2° TEM. 33° Capítulo

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MIRELLA

Tudo bem que minha nova área de trabalho, me permite andar com uma liberdade sem limites e sem necessitar da presença de uma arma, Porém isso não é algo que irá acontecer com tamanha facilidade, quando se tem a fama que eu possuo. Estando ou não agindo a favor do governo americano, isso não tira o elevado número de Inimigos da minha cola e entre eles, é claro que não poderia faltar o FBI, que parece não aceitar o meu novo posto, o novo posto de toda a equipe. Digo isso exatamente por causa do nosso último carregamento a ser transportado, onde os idiotas decidiram armar uma tentativa de emboscada para nós deter, Porém isso não era algo possível, uma vez que uma copia do contrato emitido a meu pedido e assinado pelo presidente e seus respectivos conselheiros, estava sempre em meu poder e outra no controle de quem quer que fosse o comandante do outro lado da operação. O documento original, também estava em minha posse, já que para mim, ninguém que carregue com tamanho orgulho o título de agente governamental, é digno de minha total confiança. Sendo assim, algo de uma importância tão grande, se encontra muito guardado, junto a tudo que jogo precisar do máximo de segurança possível.

Ter que agir sempre com cautela para evitar a prisão, sempre foi muito emocionante para mim uma vez que estava sempre à frente de todos eles, seja o FBI ou a CIA. Mas devo destacar que poder agir sem ter de me preocupar com eles, também não é algo tão ruim assim, principalmente por saber que foi justamente essa decisão que me colocou em definitivo novamente na vida da Stéfani e esse é o motivo pelo qual não me arrependo de ter tomado tal decisão, mas não vou negar que sinto falta da antiga adrenalina. O perigo eminente era muito tentador e com certeza não é fácil eliminar esse desejo, porém eu faço o que posso e o fato de não poder me jogar de cabeça em nenhuma situação que possa envolver disparos, tem sido de grande ajuda para evitar algum tipo de recaída, mas eu preciso ter em mente que qualquer vacilo da minha parte pode significar a perda da Stéfani de vez e isso não pretendo considerar. Na verdade, estou até estranhando o fato de não termos tido problemas desde o meu incidente, mas sinto que a paz não é algo que goste de nos acompanhar, pois estou com um pressentimento ruim e nem mesmo sei do que pode se tratar, mas ele está aqui e não quer me deixar.

Gabi: Santoro? - Tive minha atenção requerida, sendo obrigada a voltar a mim e esquecer os demais pensamentos - Ouviu algo do que a gente disse aqui? -  Ela é sempre um porre, nunca deixei de jogar isso na cara dela, mas nada me irrita mais do que o simples fato de imaginar que algum filho da puta pode está tramando alguma contra ela ou a Stéfani e claro que agora temos a Pocah para completar o nosso bonde. Por motivo desconhecido, sinto que algo não muito bom nos aguarda e não sei se estou preparada para isso. Em situações normais eu seria a primeira a estufar o peito e bater de frente com qualquer situação de risco, pois eu saberia como agir e qual seria a melhor forma de dar fim a tudo. Mas estando com tantas limitações, as coisas não são mais as mesmas, não me sinto assim tão capaz, não sei se posso as proteger em linha de frente, uma vez que não estou conseguindo cuidar nem mesmo de mim - Mirella?! - Como permaneci em silêncio ignorando sua pergunta por completo, não estranhei sua perda de paciência, essa era ela. Mas algo não estava certo, podia sentir isso. Sendo assim, apenas a observei ainda não dizendo nada.

Fazia algum tempo em que estávamos em meu apartamento, onde decidimos ir depois de um encontro na sorveteria do centro. Por mais que fosse o meu desejo, ainda não havia voltado a habitar a quase mansão que coloquei nome da Stéfani, Quando a mesma foi promovida a Comandante, sendo um presente dado a ela, não aceitaria uma devolução como a mesma tentou dias depois de nosso termino forçado e como não aceitei, também se retirou. Mas pelo que parece, a mesma ainda não está pronta para voltar a embarcar tão profundo nesse recomeço e não serei eu a preciona-la quanto a isso, apesar de pensar muito na oportunidade de voltar a dividir um teto com a mulher Que nunca deixei de amar. Talvez, me mantendo presente e paciente, essa ideia não demore tanto a se tornar algo possível.

Sendo algo que Tem se tornado frequente, elas estavam espalhadas pela sala. Stéfani e Gabrielle no sofá maior, uma deitada sobre a outra, Pocah tendo levado um chega para lá da namorada, se esparramou sobre o chão, ao lado da mesa de centro, eu por minha vez, estando perdida do mundo, estava jogada sobre o sofá menor, fitando o teto mesmo depois dos chamados de Gabrielle, mas sendo obrigada a fitar a intensidade transmitida pela imensidão clara da Stéfani, que se livrou do peso da amiga sobre si e se ajoelhou ao meu lado deixando sua pousada sobre meu ombro.

Stéfani: Mirella? - Chamou de forma suave, totalmente diferente do poço de grosseiria da Gabi, então atraiu meu olhar sobre o seu - O que está acontecendo com você? - A preocupação em sua voz, era perceptível a quilômetros e mesmo não sendo o certo, me sentia bem sabendo o quanto ela se importa. Me fazia voltar ao início do nosso relacionamento e também como no início, a negação era a minha melhor opção.

Mirella: Não é nada, estou bem - Foi tudo o que eu disse enquanto respirava fundo, me sentindo de forma decente.

Stéfani:  Não mente para mim - Pediu se colocando ao meu lado e querendo nos dar privacidade, Pocah se pôs de pé arrastando Gabi junto si até a minha cozinha, ação que não serviu de agrado para a mesma - Se tem algo que aprendi em todo o tempo que tivemos juntas, é ler suas emoções e feições. Sendo assim, sei que não está bem merda nenhuma, então me faça o favor de olhar para mim e me dizer o que está acontecendo contigo - Dando seu ultimato, me obrigou literalmente a olhar para si, uma vez que meus olhos procuravam qualquer ponto que não fossem os seus olhos, pois olhando fixamente para eles, não poderia omitir o que me aflige no momento.

Mirella: Estou apenas preocupada, Stef - Falei soltando um longo suspiro ao me colocar de pé, ela por sua vez, continuou sobre o sofá sem tirar os olhos de mim - Não é nada de outro mundo.

Stéfani: Então porque a sua expressão me diz o contrário? - Disse firme e como não falei nada, respirou fundo e também se pôs de pé a minha frente - Se é para voltarmos a ser o que éramos antes, não acha que o primeiro passo é confiarmos? - Não esconder nada que possa abalar a nossa relação? - Ainda não tendo nada para dizer, mas estando ciente de sua razão, me limitei a apenas assentir. Ela por sua vez, deu mais um passo à frente, levando um dos braços em volta do meu pescoço e deixando a mão livre pousada em meu rosto - Então confia em mim.

Mirella: Eu sempre confiei em você Stéfani, nunca escondi isso - Deixei claro ao pousar em ambas as mãos em sua cintura, a mantendo a mais próximo possível - Mas dessa vez é diferente, não tenho certeza de nada, estou apenas tendo um mal pressentimento e isso não está me deixando em paz - Confessei em voz alta, deixando nossas bocas a mililitros de distância - Não quero que nada de ruim aconteça a você - Como numa presse, sussurrei selando nossos lábios por breves segundos - A nenhuma de vocês.

Stéfani: O tempo onde todos queriam colocar um fim em uma de nós, não existe mais - Disse tão baixo quanto eu, fazendo parecer que o momento era só o nosso - Não precisa se preocupar dessa forma e sabe disso.

Mirella: É tudo o que eu mais queria Stef, mas lá no fundo, você sabe que não é bem assim - Falei mantendo a proximidade de nossas bocas - Quando se trata da gente, as coisas nunca são tão fáceis e o FBI ainda continua na minha cola, não estão de acordo com o apoio que venho recebendo - Sorri em meio ao nervosismo em que estava - Não sei o que fazer com eles.

Stéfani: Não deve fazer nada, não podem te tocar e sabem disso - Sorriu me dando um selinho -  Você não é mais uma criminosa aos olhos da lei, não esquece disso. O seu nome foi limpo, te dando a chance de começar uma nova vida.

Mirella: Eu sei e estou muito feliz com o que venho conquistando - Deixei claro não quebrando a intensidade do olhar, tão pouca aumentando a distância que nos separava - Tudo o que fiz e tenho feito, faria novamente se o resultado fosse te ter outra vez na minha vida.

Stéfani: Mesmo com todos os problemas, nunca deveria ter saído dela - Confessou pela primeira vez em som audível-  Afinal, nunca deixei de te amar - Sorriu largo e eu não fiz diferente a beijando logo em seguida.

Mirella: Eu também amo você, Bays, nunca mudei esse sentimento e nunca mudaria...

A Agente do FBI e a Sub-Dona Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora