Arco VI: Skypiea. Capítulo XXVIII:

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[Em alguma ilha de pouca importância da Grand Line]

Passando pela superfície, embaixo em tuneis construídos pela mecânica humana, com fios de eletricidade em cada ponta que serviam de guia em meio a escuridão completa, passos calmos sobre as pedras e chão batido, um grupo de piratas adentrava cada vez mais o local escuro na busca de uma única coisa. Um tesouro cobiçado e tão misterioso quanto seu antigo dono. Um homem conhecido como Capitão John.

- Capitão... ei, capitão! – Chamava um dos companheiros de viagem.

- O que foi? – O homem de voz fina e rouca respondia quase como se aquele chamar o ofendesse.

- Tem certeza de que esse é o lugar certo? O lugar onde o Capitão John enterrou o tesouro que ele conseguiu cometendo inúmeras atrocidades contra os ricos, a Caverna Lendária? – A lamparina era mexida de um lado para o outro em meio ao breu da caverna.

- Sim, eu tenho certeza. Fiquem atentos e continuem procurando. – A figura a frente dos piratas era revelada a pouco pela luz que o fogo emitia. Um homem não muito alto, de cabelos azuis, maquiagem no rosto e um grande nariz vermelho, seguido de um chapéu clássico de pirata compartilhando as pontas com o que pareciam pompons, ou enfeites azulados que caíam pelas pontas. – Prestem atenção. Todo tesouro tem guardiões e armadilhas. Se ficarem distraídos, vão acabar sendo mortos! – A luz do fogo mal iluminava o lugar, fazendo com que as sombras e a escuridão caíssem sobre o corpo dos três homens. O capitão que lembrava um palhaço, o homem que segurava a lamparina e trajava roupas que lembravam um leão branco e o terceiro que tinha um longo cabelo verde, caído sobre um dos olhos e um cachecol listrado de azul e branco. Andando até que conseguissem chegar no destino aguardado. – Que tipo de criatura monstruosa virá nos atacar? Qual será a armadilha que nos mostrará uma visão do inferno?

A luz do túnel se acendeu em um flash, junto ao barulho de passos e trabalhadores, mineiros, que desciam pelo grande corredor de pedra. Com picaretas em mãos e prontos para mais um dia árduo de trabalho.

- Certo, pessoal! Mais um belo dia para cavarmos um túnel! – O homem a frente da tarefa tinha um sorriso largo no rosto, sendo seguido pelos companheiros que concordavam igualmente empolgados. Seus olhos se abriram, vendo os três homens parados e com um suor escorrendo pelo rosto. – Ah! Vocês devem ser os novatos que me falaram mais cedo, certo?

Os três homens se olharam de canto, se viraram e começaram a cochichar algo, levando os trabalhadores a franzirem a testa em dúvida.

Em questão de segundos, os homens tinham picaretas em mãos e começavam a quebrar as pedras maiores pelo caminho a frente.

- Ah, trabalhar duro é realmente bom! – Falava o capitão com um sorriso forçado no rosto, batendo contra as pedras, mas quase não causando efeito pela falta de força. – Tudo que um homem precisa é de uma picareta e seus braços.

- Sim, a picareta! E o nosso suor servira para construir um túnel que trará felicidade a quem passar por aqui! – O chefe dos trabalhadores tinha um sorriso no rosto.

- Isso mesmo! – O capitão pirata, e palhaço nas horas vagas, continuava a rir conforme descia o bico da picareta com a pouca força que tinha, tendo que bater o dobro de vezes para que a pedra se partisse. – E, depois desse trabalho, todos nós vamos para um bar e... – O suor e a voz mudaram, a mais aguda tinha se tornado grossa e a picareta em mãos tinha sido jogada em um canto. O capitão palhaço foi até o chefe dos trabalhadores, o segurando pela gola da blusa e gritando em seu rosto. – Como se atreve a me fazer suar de tanto trabalhar!?

Uma parede se rompeu, causando um desmoronamento feito por um dos tripulantes piratas, um erro muito comum feito por pessoas inexperientes e que não possuem um "olho bom" nos tuneis. O cenário era uma mistura de pânico vindo dos trabalhadores pelos incansáveis dias de trabalho duro estarem sendo reduzidos a entulhos de pedra e terra macia, e dos três palhaços que corriam, gritando e indo em direção a saída. Querendo ou não, aquela bagunça no túnel tinha causado uma parede e uma distração que os separavam, facilitando sua fuga.

The Pirate King's Dark ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora