Twenty Four

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Vegas estava tenso, eu pude perceber assim que desliguei o telefone. Um certo alívio por não ser nada com Macau, mas ao mesmo tempo o que poderia ser tão importante para que Kinn voltasse às pressas e exigisse nossa presença na mansão? No fundo eu ja sabia que algo iria adiar nossos planos e como sempre, dito e feito. Às vezes eu só queria ter uma vida normal ao lado de Vegas e Macau, mas acho que teria que nascer de novo para que isso acontecesse.

Depois de sairmos do banheiro do bar, fomos direto ao resort tentar resolver as coisas da nossa volta o mais rápido possível, arrumamos nossas coisas e esperamos alguma ligação de alguém da família principal, mas sem sucesso. Nem mesmo Macau atendia o seu celular, o que estava deixando Vegas paranóico. 

"Vou ligar para alguém, não aguento mais esse silêncio." Falei para Vegas que estava comprando as passagens de volta, ele apenas assentiu em resposta. 

Disquei o número de Porsche, ele poderia ser o único que atendesse minha ligação. 

"Porsche?" Chamei assim que ele atendeu. 

"Oi Pete! Estava prestes a te ligar." Ele falou, parecia haver ruídos estramhos de fundo, como várias pessoas falando ao mesmo tempo. 

"O que está acontecendo Porsche? Liguei para todos naquela casa e ninguém atendeu." Falei um pouco preocupado e irritado com a falta de responsabilidade de todos. 

"Eu e Kinn mal chegamos a Itália e tivemos que comprar passagens de volta, só tivemos tempo de ligar para vocês e pedir para que voltassem o mais rápido possível, não é algo que posso dizer por telefone." Ele foi direto. "Mas posso dizer que ninguém morreu, então não se preocupe demais." 

"Vegas está comprando passagens, aviso quando estivermos chegando." Respondi e desliguei. 
Senti um abraço por trás, Vegas me apertou contra ele depositando um beijo em minha nuca. 

"Calma meu amor, você parece querer carregar todo peso em suas costas." Vegas falou baixinho. 

"Só quero um pouquinho de sossego, na verdade nunca pensei que estaria nessa posição, de uma vida medíocre como guarda costas sem perspectivas para seu noivo, nunca tive muita ideia do que queria para minha vida, mas depois que te conheci eu quis tudo, sei das responsabilidades de ser um Theerapanyakul, mas parece que tudo foge do nosso controle, até uma pequena férias interrompida, seja por algo que não pode ser dito pelo celular, porque temos risco de sermos grampeados." Disse com falta de ar. 

"Eu prometo que teremos nosso tempo, baby. Vamos descobrir o que é de tão importante e depois iremos escolher um lugar especial para nós nos casarmos, dessa vez sem adiar." Vegas continuou beijando minha nuca. Haviam tantas interrupções em nossas vidas que eu estava muito irritado, cansado de ter que abrir mão dos nossos momentos em favor dos outros, essa seria a última vez. 


Chegamos em Bangkok na manhã seguinte, e o motorista nos levou direto para a mansão da família principal. Macau nos informou que estaria lá fazendo companhia para Tankhun, esses dois se aproximaram estranhamente e desenvolveram uma boa amizade, mas para mim que fui guarda costas era estranho porque há um ano escutava Khun planejando vários métodos de tortura para seu primo. Vegas não dormiu muito bem, pude notar pelas olheiras escuras abaixo dos olhos e a quantidade abominável de café que ele ingeriu antes que partissemos para o aeroporto.  

Aparentemente parecia ser um dia comum, guardas a postos e o sol brilhava naquela manhã, marcando o calor escaldante em um clima típico da Tailândia.

Descemos do carro e Vegas entrelaçou nossos dedos, costume que adquiriu para espantar o nervosismo, isso me ajudava muito também. Porsche e Kinn haviam chegado no dia anterior e nos aguardavam na sala de reuniões da família. 

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