Arco VI: Skypiea. Capítulo XL:

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[Jardim Superior: Grupo do Zoro]

Zoro e Crocodile andavam rumo ao desconhecido. Por onde olhavam, apenas o verde das arvores, algumas plantas que, de tão grande que eram, lembravam arbustos saindo do chão. Algumas floridas, algumas espinhosas e outras com formatos estranhos que chamavam a atenção pelo cheiro que exalavam. Em algumas ocasiões o corsário se distanciava um pouco do outro homem e ia até algumas que lhe chamavam a atenção, pegando entre uma e duas espécies, as colocando dentro de um lenço e as guardando no bolso, causando certa estranheza em Zoro.

Em algum momento da caminhada, ambos sentiram um pequeno tremor percorrer pelo chão junto a um barulho alto e um clarão no céu, quase que um prelúdio para o que estava por vir.

- Porque você está pegando essas plantas! Está nos atrasando! – Zoro parou e se virou gritando em direção ao outro mais longe, com a atenção nos pequenos ramos do chão.

- Nenhum motivo em especial ou que seja da sua conta. Continue nos guiando pelo caminho errado, espadachim, e me deixe com as minhas coisas. – Disse o corsário guardando mais uma planta.

- Você não parece ser do tipo que gosta de botânica ou essa parte, e arrisco a dizer que odeia sujar as mãos com terra... – Zoro fechou o olhar em direção ao homem que seguia mais a frente, o acompanhando e juntando as peças em sua cabeça. Era quase como se desse para escutar as engrenagens trabalhando. – Você está fazendo isso para o Mawaha, não é? Porque ele tem essa mania de pegar plantas e coisas estranhas para fazer sabe se lá o que. Foi a mesma coisa quando ele estava explicando sobre aquela planta lá. A Urtiga. Você não estava prestando a atenção em quase nada do que ele estava dizendo, mas foi apenas eu mencionar a deficiência em ferro que você mudou totalmente. Está preocupado com ele. – Abriu um sorriso. – Quem diria que o grande e malvado Mr. Zero estaria preocupado com alguém tão leviano como aquele velho de cabeça grisalha. Chega a ser engraçado.

- Está pensando demais, espadachim. A grande maioria das plantas que eu peguei aqui não foram para ele, e sim para o meu próprio benefício. Mesmo que essa ilha esteja no céu agora, ela pertencia ao Mar Abaixo antes e, querendo ou não, sua essência ainda permanece. Plantas venenosas ou urticantes ainda existem aqui, e um exemplo disso foi essa mesma planta que mencionou. – Crocodile apontou para o gancho. – E como provavelmente você não deve saber, meu gancho possui um compartimento onde se pode colocar veneno ou qualquer líquido que não mude a estrutura do Litrânio. É por isso que estou colhendo plantas pelo caminho. Não sei quais são venenosas ou quais não são e para isso, é preciso alguns testes, mas de qualquer forma, vale o risco. Entendeu, ou é muito para a sua cabeça? Mas até que você está certo em achar que eu estou preocupado com ela, afinal de contas, se a Mawaha vier a morrer ou adoecer ao ponto de não conseguir ser útil, vai ser uma grande perda. Ele tem um grande potencial e seria uma pena o descartar.

- Tanto faz. – Limpou o suor que escorria pelo calor da floresta. – Já faz um bom tempo que estamos andando. Hora de lanchar. – Tirou a mochila que levava em suas costas, pegou uma das marmitas que carregava e se sentou para comer em uma das raízes da arvore. – Olha só, não é ruim... Até que aquele cozinheiro de araque sabe montar uma marmita.

- O jeito que você e aquele cozinheiro se tratam não é muito diferente de como é o meu relacionamento com a Mawaha. – Disse o corsário um pouco mais longe apenas olhando o de cabelos verdes.

- Disse alguma coisa, crocodilo de araque? - Falou Zoro comendo um pouco da comida preparada pelo cozinheiro, não recebendo uma resposta. Era quase como se estivesse sendo ignorado propositalmente. Em meio a mata calma e de vegetação densa, onde o menor barulho os deixavam em alertas, o som alto de um bater de asas puxou a atenção do de cabelos verdes, o fazendo sacar uma de suas espadas. – Quem é!? – O barulho estranho e característico do pássaro, junto ao bico e a boca aberta bem próxima ao outro, empurrando o bico curvo com o cotovelo. – O que está querendo dizer? Quer o meu almoço? – O pássaro abriu ainda mais a boca, fazendo Zoro esconder a marmita. – Isso não! Vira para lá!

The Pirate King's Dark ShadowOnde histórias criam vida. Descubra agora