2° TEM. 22° Capítulo

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POCAH

Enfim hoje é o termino do repouso obrigatório da Mirella, deixei tudo pronto dentro da Máfia, para manter o meu dia completamente livre, só queria ter um momento em paz, sem ter que me preocupar com tudo aquilo. Depois de passar essas duas semanas no comando de tudo, passei a me perguntar como aquele ser toda mal-humorada, aguentava tanta pressão em cima dos ombros. Se bem que ela é a dona de tudo, então as coisas acabaram se tornando um pouco mais fáceis.

Com os pensamentos voando por vários lugares, pude me sentir leve de verdade pela primeira vez na vida. Na realidade esse sentimento tem me acompanhado desde aquele maldito trabalho. No fim das contas, ter agido para ajudar aquela escrota sem pensar muito nas consequências, foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido, uma vez que pude enfim ser eu mesma na frente da Gabrielle. Ter que esconder uma parte do meu passado não era algo que me agradava, mas como falei para ela, só não disse nada por achar não ser necessário, mas se a mesma viesse me questionar algo, não seria eu a esconder dela uma parte da minha vida, não estava em mim, escolher a mentira como pilar do nosso relacionamento.

Tendo prometido a Mirella que passaria na residência Bays, para lhe dar uma carona, já que Viviane foi bem clara na proibição da mesma de subir em cima de uma moto. Me direcionei para lá, assim que troquei as duas rodas pelas estabilidade das quatro muito bem alinhadas. Estou certa de que a mesma deve estar se segurando para não matar um ou algo bem parecido. Apesar de que Márcia está sempre por perto, o que dificulta qualquer ação baseada nessa perspectivas. Se tem alguém nesse mundo que a Mirella tem um amor incondicional e respeita mais do que tudo, é a mãe. E talvez por isso ela se mantenha sempre distante, aparece apenas quando julga ser realmente necessário, o que infelizmente raramente acontece.

Quando falei que estava me sentindo leve e de bem com a vida, não pensei que seria abordada de maneira tão séria, assim que me colocasse os pés do lado de fora do carro. Não entendi a ação cometida por Viviane, porém seu semblante não era de alguém que estivesse apenas brincando, sendo assim, Apenas me coloquei à disposição. Devia ser algo importante, uma vez que não apareço por aqui ou mando recado para a minha adorável ex Chefe há exato três dias.

Pocah: Em que posso ajudar, Sra? - Questionei ao acionar o alarme e dedicar a minha atenção inteiramente a ela.

Viviane: Por favor, me chame apenas de Vivi - Pediu mantendo a seriedade, porém abrindo um breve sorriso de canto - O Sra me deixa muito velha.

Pocah: Claro - Concordei a acompanhando - Então, em que posso ajudá-la, Vivi? - Voltei a questionar, enquanto a  seguia até os fundos de seu jardim.

Viviane: Antes de tudo, já aviso logo que não quero enrolação, então pense muito bem antes de mentir para mim, entendeu? - Diante de tal "aviso", me limitei a apenas assentir.  não havia muito o que dizer depois disso - Acho impressionante a forma como consigo entrar em um consenso com todos a minha volta - Sorriu orgulhosa de si, ao se sentar e pedir para que eu fizesse o mesmo e diante de tal comentário, me coloquei a pensar como foi que alguém feito a Mirella conseguiu entrar nessa família com tanta facilidade, contando apenas com o Jorge como obstáculo. Algo precisava está errado, ela deixou de me contar alguma coisa, precisava ser isso. Não pode ser que o grande problema tenha sido apenas o comandante, não quando a Viviane Parece ser bem mais eficaz em suas ameaças. Preciso tirar isso a limpo mais tarde.

Pocah: De fato é algo para se orgulhar - Comentei esbanjando ironia, ato que serviu para fazê-la sorrir pela primeira vez no momento - Mas o que deseja saber? Não deve ser algo muito bom, já que nem mesmo me deixou ir cumprimentar as meninas primeiro - Reclamei cruzando os braços ao me encostar no banco.

Viviane: Agora entendo porque vocês se deram tão bem - Disse em negação - Parecem duas crianças mimadas. Por isso conseguiram render aquelas duas idiotas que chamo de filhas - Com tal comentário, não foi possível esconder o sorriso que tomou conta do meu rosto. E por um motivo que nem mesmo sei explocar, me questionei por que a Gabrielle nunca falou nada sobre os pais e isso é algo que irei comentar com a mesma em uma oportunidade diferente.

Pocah: Não somos criança, Vivi. Apenas não gostamos de ser contrariadas - Até tentei nos defender, mas não saiu da forma que pensei, já que o sorriso presente em seu rosto apenas aumentou ainda mais. Pelo menos ela nos aceita na família - Mas o que você deseja saber? Ainda não me disse.

Viviane: Claro - Se recompôs e voltou a seriedade de minutos atrás - As cicatrizes presentes ao longo das costelas da Mirella, como ela conseguiu? - Perguntou e foi a minha vez de deixar o sorriso morrer, para dar lugar a uma feição que raramente me acompanhava. Não gostava de me lembrar desse acontecimento em particular.

Pocah: Não seria melhor perguntar diretamente para ela? - Tentei fugir do assunto, mas era óbvio que isso não seria possível.

Viviane: Já fiz isso e a única coisa que recebi como resposta, é que tudo acabou sendo resultado de uma ajuda fornecida a uma amiga - Diante de tal constatação, deixei que meu olhar vagasse para o horizonte - Ou seja, você.

Pocah: Não há muito o que dizer, Vivi. Na verdade, se ela preferiu não te contar, não posso fazer o contrário - Enquanto dizia, minha mente voltou exatamente naquele dia.

Flashback On

Os acontecimentos não estavam muito a meu favor, mas ela ter aparecido foi de muita ajuda, talvez até mais do que isso. Com o assunto fluindo de maneira tão natural, nem mesmo dedicamos tempo a bebida, apenas deixamos o bar um certo tempo depois, onde ela me acompanhou até meu carro.

Mirella: Foi bom te conhecer e se quiser, pode me ligar para novas oportunidades - Abriu um largo sorriso, devolvendo o meu celular, já com o seu número gravado, dessa forma, apenas assenti e dei a partida ainda a observando pelo retrovisor.

Ela apenas deu meia volta e saiu a caminho do seu próprio veículo, imagino eu. Já havia traçado uma certa distância quando me dei conta de que o celular dela por algum motivo idiota, acabou ficando comigo. Na verdade, só fui me dar conta disso quando o mesmo aptou por nova mensagem. Pensando em ter a sorte de ainda a encontrar naquele estacionamento, fiz rapidamente o retorno e aumentei a velocidade, tendo uma péssima surpresa ao finalmente parar perto do carro que julguei ser o dela. Em uma agilidade que desconhecia ser a minha, deixei meu carro e me aproximei dela. Como a mesma não estava acordada, chequei em seu pulso e liguei imediatamente para Emergência. Não sabia muito bem o que fazer, até pensei em ligar para algum contato em seu celular, porém a mesma me fez um pedido completamente ao oposto. Não sei como isso foi acontecer, mas por algum motivo a filha da mãe acabou conseguindo acordar durante o transporte ao hospital mais próximo. Eu já estava com o seu celular em mãos, Apenas tentando decidir qual seria o contato ideal para dar a notícia nada agradável, estava pronta para teclar o verde sobre o contato de Stéfani, que na época era salvo como "Problema Bays". Não entendi o porquê até conhecer a história que elas tiveram.

Mirella: Não faz isso - Disse quase num sussurro ao levar sua mão até o meu braço.

Pocah: Preciso avisar a alguém da sua família, a situação é grave - Tentei explocar, porém ela não me deu ouvidos.

Mirella: Eles só devem ser avisados se algo der errado dentro da maldita sala de cirurgia.

Pocah: Se isso acontecer, você morre - Insisti e ela apenas assentiu, não disse mais nada, porém a decisão não me pertencia e se era o que ela desejava, iria aceitar - Tudo bem.

Para o meu alívio, a cirurgia acabou sendo um grande sucesso e ela acordou dois dias depois, porém não poderia deixar o hospital tão cedo e mesmo assim se recusou a avisar alguém. Se limitou apenas a informar que se encontrava em uma viagem de negócios e nesse momento me questionei em que ela trabalhava, algo que só vim a descobrir meses depois.

Flashback Off

Pocah: Temos esse pacto há um tempo muito longo, para ser quebrado junto agora - Lamentei não poder dizer nada, mas era essa a verdade, não poderia. Apesar de saber que em algum momento tudo irá se esclarecer, ela querendo ou não...









Já chega né? Kkkk

A Agente do FBI e a Sub-Dona Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora