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"Eu sinto meu corpo pesado, dolorido e como se tivesse algo o segurando. Algo bem forte quase como se prendesse a minha respiração. O que aconteceu mesmo?"
Mawaha tinha os olhos fechados como se estivesse dormindo, sentia seu corpo ser tocado por mãos geladas. Não, não eram mãos, aquele toque não era macio feito o toque humano ou quente, era uma sensação difícil de se colocar em palavras, quase como se lembrasse uma pedra lisa passando por seus braços. E o que era aquela outra sensação incomoda em seu corpo? Parecia estar preso.
Sua mente era turbulenta e embaralhada, tentava se lembrar por meio dos flashs de memória, mas eram inúteis e com uma espécie de véu negro sobre eles.
Aquela mão tocou em sua testa, era meio fria em comparação com o resto de seu corpo, mas também era aconchegante. Um frio aconchegante.
- Ele está com febre.
"Suave, que voz suave e calma. Não é igual a daquele homem."
Seu corpo ainda doía e podia sentir como se seus ossos tivessem sido quebrados, pelo menos os na base de seu peito.
Mawaha estava acordado, mas resolveu não se mexer ou iniciar uma conversa. Queria analisar a situação e ver se o ambiente era hostil ou não.
Seus ouvidos capturaram o barulho de ampolas sendo abertas, um barulho impossível de ser confundido graças ao tempo que passou sendo perfurado e dopado. Conhecia bem ele junto ao da seringa que puxava o líquido para dentro do compartimento e não demorou muito para seu corpo reagir entrando em choque.
Sua pulsação acelerou como em uma corrida, bombeando adrenalina como louco para todos os seus músculos, principalmente os inferiores. Em seguida a sua respiração começou a ficar mais descontrolada trazendo de volta aquela sensação de sufocamento, começando a suar frio e a tremer. Medo, estava com medo.
"Não, não é possível isso. Eu saí de lá, não saí? Eu tenho certeza de que sim, lembro do sol batendo em meu rosto, da agua gelada do oceano em meu corpo e do sangue que me faltou. Eu tenho certeza de que saí daquele inferno! Não é? Eu não posso estar alucinando!"
Seu corpo permaneceu em alerta, ouvindo os passos chegarem mais perto e aqueles toques estranhos tocarem seu braço. Algo gelado foi passado sobre sua dobra do cotovelo.
"Esse cheiro de novo não! Eu não aguento mais isso!"
E aquela pequena dor de ter algo perfurando sua carne de novo foi sentida.
Mawaha em súbito pulou da cama e segurou o homem que tentava lhe aplicar algo em suas veias, passando seu braço contra o pescoço em um mata leão enquanto sua outra mão pegava a seringa e a deixava bem próxima dos olhos de quem tentava o ajudar.
- O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO!? – Gritou apertando seu braço contra o pescoço peludo. Mawaha passou rapidamente seus olhos por todo o lugar, não o reconhecendo e muito menos reconhecendo os cheiros que vinham dali. Era estranho, novo e assustador. – ONDE ESTOU!?
- Ei se acalme! Eu sou médico e estou tentando te ajudar! – Falou o homem peludo tentando se soltar, mas não obtendo resultados. Mawaha era mais forte.
- ME AJUDAR? TENTANDO ME DOPAR!? NÃO, EU NÃO VOU CAIR NESSA! – Mawaha continuou ao segurar com força, mesmo tendo todo seu corpo reclamando e quase gritando para relaxar. Tudo em si doía, desde a cabeça até a ponta de seus pés, se não fosse pela adrenalina bombardeada em seu corpo, com toda certeza teria caído no chão. Estava mal de verdade, com calor e suando. Sua cabeça também doía. – O QUE VOCÊ FEZ COMIGO!? POR QUE SINTO MEU CORPO TODO QUENTE E FRACO!? ME RESPONDA!
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The Pirate King's Dark Shadow
FantasyA Sombra Negra do Rei dos Piratas conta a história de um jovem de cabelos grisalhos e cacheados, misterioso, desmemoriado, viciado em jogos de azar e coisas que despertam sua imensa curiosidade, e com certos problemas de atenção, que anseia pelo doc...