Arco II: Alabasta Capítulo XIV:

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[Alguns dias depois]

Mawaha estava deitado na grama da entrada do palácio, esparramado pelo verde que pinicava a pele, e com um dos braços apoiando sua cabeça. Tinha os olhos para o céu azul conforme girava o frasco com o líquido transparente entre seus dedos. Fechou as pálpebras e apenas escutou o barulho do vento que carregava consigo o barulho de passos ainda bem distantes.

- Duas horas...não, diria que umas quatro e meia até chegarem em Alubarna. - Continuava a girar o frasco na mão, franzindo a testa e bufando. - Como são lentos. Já fazem alguns dias desde que eu dei a ordem, e mesmo assim eles demoraram para chegar. Francamente. - Murmurou se sentando. Esticou o corpo e passou suas unhas pelo vidro, arranhando a superfície. - Mas se bem que seria um problema caso eles estivessem já bem perto daqui. Ainda não consegui o que queria e o senhor Crocodile está em um mal humor ultimamente. - Um ruido ao fundo de sua cabeça chamou sua atenção, fazendo o grisalho sorrir e se abaixar no chão. Estendeu a mão e deixou que o roedor conhecido subisse.

- Conseguiu o que queria, Mawaha? - Micco cheirava o grisalho, afastando sua cabeça pelo forte odor que vinha. - Você está fedendo a charuto. Que nojo.

"Ainda não, mas eu tenho certeza de que hoje não passa."

Ignorou o comentário feito, guardando o frasco no bolso da blusa.

"Mas acho que vou ter que acalmar meu senhor primeiro. Fazer ele relaxar um pouco para então conseguirmos o que queremos."

Bufou coçando os olhos, Tinha um incomodo bem no canto e mesmo que coçasse, parecia que estava preso com cola.

"Agora vá. Você sabe o que tem que fazer, não é Micco?"

- Hum...ainda sim acho que isso é uma péssima ideia. O senhor Crocodile não parece que vai gostar muito disso. - Micco bufou descendo da mão que repousava no chão.

"E desde quando você liga para o que ele vai gostar ou não? Somos piratas, Micco, e não bichinhos de estimação obedientes."

Mawaha sorriu de canto, andando novamente para dentro do palácio conforme o pequeno roedor corria para outro lado.

Assim que entrou pela porta, foi recebido com olhar julgador do corsário que fazia o caminho inverso a sua caminhada. Tinha um rosto sério e uma testa bastante franzida.

- Estava com um rato nas mãos? Que repulsivo. - Sua testa continuava franzida.

- Se continuar a franzir sua testa desse jeito, vai acabar com rugas. - Mawaha tentou tocar a ponta dos dedos sobre a superfície da testa, tendo que ficar na ponta dos pés para poder fazer tal ato, mesmo assim não conseguindo. Crocodile era bem alto, tinha por volta de dois metros e cinquenta e três centímetros. Bufou quando não conseguiu, tendo sua mão afastada. - E eu estava entediado para um caralho. Não pode me julgar por querer brincar com o primeiro animal que apareceu na minha frente. E além do mais, aquele ratinho era bem fofinho também.

- É um rato, Mawaha. São sujos. - Crocodile bufou ao receber um revirar de olhos.

- Você é um homenzinho irritantemente chato e entediante. - Cruzou os braços. Tinha um olhar de tedio sobre seu rosto. - Não acontece nada desde aquela "batalha" vergonhosa aqui em Alubarna. Nenhuma movimentação e nada do tipo. Estou morrendo de tédio aqui. - Bufou mais uma vez.

- Vá ler um livro ou algo do tipo ao invés de ficar brincando com roedores da qual você não sabe se tem doenças ou não. - Olhou o grisalho de cima a baixo. - Mas se bem que ele combina com você. Ambos devem ter vindo do mesmo lugar.

The Pirate King's Dark ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora