Capítulo 10

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Elisa olhava alguns móveis da mansão e não concordava por ter tantas cores neutras, pretos ou de tons marrons e nada mais. Ali precisava de vida, de luz, a única coisa clara na mansão eram as cortinas de seda.

Certo que aquelas cores combinavam com Anton e com todos que carregavam o sobrenome Günther. Mas era algo exagerado demais para ela, se pudesse mudaria ao menos algumas coisas na sala de visitas e sala de jantar.

A jovem teve a ousadia de colocar um jarro com lindas flores vermelhas e rosas em um corredor que dava acesso aos quartos. O longo corredor era sem nenhum móvel ou enfeite, nem se quer um quadro.
Elisa olhou para a parede pintada de tons marrons e pretos, e um quadro pintado por ela num emaranhado colorido cairia bem para dar um pouco de vida no lugar.

A porta do quarto foi aberta e ela olhou na direção quando viu Anton saindo, ele trajava uma calça moletom e blusa de malha de mangas cumpridas. Ele assentiu para ela, Elisa afastou um pouco do caminho para que ele passasse.

— Senhor...— saudou baixo, Anton parou quase de frente a ela, fez Elisa sentir cheiro de pós-barba, visto que a barba estava no desenho mais fino e elegante e cheirava também a sabonete e banho recém tomado, os cabelos estavam úmidos caindo sobre os ombros.

— A algum problema, senhorita Moore Beck?— a voz dele naquela calma casual causava arrepios por seu corpo. Ela negou, ele arqueou uma sobrancelha para ela e observou a parede a frente. — Crer que falta algo?

— Se o senhor pergunta...— ele conteve o sorriso que queria sair e estampar em sua face. — acho que um quadro cairia bem aqui, talvez alguns mais. — Anton observou o longo corredor, e então viu o jarro de planta que no dia anterior não estava ali. — Fui eu, desculpa. Se não lhe agrada, tiro imediatamente.

— Eu gosto das flores.

Ela assentiu sorrindo contente. Anton a observou por baixo dos cílios longos negros e aquele sorriso o deixou satisfeito.

— Pode colocar quantas flores você quiser... Se isso lhe agrada. — levantando as sobrancelhas Elisa o olhou de perto. — Considere isso uma ordem se for deixa-la mais tranquila.

— Claro, obrigada. Acho que se trocasse alguns móveis por outros de tons mais claros cairia bem também. — ele arqueou uma sobrancelha novamente, ela ruborizou.— Desculpa, apenas minha opinião, senhor. — ele olhou para a parede a qual ela supostamente colocaria um quadro.

— Vamos com calma senhorita. — dito isso ele fez uma breve saudação silênciosa e saiu.

Elisa estava eufórica e ansiosa, tinha o quadro perfeito para colocar naquela mansão, e ela mesma havia pintado. Algo unicamente e exclusivamente para Anton.

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Kyller havia ligado, a conversa foi curta e quase uma ordem para ela, Elisa apenas concordou e saiu do trabalho em direção ao prédio que ele morava. Não era longe de seu endereço, Elisa caminhava alguns passos quando de longe observou uma movimentação de mulheres no prédio velho e fedendo a nicotina. Ela suspirou longamente, as vezes se perguntava se realmente aquela vida que ele levava iria parar em algum lugar que não fosse o fundo do poço.

A jovem do cabelo colorido caminhou em passos mais largos ignorando as vozes femininas e risadas, ela entrou e pelo estreito corredor se via obrigada a se espremer na parede para passar entre aquelas pessoas bêbadas, fumando baseado e se pegando.

Como ele aguentava tudo aquilo?

Elisa ajeitou a bolsa sobre o ombro, caminhou e empurrou a porta que estava encostada, a música ficou mais alta, passava Ac/dc ela até gostava de algumas músicas. A sala com algumas pessoas e fumaça de cigarro, ela logo reconheceu os integrantes da banda e olhou em volta.

A Empregada livro I - Completo Onde histórias criam vida. Descubra agora