Arco VI: Skypiea. Capítulo XXVI:

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O céu ainda contia resquícios da noite, aos poucos sendo iluminados pelos primeiros raios da manhã conforme as aguas eram agitadas embaixo dos navios piratas. Uma brisa fraca soprava vinda do mar, carregando o cheiro de maresia e o sabor de mais um dia livre e cheio de aventuras.

Tinham se passado alguns dias desde que saíram da Ilha de Asuka e em meio a isso, diversas oportunidades surgiram ao longo da rota que seguiam.

Imagens frescas do que passaram e de quão exaustivo poderia ser a vida no mar.

Mawaha teve um pequeno vislumbre de como eram seus companheiros quando se tratavam de ajudar as pessoas. Ainda sim ficava incomodado com a memória de ver o cozinheiro ajudando um marinheiro, mesmo que novo, na cozinha a fazer um delicioso Curry. Isso o fazia questionar certas coisas, principalmente seus ideais.

Mawaha tomava a brisa do início da manhã com um longo casaco jogado por seus ombros, enquanto escrevia e treinava sua caligrafia bem ao topo da figura de proa do navio. Gostava de ficar ali, já que conseguia ter uma boa vista do capitão. Gostava de o ver de perfil, como seu sorriso ficava ou de como parecia alegre, era quase como se já tivesse visto aquela imagem a tempos. Uma lembrança estranha e sem muito sentido. Talvez algo falso.

- Será que realmente estou fazendo o certo? Existem pessoas boas lá na marinha, não existem? - Mawaha murmurava conforme deslizava a caneta por entre os papeis brancos, olhando um ao seu lado. Uma escrita feita por Bascúd que ajudava com sua caligrafia. A grisalha apertou os olhos para o que estava escrito, não entendendo muito bem a letra em certos pontos. - O que está escrito aqui? Não consigo ler. - Pressionou o meio dos olhos.

- Problemas com os estudos? - Shuraiya falava da parte de baixo, encostado e de braços cruzados. - Minha letra é tão feia assim?

- Não, o problema não é sua letra. Na realidade, eu acho ela bem bonita. - Mawaha se virou para o de cabelos quase rosados e bagunçados, apontando com o dedo para uma palavra. - Às vezes eu não consigo entender o que está escrito, ou acabo trocando as palavras. É quase como se elas escorressem quando as leio, mudando a ordem ou seu significado.

- Já tentou colocar um óculos? Talvez ajude. O Crocodile lhe deu um, não deu? - Bascúd continuava a olhar o grisalho que coçava seus olhos, tirando um óculos do bolso e o colocando na ponte do nariz.

- O óculos ajuda na grande maioria das vezes, mas ainda sim acabo trocando a ordem das palavras, ou acabo errando por idiotice. É um saco isso, sinceramente. Chega a ser frustrante. - Mawaha bufou alto, franzindo a testa conforme voltava a escrever. Passou a caneta por mais algumas vezes no papel até que fechasse o caderno que usava para treinar.

- Por que não conversa com aquela rena sobre isso? Talvez ele possa lhe ajudar. Se é algo recorrente e que lhe incomoda, é melhor procurar saber o que é antes que piore ou acabe causando problemas para você. - Bascúd acompanhava Mawaha na descida da cabeça, a vendo ajeitar seu cabelo por entre o longo casaco que chegava a arrastar no chão. - Talvez você precise usar um óculos ideal.

- Não acredito que tenha problema de vista, enxergo muito bem até mesmo no escuro. O grande problema é a leitura mesmo e o entendimento de certas palavras. - Se espreguiçou soltando um longo bocejo. Sentia as costas estalarem e a tontura causada pelos dias sem dormir.

- Você passou a noite acordado, não foi? Tem certeza de que vai ficar bem mesmo sem pregar os olhos? Acho que nunca te vi dormir desde o dia que entrei no Going Merry. - A mão servia de apoio para que o outro corpo se equilibrasse, ouvindo outro bocejo longo. - Deveria dormir por algumas horas.

The Pirate King's Dark ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora