Fourteen

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POV VEGAS.

Em meus braços estava ele, Pete Phongsakorn.

Eu sempre soube de sua existência muito antes de começarmos a nos envolver, para mim era como um cachorro adestrado pela família principal enviado para farejar qualquer podre que pudesse encontrar de mim meses antes, ele era péssimo em manter seu disfarce, e era curioso demais para não ser notado.

Aquela primeira vez que tivemos confesso que não esperava que Pete aceitasse se envolver com alguém tão nojento como eu.
Meu humor naquela noite estava péssimo, ficar no mesmo ambiente que essa família me dava nojo, asco e todo sentimento ruim que poderia existir. Meu pai descobriu que tentei um plano contra Kinn para roubar Porsche de seus braços ouvi todo tipo de xingamento, desde que descobriu minha orientação sexual ele fez de minha vida um inferno, me batia com frequência em casa e eu apenas aceitava ou poderia sofrer punições severas.

Fui feito de chacota naquele evento, podia sentir de longe o olhar de desgosto que as pessoas davam a mim, sobretudo aquele de “Você nunca será como Kinn”.  Era muito difícil controlar as emoções, e depois de um tempo fui ao estacionamento socar a parede para aliviar todo ódio que eu sentia de estar ali com essa gente. Não me importava com a dor, senti-la era parte da minha vida desde criança, ajudava a entorpecer minha mente para que eu não fizesse uma besteira maior e o sangue, bem, mostrava que eu também tinha uma parte humana que a cada dia parecia se distanciar da pessoa que eu era.

Encontrá-lo naquele estacionamento seria apenas um acontecimento normal, se não fosse pelo fato de que Pete chegasse perguntando se eu estava bem, era a primeira pessoa além de meu irmão que realmente perguntou com sinceridade, fingi não conhecê-lo para que ele não achasse que eu tivesse interesse em descobrir sua pobre existência. Mas então depois de provocá-lo sobre meu primo, Pete me respondia sem medo, percebi seu olhar em minha mão ferida, parecia agoniado com o que via e se ofereceu para fazer curativos. Hesitei bastante antes de aceitar, era inconcebível que eu deixasse um guarda-costas principalmente sendo ele da família principal estar ciente de minhas fraquezas, mas Pete havia presenciado tudo.

De repente comecei a enxergá-lo de outra forma, talvez começado a vê-lo da maneira que deveria ser, Pete era lindo sempre mostrando um sorriso brilhante, não importava que eu fosse um membro da segunda família, meu humor já estava melhor quando eu me aproximei dele, e ele permitiu que eu continuasse.
Surpreendente a maneira como ele se entregou a mim, sem trair seus sentimentos em relação as suas convicções, era firme e decisivo, tanto em suas ideias quanto na minha cama, depois que provei dele me perdi completamente como nenhum outro conseguiu. Pete exerceu todo controle em mim sem ao menos saber, passei por semanas pensando em uma oportunidade para procurá-lo quando finalmente surgiu a oportunidade de trabalharmos em conjunto.

Meu coração começou a mudar quando ele deu seu voto de confiança em mim à frente de seus chefes, sem temer a fofoca, esse Pete trouxe em mim aquela parte humana que se abrigava cada vez mais fundo no meu inconsciente. O sexo era incrível, se ele soubesse o quanto é delicioso gemendo meu nome toda vez que estamos juntos, além disso eu começava a perceber em mim mesmo um certo controle melhor de minhas emoções, quando ele veio para essa maldita casa o ambiente mudou.

Ele presenciou a verdadeira face de Kan Theerapanyakul e me confortou quando me sentia um miserável sem valor, seu calor me esquentava e isso começou a me viciar tão rapidamente quanto heroína , que ironia trabalharmos em prol da eliminação de traficantes. O mais importante era que ele se deu bem com Macau, eu fazia de tudo para protegê-lo dos ataques de nosso pai, ele era um bom garoto.

Me custava a aceitar que logo que completássemos a missão deveríamos nos separar, passamos alguns momentos juntos e cada um deles despertava em mim felicidade como eu jamais tinha sentido antes, e queria com força agarrar isso para mim, ao mesmo tempo que queria proteger Pete das mãos dessa família decidimos manter nosso relacionamento em segredo, até que eu pudesse pensar na melhor solução.

“Talvez eu possa estar te amando” sussurrou em meu ouvido. Minha mente se nublou ao ouvi-lo tão entregue.

“Esperarei até que tenha certeza.” Lhe respondi selando seus lábios.

Essa era nossa última noite juntos, sem qualquer certeza de que poderíamos voltar vivos dessa missão, mas no que depender de mim uma bala não seria tão ruim quanto apenas pensar na possibilidade de perder Pete.

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Inicialmente eu não iria escrever nadinha hoje, mas depois desse episódio senti que precisava escrever algo bem boiola para confortar o coração de quem se sentiu decepcionado com o desenvolvimento VegasPete que foi jogado ao vento com os acontecimentos de hoje. Foi tão confuso as motivações de cada um, a maneira como colocaram e tiraram coisas importantes da história deles...Bible e Build entregaram tudo em atuação, consegui sentir toda angústia que eles queriam passar, assim como duas pessoas quebradas que acabaram por se envolver e consequentemente se apaixonar. Mas foi tão corrido que confundiu muito até quem não leu a novel, acho válido se sentir decepcionada quanto a organização e produção desse casal assim como dos outros também que não tiveram oportunidade de desenvolver. Peço desculpas pelo desabafo e espero que esse capítulo conforte um pouquinho vocês, agradeço demais cada um que lê, que favorita e comenta sem vocês isso não valeria a pena. Beijos e até a próxima♡

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Depois dessa revisão eu ia apagar esse comentário que fiz sobre o episódio na época, mas a minha indignação ainda continua a mesma então fica ai meu protesto.

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