Six

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Vegas queria me levar para a morte, tenho certeza disso! Estive tão aflito em possibilidades de sermos pegos que nem dormi direito. Eram seis da manhã e estava em frente ao espelho do banheiro encarando meu rosto com aparência cansada, olheiras enormes e meu coração inquieto, batendo tão forte que sentia que poderia sair da minha boca. Porsche não havia dado sinais de que iria se levantar e trabalhar, então tomei um banho para ver se aliava um pouco a tensão e não deu certo, vesti o uniforme e coloquei todos equipamentos de segurança, às sete desci para o café e não encontrei Arm.

Fui em direção ao escritório do Sr.Korn para receber o cronograma de hoje com P’Chan.

“Bom dia P’Chan.” Saudei.

“Pete... Você foi solicitado pelo Sr.Kinn, daqui trinta minutos haverá uma reunião com Vegas e você o estará acompanhando para relatar as últimas informações que tivemos sobre o paradeiro daquela gangue que está vendendo drogas na cidade.” Ouvir o nome dele causava um pequeno tremor no coração.

Nessas duas últimas semanas Big e Arm estiveram investigando sobre o esquema de distribuição de drogas que estavam acontecendo no território dos Theerapanyakul, as duas famílias estavam trabalhando em conjunto para eliminar os traficantes, fiquei à paisana para descobrir sobre esses fornecedores. Vegas não esteve conosco nas reuniões anteriores, então eu pude fazer meu trabalho sem mais distrações, conseguimos interceptar a distribuição no território sul, mas ainda tivemos dificuldade em localizar o chefão por trás do fornecimento. Era raro que as duas famílias estivessem tão unidas em prol de algo, mas quando se tratava em manter o nome e as aparências, é claro que fariam.

A reunião foi marcada em uma das áreas de lazer que se encontrava nos fundos da mansão, onde geralmente eram feitos eventos e reuniões com os principais cabeças de várias áreas da potência industrial tailandesa, havia um jardim enorme, com rosas vermelhas que há muito tempo ouvi serem as preferidas da esposa falecida do Sr.Korn. Um pequeno lago artificial dava para ser visto com pequenas carpas que são criadas pelo Tankhun, que com incidente de Porsche no seu primeiro dia de trabalho ordenou que tivessem sob a vigilância de alguns seguranças.

Cada minuto que se passava eu me sentia um adolescente nervoso em seu primeiro encontro, aquela expectativa de que a qualquer momento aquela pessoa iria chegar e isso me causava um certo pânico, porque diferente de uma situação normal haviam vários fatores de risco a serem considerados e um deles é que isso não era um encontro e muito menos chegava perto de ser, eu não poderia me dar ao luxo de perder a compostura tão facilmente por alguém, e Vegas não deveria ser diferente, mas porquê é tão difícil?

“Pete?” Sr.Kinn chamou minha atenção. “Você parece um pouco pálido, está de ressaca?” perguntou.

“Estou bem Sr.Kinn, não bebi muito ontem.” Respondi.

“Depois eu preciso conversar com você em particular, mais tarde vá no meu quarto.” Ordenou, enquanto pude assentir. Provavelmente é algo em segredo que ele não quer que ninguém saiba. “Vá buscar um café para você, está precisando de um bem forte.”

Observações a parte, precisava controlar mais minhas emoções, e minha linguagem corporal, se até Kinn reconhece que não estou nas melhores condições, daqui a pouco todos saberão que existe algo que estou fazendo em segredo. E definitivamente não quero que descubram.

Essa ansiedade estava me matando, fui como Kinn ordenou buscar um café para ver se melhorava um pouco do cara de cansaço assombrosa que estava aparentando, aposto que se Vegas me visse desse jeito iria se arrepender na hora de ter se interessado por mim. Não que eu estivesse preocupado com isso, mas era um alimento para meu ego ter alguém como ele interessado, sem contar que era Vegas. Posso estar muito perdido colocando-o em um patamar um pouco alto, mas todas as coisas com ele se tornaram muito mais interessantes.

“Pete?” O rádio tocou, era Arm.

“Estou aqui” Confirmei.

“Vegas chegou, você deve acompanhá-lo até o local da reunião.” Desligou.

Se eles soubessem que estão me jogando na toca de uma raposa astuta, não fariam eu ter que executar esse tipo de tarefa. Deixei a ideia do café de lado e fui em direção à entrada da mansão, avistei apenas onde estava estacionada uma moto vermelha, olhei em várias direções e não encontrei o dono daquele veículo, Vegas sabia como deixar uma pessoa maluca.

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