Arco II: Alabasta Capítulo VI:

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[Do outro lado de Nanohana]

Mais ao centro da cidade de Nanohana, um alvoroço era iniciado com pessoas na rua fofocando e cochichando sobre um terrível acidente que tinha acabado de acontecer. Clientes de dentro do bar Spice Bean e pessoas de passagem pelo lugar rodeavam a entrada com uma visível preocupação em seu olhar e que aos poucos se transformavam em medo.

- Ei, o que está acontecendo? O que foi? - Perguntou um homem de bigodes conforme se aproximava da multidão preocupada.

- Parece que um cliente morreu lá dentro. Do nada. - Respondeu um morador da região.

- Morreu do nada? - Continuou o homem de bigodes surpreso com a resposta recebida.

- Ele parece ter morrido enquanto falava com o dono do restaurante. - Continuou esboçando medo em sua voz.

- Ele é um viajante. Todos dizem que ele pode ter comido um Morango do Deserto por acidente. - Outro se juntou a conversa.

- Morango do Deserto? - Perguntou o bigodudo.

- É uma espécie de aranha venenosa que se parece com um morango. - Continuou o terceiro homem. - Comendo apenas uma, você vai morrer repentinamente alguns dias depois. E, após algumas horas, um veneno contagioso vai começar a ser exalado pelo corpo. É por isso que ninguém chega perto dele.

- No deserto, aquilo que você não conhece pode te matar. - Falou o bigodudo. - Olha só, aconteceu justo quando ele levantava o braço com a carne até a boca e ele congelou daquele jeito. Isso mostra o quão forte é o veneno do Morango do Deserto.

O murmurinho continuava com as pessoas de dentro do bar, vendo o homem com tatuagem nas costas, um enorme símbolo de cruz roxa com uma caveira de bigode branco, imóvel com o rosto dentro do prato de comida e com o garfo ainda levantado junto ao chapéu alaranjado que tinha ao meio de sua cabeça. As pessoas do bar se entre olhavam, suando frio de medo e ansiedade. Não iriam se arriscar a tocar no corpo do viajante depois da tal notícia do "Morango do Deserto" já ter se espalhado.

Eles ficaram ali, parados e quase que prendendo a respiração, contemplando o corpo imóvel a mesa do bar, engolindo a saliva seca e espessa na boca.

O corpo do viajante então se mexeu de forma brusca, se levantando e tomando uma nova postura ainda com o garfo em mãos, causando um espanto na plateia.

- Ele voltou a vida! - Gritou um morador das redondezas presente no bar. Surpreso e assustado.

O viajante tinha um olhar cansado em seu rosto, com os olhos meio abertos e sujo de comida. Piscou algumas vezes, mas ainda permanecia no mesmo lugar, imóvel. Olhou para os lados sem entender muito o que estava acontecendo e tomou como prioridade limpar seu rosto lambuzado.

- Você está bem? - Perguntou a mulher ao seu lado, estendendo os braços em amparo, mas antes que pudesse continuar a falar e a se preocupar, o viajante pendeu seu corpo para seu lado, pegando na barra de sua saia e limpando seu rosto. A mulher assustada e envergonhada se afastou gritando.

- Ah...estou exausto. - Falou o viajante voltando a saborear a comida esmagada com seu rosto. - Caí no sono...-

- VOCÊ CAIU NO SONO!? - Gritou em coro os presentes dentro e fora do bar.

- N-não pode ser! No meio de uma refeição e de uma conversa!? - Perguntava um outro homem, de roupa azul escura, conforme via o viajante voltar a comer despreocupado.

- E ele começou a comer de novo...- Falou o homem ao lado de roupa verde tão surpreso quanto aos outros.

- Ei, por que vocês estão tão agitados? - Perguntou o viajante sem entender o motivo daquele alvoroço ao seu redor, comendo o pedaço de carne preso no garfo.

The Pirate King's Dark ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora