Vegas

Twenty Two

Um ano depois.

"Kinn." Chamei o nome do meu ex chefe, não queria demonstrar que estava irritado, mas era inevitável diante dessa situação.

Depois que seu pai morreu, ele viu a oportunidade de quebrar com aquele círculo vicioso e tóxico familiar que sempre alimentou a rivalidade entre as famílias, com o dedo novamente de Porsche ele começou a implementar um novo sistema de funcionamento da máfia em que ambas as famílias pudessem de forma justa trabalhar sem aquele título de primeira e segunda família.

Essa união gerou um novo nome também. 'T Family' , era assim que os Theerapanyakul se nomearam. Diante disso Vegas estava ajudando Kinn, ambos viram que a união de suas forças realmente levariam o nome deles para além da Tailândia, mas ao visto de que nos últimos meses Vegas não tivesse tempo para estar em casa, estive ajudando-o da melhor forma que pude, mas a demanda era enorme comparado com a nossa mão de obra. Realmente não queria apelar ao ponto de vir reclamar com Kinn, mas Vegas precisava descansar e logo, e eu precisava de passar tempo com o meu namorado porque aparentemente nosso casamento foi por água abaixo, sem tempo de planejamento, nem uma pequena lua de mel, Vegas e eu tínhamos nossas necessidades completamente anuladas em consideração ao trabalho da família.

"Pete." Ele me cumprimentou tenso. "Antes que me mate, eu já resolvi tudo com Vegas e ele terá suas férias, dessa vez eu organizei tudo para que não haja interrupção em momentos íntimos." Kinn disse sorrindo.

Na última vez em que eu e Vegas estávamos transando, fomos interrompidos pela ligação de Porsche, meu noivo fez questão de atender enquanto ainda estava me estocando sem parar, como forma de vingança por atrapalharem nosso momento, talvez eu fosse alguém barulhento. Porsche me ligou mais tarde xingando os piores nomes possíveis, mas eles mereceram, desde então não tivemos tempo de nem conversarmos.

"Vegas teria feito pior, se eu deixasse." Tentei amenizar. "Kinn, se vocês precisarem de ajuda sabe que podem contar comigo." Me ofereci.

"Não se preocupe Pete, Vegas e eu pensamos em tudo. Esses processos de mudança levaram um tempo e nós já organizamos tudo e até contratamos pessoas capazes de fazer parte do nosso trabalho. A partir de agora, Vegas terá que comparecer menos na empresa, assim como eu. Porsche veio reclamar e garanto que não foi tão legal quanto você tem sido." Ele sorriu.

Ouvir as palavras de Kinn me confortava, eu realmente me preocupava com a saúde de Vegas e ele estava chegando exausto todas as noites.

"Obrigado." Agradeci. "Aliás, cadê Vegas? Ele deveria estar aqui para irmos juntos para casa.

"Ele estava com um de nossos sócios, deve chegar em poucos minutos, estamos investindo em joalherias e hoje era a assinatura do contrato." Kinn explicou.

A porta se abriu revelando a figura de Vegas, que estava distraído no telefone, quando se deu conta de minha presença,  me olhou com surpresa, como se perguntasse o que eu estava fazendo ali, nem o culpava já que raramente eu aparecia na empresa. Desde que ficamos juntos eu era responsável por cuidar dos guarda costas, e também a segurança dos estabelecimentos que tinham o selo da família, ainda que tentasse ao máximo ficar na linha legal dos negócios, às vezes era necessário trabalho debaixo dos panos.

Dei um pequeno sorriso, e ele veio imediatamente em minha direção. Me levantei e estendi meus braços para ele, Vegas passou suas mãos por minha cintura e deu um beijo simples em minha bochecha, poderiam passar anos mas esses pequenos contatos eram suficientes para me fazer derreter em seus braços.

"Hmhm." Kinn pigarreou insatisfeito. "Vocês podem ir para o quarto." Ele falou olhando para nós dois, Vegas sorriu. 

"E vamos daqui a pouco." Vegas falou animado passando a mão na minha bunda e apertando com força, isso tudo na frente do primo. Meu rosto deveria ter ficado em vários tons de vermelho, mesmo que eu o desejasse sempre eu preferia soltar todas minhas inibições quando estávamos sozinhos.