindo essa voz e esse nome o corpo de Elisa ficou tenso, então sem olhar para a cena ela virou de costas pegando seus materiais de limpeza e saiu rapidamente.

Tarquin arqueou uma sobrancelha com a carranca na face para Elisa, mas como tinha visita no momento ele deu seu costumeiro sorriso forçado e mancou até a porta.

— Oh claro, ele se encontra no escritório.

— Dispensada Beth. - ele disse e assim a mesma saiu pedindo um com licença baixo. - Bom dia, sou Tarquin o mordomo  encarregado da mansão, o senhor Anton está esperando visitas?- ela o olhou com um sorriso pequeno.

— Não é necessário marcar visita quando se trata de Anton e eu. Por favor, avise que estou aqui. - Tarquin assentiu ignorando o tom arrogante que ela usou para com ele. Guiando a loira pelo corredor longo, Louise parou segundos para observar o quadro que estava ali na mansão. Em seguida novamente seguiu sendo acompanhada de Tarquin.- Senhor... Senhorita Louise está aqui.- ele disse abrindo a porta do escritório.- Certo. Ele disse que pode entrar.