Arco VI: Skypiea. Capítulo XLI:

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As pedras e o solo do Jardim Superior se partiam e sumiam com a força criada pelo impacto, junto ao navio que era afastado da costa pelas ondas da agua e o vento forte criado, fazendo as vigas de madeira rangerem e as velas tremularem mesmo fechadas. Conis se segurava com toda força contra o corrimão, debruçando seu corpo e com o rosto abaixado. Aos poucos, o feixe do trovão sumiu, deixando apenas um rastro de destruição e fogo, subindo a fumaça preta aos céus em meio a um círculo perfeito que se enchia com as nuvens de mar. Aquele era o poder do Todo-Poderoso Deus Enel.

Seus olhos estavam chocados e nublados conforme o corpo cedia ao chão, a imagem ainda fresca sobre a mente era repetida várias e várias vezes, uma pior do que a outra a fazendo tremer.

Conis estava em negação, chocada, tentando processar o ato repentino em meio as memorias do pai gentil e cuidadoso que tinha. Seus olhos se encheram de lagrimas e sua boca foi franzida como se quisesse segurar o grito preso a garganta.

- Pai... – Disse a garota trêmula ao chão fechando as mãos em punhos sobre o assoalho amadeirado. A cada gota pingada sobre o chão, memorias tomavam sua cabeça a deixando ainda mais triste. Suu, sua raposa de estimação, correu para seu colo, a olhando e sentindo as frias lagrimas caírem sobre o rosto peludo e a ponta de seu nariz alongado. Conis puxou o pequeno animal para um abraço apertado, a pressionando contra seu rosto. – Suu! – O choro continuava junto ao barulho que escapava por sua garganta. Uma tristeza profunda e que era incumbida com uma tarefa que apenas Conis poderia fazer naquele momento, tirando forças do ponto mais profundo de seu corpo, levantando sua cabeça. – Agora não é hora para chorar. Nós não temos tempo. – A voz era cortada e trêmula pelo luto que sentia. – Tenho que fazer tudo o que puder. Tenho que avisá-los. – Conis se levantou, limpando o canto dos olhos e deu uma última olhada nos dois ainda apagados. Pegou uma bazuca modificada, trazida por Pagaya para caso houvesse algum perigo, a prendendo nas costas. – Cuide deles, Suu. Preciso ir. – A garota correu em direção ao Waver do pai. Colocando um par de luvas rosas, e pisou o mais fundo que conseguiu no acelerador deixando Suu para tomar conta do navio. – "Tenho que avisar a todos. Ele deu sua vida para nos contar. Todos na ilha precisam saber!" – Franziu novamente a boca apertando as mãos sobre o volante.


[Pé de Feijão: Provação do Ferro]

Ohm se encontrava caído ao chão, com o rosto e corpo ensanguentados e imóvel em meio as pedras. A sua frente, Zoro com um olhar sério, limpando o sangue preso sobre as laminas com um movimento dos braços antes de as guardar.

- "A técnica foi mais difícil do que eu pensava. Isso significa que preciso treinar mais." – Respirou fundo esticando as costas e os músculos que doíam. – Ao menos agora ficou calmo. – Uma sombra fez-se ao seu lado. Era Holy, o grande cachorro com um dos punhos indo em sua direção e com uma expressão feroz em seu rosto. – Pare! – Gritou Zoro ao desviar, vendo o animal parar, sentar e ofegar, o deixando sem entender o que estava acontecendo. – Ele faz o que qualquer um manda!? – Escutou um latido vindo do cachorro, o fazendo bufar mais uma vez conforme tirava a bandana dos cabelos. – Bata na sua cabeça e vá tirar um cochilo. – Obedeceu, caindo em questão de segundos pelo forte soco. Zoro voltou a fazer seu caminho por entre as ruinas, seguindo em direção aos últimos inimigos. A gigantesca anaconda verde e mal-humorada e o guerrilheiro de temperamento curto. – Agora só me restam aqueles dois! Tenho que me apressar. – Disse com os olhos na cobra que passava seu olhar por entre as pedras e construções como se estivesse procurando por algo.

- Não tenho tempo para rodeios. Tenho que te matar! – Wyper voou mais uma vez até os céus vendo mais um ataque com as presas, batendo ao chão quando não o encontrou e recebendo mais uma dose da força da Bazuca Incendiaria. – Você é um estorvo! Morra logo! – Mesmo o feixe azulado e incrivelmente quente passando pelo corpo e pelas ruas, criando um rastro de fogo e destruição, a anaconda permanecia intacta, suas escamas mal tinham sido tocadas ou arranhadas e seu corpo, permanecia com a mesma força de vontade que antes, caçando o guerrilheiro a todo o custo. O homem pulou mais uma vez para o topo de uma das casas, se afastando da grande serpente furiosa. – Mesmo depois de tantos disparos, ela continua sem nenhum ferimento. – Gritou a anaconda tremulando sua língua e batendo o corpo ao chão.

The Pirate King's Dark ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora