Arco III: O Reino de Chopper na Ilha dos Animais Estranhos Capítulo XVII:

51 3 140
                                    

A agua borbulhava no bule, subindo as bolhas que estouravam e espirravam as gotas para as laterais.

Uma visão nostálgica e dolorosa que Mawaha tinha o vislumbre por sua mente a cada novo estouro. Bufando e passando seus dedos pelo canto do fogão do Going Merry.


"– Então, seu porquinho imundo... – Os passos do almirante ecoavam pela antiga morada que não lhe fazia tanta falta. – Como está se sentindo hoje? Falante, sarcástico ou silencioso? – A ponta do sapato passava pelo rosto baixo, fazendo alguns fios grisalhos serem pegos conforme era levantado, e a sola pressionava a pele morena, a levantando junto a um fio de sangue que escorria misturado com a saliva.

(Isso é só uma memória, Mawaha... Vai ficar tudo bem... Memorias não podem te machucar.)

Akainu levantou mais o rosto, o empurrando com a sola de seu sapato até escutar o aparelho preso a cabeça estalar pela pressão imposta.

Uma das partes da "focinheira" começou a se partir pela força, se soltando e passando contra a pele, fincando o aço afiado em uma parte mais abaixo do pescoço.

- Parece que hoje você está se sentindo meio silencioso não é? – Akainu tinha um olhar no machucado recente, sorrindo ao ver os olhos acinzentados escorrerem para o lado como se não se importasse com o que estava acontecendo. – Parece que você não é tudo isso o que seus registros mais antigos nos mostram. – Passou a mão sobre o machucado feito pelos dentes. – O que foi? Cansou de responder de volta? Vai se tornar um cãozinho obediente?

(Respira, Mawaha.... respira fundo... São apenas memorias involuntárias que seu cérebro está fazendo você relembrar... Está tudo bem...)

Mawaha escorreu seu olhar para Akainu. Era um olhar feroz e com uma intensão assassina que fazia o almirante rir. Sua boca escorria sangue pelas laterais, junto a sua língua que passava em alguns pontos que faltavam em sua gengiva. Seus caninos tinham sumido. Tanto os de cima quanto os de baixo.

- Parece que fizeram um bom trabalho aqui. – Akainu segurou os cabelos grisalhos, causando mais pressão no dispositivo. Com sua outra mão, levou os dedos até a boca aberta a impedindo de se fechar. Levantou o lábio superior e ficou encarando os buracos. – Sei que isso não vai durar muito tempo...mas de qualquer forma. – Olhou para Mawaha que tinha os olhos desviados para um canto. – Isso irá servir de lição para você. – Apertou os fios ainda mais, os puxando com força e segurando a língua entre os dedos incandescentes. – Um cachorro que desobedece seu dono precisa ser educado da forma correta, não é? - Mawaha respirava pesado, quase como se suas vias aéreas fossem feitas de pedra. Se mexendo em meio as correntes, gritando com a boca aberta, arrastando seus pés no chão. – Está entendendo agora como as coisas funcionam, prisioneiro 0-0? – Mawaha continuava a se puxar e a mexer, cortando a pele pelo pedaço de metal que parecia uma faca, e chorando pela língua queimada. – Se for obediente e seguir à risca tudo o que eu disser... for meu cãozinho leal e que faz de tudo para me agradar ou ao seus mestres.... Seus verdadeiros... – Akainu tirou os dedos da língua e soltou o cabelo, fazendo o grisalho cair ao chão em pura agonia. – Prometo que farei sua estadia permanente se tornar menos dolorosa e desconfortável possível. – Sua mão e metade do corpo se transformaram em magma incandescente.

Mawaha olhou para cima com as sobrancelhas baixas e um olhar de cansaço."

A agua continuava a borbulhar conforme Mawaha tinha os olhos baixos, pegando uma pequena bolsa termal do canto, abrindo sua tampa e se aproximando do bico. A agua era despejada dentro do material de borracha resistente, enchendo até a boca e transbordando, enquanto os olhos permaneciam focados em outro lugar.

The Pirate King's Dark ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora