Arco III: O Reino de Chopper na Ilha dos Animais Estranhos. Capítulo XVIII:

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Chopper queimava uma folha entre as brasas da lareira acesa, fazendo um cheiro herbal exalar pelo ar. Mentolado e refrescante.

- Todos ficarão bem logo. Vocês poderão correr novamente em breve. – Chopper tinha um sorriso no rosto, colocando a folha queimada no moedor e extraindo todos seus benefícios conforme era observado pelos animais sentados e curiosos.

- Incrível, Chopper! Todos estão felizes! – Mobambi parecia ainda mais empolgado do que os animais com olhos brilhantes. – Estamos contentes por termos você como nosso Rei soberano.

- Mas sabe, eu só posso ser o Rei Soberano de vocês enquanto estiver nessa ilha. – Chopper continuava a moer a planta, colocando outros ingredientes na mistura até que formasse um pó esverdeado.

- O que quer dizer? – Mobambi fechou o sorriso conforme o cintilar da fogueira ecoava.

- Eu tenho que retornar para o navio pirata dos meus amigos. – Seus olhos eram focados no que fazia, abrindo mais um sorriso ao mencionar os companheiros do bando.

- Navio pirata!? Então seus amigos são... – Mobambi parecia assustado com a notícia, e um pouco impressionado. – Piratas? – Fechou ainda mais seu semblante alegre com o concordar da rena.

- Isso não é engraçado? Você é humano e vive com animais. E eu sou uma rena que vive com humanos. – Chopper ficava cada vez mais contente a cada vez que falava, enquanto Mobambi se irritava ainda mais. - Eu gostaria de saber o que eles estão fazendo. Acho que eles devem ter visto a fumaça e estão vindo me procurar agora.

- Esqueça-os! – Mobambi fez um punhado de areia e jogou no fogo, o apagando. – Você agora é nosso Rei Soberano! Não pode partir! – Pisava entre as pedras quentes e pedaços de madeira.

- O que você está fazendo!? – Chopper se levantou correndo do chão, indo até o garoto e o empurrando para longe.

- Você fez tantos amigos aqui! Tem que ficar! – Mobambi continuava a falar cada vez mais desesperado, empurrando a rena para trás. – De agora em diante, nós seremos seus amigos. Deixe de ser um pirata e viva conosco!

- Mobambi... – Chopper tinha a boca aberta. – Você...odeia piratas, não é?

O garoto não respondeu por alguns segundos, segurando o ar e rangendo os dentes.

- Meu pai...foi morto por um pirata. – Se afastou da rena. Tinha a cabeça baixa conforme andava pelo chão de areia. – Venha comigo. - Sinalizou com a cabeça para que Chopper o seguisse.

Os dois andaram por um curto tempo, entrando na selva e indo em direção a alguns destroços cobertos por musgo e vegetação.

Dentro do que parecia ser uma cabine de navio, o musgo já tomava conta, cobrindo a madeira pela humidade, crescendo no teto, revestindo o chão com um cobertor verde felpudo e com raízes brotando pelas arvores e plantações que cresciam ao redor na floresta.

- O que é isso? – Chopper olhava ao seu redor.

- Os destroços do navio do meu pai. – Mobambi tinha um ar melancólico em sua voz, mexendo na bandana em seu braço, retirando um cordão com um pingente na ponta. – Meu pai era um zoólogo a caminho dessa ilha, mas no meio da expedição, nosso navio foi atacado por um pirata que usava um machado estranho... Eu tentei impedir ele, mas foi em vão. – Mobambi apertava o colar em mãos. – Ele matou meu pai na frente dos meus olhos e acabou com nosso navio. Se não tivesse parado nessa ilha como um naufrago, provavelmente teria morrido no mar... Quando acordei nessa ilha, o antigo Rei animal, o Leão Kirin, me acolheu como seu amigo e me criou. – Tocou a cicatriz em seu peito. – É por isso que aquela conversa sobre piratas...

The Pirate King's Dark ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora