Capítulo 33

422 49 54
                                    


Se negar em fazer um velório para o irmão não fora fácil, até porque eles não tinham família e ninguém iria se importa em ir no enterro de um viciado em drogas. Elisa apenas o enterrou com suas amigas e Anton como testemunha a acompanhando e dando o apoio que ela necessitou no momento de dor.
Ela não falou muito, o silêncio predominava pois a dor da perda era algo que não poderia  expor em palavras, simplemente se sentia quebrada por dentro.

A jovem no dia seguinte, fora para a mansão ficar hospedada em um dos quartos de visita com a insistência de Anton que não seria bom para ela estar no apartamento antigo. Yuri em sua loucura poderia voltar ou ela nem dormir lembrando do irmão.
O Günther mandou policiais atrás do namorado de Gean e ele fora preso em flagrante usando e vendendo drogas um dia depois. A vontade de Anton era destroça-lo com as próprias mãos, mas isso não valia a pena seu esforço. O que necessitava no momento era Elisa e sua recuperação.

A jovem tampouco aceitou ficar mais que dois dias dormindo na mansão, nesse meio tempo Anton alugou uma casa para ela em um bairro melhor como assim tinha prometido que o faria para as outras empregadas. Por segurança ele teria uma chave extra e quando ela teimosa disse que mudaria para lá porque não queria apressar as coisas entre os dois, vivendo na mansão sendo que a família ainda não sabia do relacionamento deles, simplesmente não restava outra opção a não ser aceita a decisão da jovem.

(...)

Sexta-feira, um dia tranquilo na mansão, uma semana depois da morte de Gean, Elisa está passando pela sala quando escutou passos e então uma voz que a fizera olhar para trás de susto.

— Elisa?- o homem a sua frente era loiro, olhos verdes que fizera lembrar tanto o irmão. Ela surpresa demais olhou para o homem dois metros de distancia dela.— Filha?

Filha... Ele, era seu pai?

Deus! Gean parecia tanto com ele...

Elisa sentiu uma vertigem, não queria saber dele, de sua mãe ou de ninguém. As duas únicas pessoas que importavam para ela já não estavam com vida.

— É você mesmo?- ela respirou fundo e séria.— Oh Deus! Como você cresceu e está linda e... Pintou o cabelo...?

— Desculpa, mas estou no horário de trabalho.- ela iria sair, não queria falar com ele. Se quer aguentava olhar para ele.

— Espere Elisa. Eu...Não sabia que trabalhava aqui, vim outras vezes nunca te vi. Sou o encanador particular da família e nossa, você está tão linda igualzinha a sua...

— Não diga que me pareço com ela!- disparou. Ele se calou pelo tom ácido usado por ela.

— Algum problema, Elisa?- a voz de Anton no topo da escada chamou a atenção dos dois.— Ele está incomodando você?

— Está tudo bem. Esse é... O homem que doou o esperma, simplemente isso.

O pai olhou incrédulo para ela. Anton franziu o cenho, fora ele que tinha chamado o encanador, queria que os dois conversassem. Porém, não imaginou que seria difícil para sua noiva.

— Pensei que poderia falar com você. Ao menos um minuto.- ele insistiu. Ela massageou as têmporas.

— Podem ir para o jardim, se quiser Elisa. Mas não está obrigada a nada.- ela assentiu para Anton.

— Depois dessa conversa suma da minha vida.- o pai assentiu devagar.— É por aqui.- ela o guiou para o jardim dos fundos sem olhar para ele. — Então, o que quer falar?- secamente perguntou, ambos sentaram no banco de madeira, ela olhou para as flores adiante como se fosse mais prazeroso observa-las.

A Empregada livro I - Completo Onde histórias criam vida. Descubra agora