Arco II: Alabasta Capítulo V:

22 2 31
                                    

Os cheiros cítricos, doces e encorpados inundavam a cidade de Nanohana, cativando o olfato dos novos visitantes. A tripulação do Chapéu de Palha e Mawaha tinham se dividido em grupos, se é que aquilo poderia ser descrito como um. Mal tinham aportado na costa e Luffy já tinha praticamente desaparecido de vista, seguindo o cheiro de comida com seu nariz aguçado e indo em direção à sabe se lá para onde.

Zoro obviamente tinha se perdido do grupo, tendo que ser buscado por Ussop que o seguia cidade adentro.

Já do outro lado, Sanji e Chopper iam em direção a feira em busca de suprimentos e um pouco de diversão enquanto Nami saía a procura por novas vestimentas para si e Mawaha, já que com as roupas que usavam, não iriam aguentar o calor insuportável que era o país de Alabasta.

Mawaha se maravilhava com a cidade, fazendo seus olhos brilharem feito uma criança dentro de uma loja de doces. As construções de areia firme em formato quadrado, o piso quadriculado em alguns pontos e em outros era coberto por uma camada de areia ou o chão sedimentado de areia compactada. As pessoas indo e voltando com cestas de palha cheias de frutas e especiarias, o cheiro forte dos perfumes, as cores vibrantes das sedas, e sem contar na tecnologia envolvida em pontos da cidade, essa era a parte que mais cativava a curiosidade do grisalho de pele escura. Como uma cidade no meio do deserto escaldante podia prosperar como aquela? E com tamanha tecnologia?

Em pontos específicos do chão haviam aberturas para a passagem de ar, mas não qualquer ar e sim um húmido e gelado que ajudava a diminuir o calor intenso de toda cidade de Nanohana, sendo conectados por cabos que passavam por debaixo da terra e iam até as casas fazendo o mesmo processo de refrescamento. Mesmo com o sol de 40 graus acima de suas cabeças, não se comparava nada a aqueles grandes "ventiladores" que sopravam um ar tão agradável.

Mawaha tinha o diário em mãos junto a caneta de pena, anotando tudo que achava curioso e interessante, ajeitando o óculos emprestado que caía de seu rosto e muitas das vezes não olhando para frente causando pequenos esbarrões nas pessoas.

- Olha por onde anda, garoto! - Brigou um velho limpando os ombros. - Malditos turistas.

Mawaha ignorou o homem e voltou seu olhar para uma barraca que vendia frutas diversas. O grisalho se aproximou e se agachou, tocando as diversas cores e aromas cítricos que invadiam suas narinas.

- Qual o nome dessas frutas? - Perguntou ainda com os olhos focados nas variedades que tinham a sua frente. Frutas espinhentas, pequenas redondas e avermelhadas, grandes de um rosa que se assemelhava a um vermelho e outras retorcidas e estranhas.

- Essa pequena que você está tocando se chama Visco do Deserto. É uma fruta bem difícil de se produzir pois requer um cuidado especial devido a sua delicadeza, mas possui um sabor esplendoroso de doce e cítrico. - O homem da barraca se levantou da cadeira em que estava sentado, pegou uma das perolas rosadas e a partiu em dois, passando para o grisalho. - Experimente.

Mawaha estranhou a ação de início, mas sua curiosidade não resistiu e logo aceitou a metade cortada. Levou o suave suco para dentro de sua boca, e como era gostoso e suculento. Era quase como se estivesse em uma festa de prazer e suculência, uma doçura cítrica e maravilhosa que quase não conseguia descrever em palavras.

- O que achou? - Perguntou o homem com um sorriso no rosto. - É gostoso, não é?

- Muito! Nunca tinha provado nada desse tipo antes. - Mawaha respondeu animado, fazendo o homem rir mais ainda, orgulhoso de si e colocando as mãos na cintura. O grisalho se sentou ao chão de terra, virou a página do caderno e começou a escrever com rapidez, traçando os traços da fruta nas páginas em branco e descrevendo o sabor ainda fresco em seu paladar.

The Pirate King's Dark ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora