A Empregada livro I - Completo

Capítulo 19

Beth adorava sobremesa de limão, o musse que a senhora Yukii fazia deixava ela babando pela mansão. Aproveitou que estava desocupada no momento e para tirar a imagem de Ruslan de sua cabeça, ela estava sentada no balcão da cozinha, enquanto Bianc cortava alguns tomates para fazer sopa. Beth levou mais uma colher generosa a boca e suspirou.

— Eu amo esse musse. — a senhora Yukii sorriu agradecida e guardou a sobremesa na geladeira.

— Uma pena Elisa ser alérgica a cítricos.— disse Bianc olhando a amiga por cima do ombro. — Mas ela adora a torta de maçã. Sempre que tem come quase metade.

— Por isso sempre faço duas, uma para ela e outra para o senhor Anton, é a preferida dele também. — ouvindo aquilo Beth ficou em alerta e riu, sua amiga e o chefe tinham coisas em comum e talvez a tensão entre os dois fosse algum desejo que sentiam.

Levando a mão ao queixo por um momento ela se viu fantasiando se um dia viveria um romance, se encontraria o cara certo.
Quando a imagem do sorriso de Ruslan veio em sua mente, ela piscou afastando aqueles pensamentos.
Ele era um flertador, ela conhecia aqueles tipos de longe.

Antes de levar outra colher da sobremesa a boca elas escutaram um grito ecoando pelos cômodos da mansão. E não era qualquer grito, era de Elisa.
As três na cozinha se entreolharam assustadas e rapidamente correram para ver o que acontecia.
Por um momento Beth pensou que Elisa havia morrido, se não fosse seus gemidos de dor e sua mão sendo levada ao joelho direito.

Ela estava sentada no último degrau da escada.

— O que aconteceu?— perguntou enquanto abaixava ao lado dela para ajudá-la. Bianc também aproximou e ambas levantaram Elisa que mal consiga colocar o pé no chão.

— Aí que dor, eu caí da escada. Devo ter escorregado. — elas olharam para cima. Elisa tinha sorte de não ter quebrado algum osso, eram quinze degraus até o segundo andar. Massageando o joelho Moore Beck fez uma careta pela dor, em seguida soltou um gemido sofrido.

— Que gritaria foi essa?— a voz de Tarquin se fez presente. Nenhuma delas olharam para ele quando Elisa falou.

— Apenas cai, não foi nada.

— Consegue andar?— Bianc perguntou, docemente. Ela afirmou que sim com a cabeça. — Certo.

Mancando Elisa caminhou alguns passos, a senhora Yukii estava assustada o bastante para dizer algo.

— Se não foi nada de mais. Voltem ao trabalho, os senhores virão jantar está noite.

Beth mordeu o lábio com tamanha força para não mandar ele ir a merda que seu lábio inferior quase sangrou. Tarquin girou nos calcanhares com a bengala ecoando pelo chão e saiu da sala.

— Maldito. —  Bianc sussurrou. Elisa encostou na parede respirando fundo.

— Venha, vou colocar gelo nesse joelho querida.— Yukii disse.

— Não, ainda não terminei de limpar a escada.

— Limparei por você, Isa. — disse Beth. Ela quase nunca chamava a amiga pelo apelido. A mesma assentiu em agradecimento. E seguiu para a cozinha com Bianc a ajudando a caminhar.

Beth coçou a nuca, em seguida massageou o local. Odiava quando algo passava com elas e se via com mãos atadas. Mas aquilo iria mudar, ela sabia que o senhor Anton sentia atração por Elisa. E ela iria dar um jeito dele saber o que aconteceu.

Elisa agradeceu imensamente a senhora Yukii pelo gelo em seu joelho, ela ainda mancava um pouco quando andava, a dor ainda latejando. Porém já havia tomado um relaxante muscular que por hora estava servindo um pouco.
Fez duas horas de descanso por insistência de Beth e Bianc, ela então foi para o quarto dos funcionários, deitou na cama com o joelho elevado por um travesseiro. Com o celular em mãos ela vira ligações perdidas de Kyller, leu uma mensagem de Dalila e sorriu. Conversaria com a amiga depois.