2° TEM. 46° Capítulo

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STÉFANI


No fim parece que tudo ao nosso redor sempre pende a dar errado, não importando em qual dos lados possamos estar. Sempre apostei no formato de que se ela deixasse o lado do primo, as coisas se tornariam mais fáceis, mas normais, em nenhum momento achei que iria correr o risco de perdê-la mais uma vez, não pensei que a veria lutar pela vida, estando do lado correto da lei. Ao menos ficou ainda mais evidente meus sentimentos por essa filha da mãe, jamais iriam mudar, isso já havia se tornado um fato consumado para todos a nossa volta e querendo ou não aceitar, havia se tornado incontestáveis para mim também. A amava mais do que estava disposta a admitir e com certeza estaria por perto quando a mesma decidisse sair de seu sono profundo para voltar a nossa realidade, o que ainda levaria mais alguns poucos dias. Pocah por sua vez, parecia estar se recuperando muito bem e segundo o seu médico, iria conseguir se despertar em breve, pois os medicamentos que a amantinham desacordada, havia sido suspenso pela madrugada, a deixando por conta própria a partir de agora. Sendo assim, como tem sido nos últimos dias, passei boa parte do meu tempo em frente ao vidro que me dava a perfeita visão da Ludmilla sobre sua cama, sem nos dar sinais de que também iria acordar o quanto antes. Mas tudo bem, o que importava era o fato de que o médico responsável deixou claro que se ela continuasse melhorando naquele ritmo, iria voltar para a gente antes do tempo estimado.

Soltando um longo Suspiro, espalmei a minha mão em frente ao seu rosto imóvel, em seguida lhe dando as costas para voltar a companhia da Gabi ao lado da Pocah, agradecia imensamente por tudo o que fez por mim, mesmo sabendo que grande parte de seu feito, era o responsável por Gabi está há quase três noites sem dormir, sem ir em casa para ao menos 2 horas que fossem de descanso. Estava feliz por tudo que estavam conquistando juntas, admirava e apoiava o casal que formavam. Mas não nego o quanto me atinge, ver a minha melhor amiga, minha irmã, tão para baixo dessa forma. Sabia que em parte a culpa era toda minha, mas era meio óbvio que independente do que saísse da minha boca, ela jamais voltaria atrás com tudo o que tem fechado com aquela cabeça oca da Mirella e a Gabi sabia disso tão bem quanto eu, a idiota estava em uma situação um pouco pior justamente por fazer por ela, o que Pocah se prontificou a fazer por mim. Mas a culpa jamais seria sua e estava sendo difícil colocar isso em sua mente. Todos que a conhecem, sabem que quando Mirella Santoro se dedica a alguma coisa, é quase impossível fazê-la mudar de idéia é se tratando de manter o bem daqueles que ama, a complicação apenas aumenta.

Durante esses dias que se passaram, algo vem me incomodando mais do que deveria, porém estava tentando me manter quieta, até porque isso não era da minha conta, mas a curiosidade já começa a gritar mais alto.

Desde o início ficou Evidente o modo como a Márcia não era a maior fã da Pocah, mesmo não sendo da minha conta, sempre quis saber o porque. Por esse motivo, não tenho compreendido muito bem o porquê da sua presença em frente ao vidro do quarto da mesma, ao menos meia hora por dia. Era possível perceber a distância, o modo como a preocupação tomava conta do seu ser, não na mesma intensidade que era direcionada a filha, é claro, mas ainda sim, era gritante. Não me contendo em apenas lhe ceder o cumprimento que tem virado rotina, acabei optando por fazer aquilo que não me diz respeito e ir tirar a dúvida que me perseguia.

Stéfani: Márcia, bom dia - Chamei sua atenção lhe cedendo um cumprimento simples, seguido de um forte abraço, pelo qual senti sua enorme tensão - Como está indo com tudo isso? - Não a questão desejada por mim, mas precisava ir com calma, afinal pode ser que eu não vá gostar tanto assim, do que ela pode ter para me dizer.

Márcia: Bom dia, Sté - Forçou um meio sorriso diante o retorno de saudação, soltando um longo e pesado suspiro ao desviar seu olhar mais uma vez sobre a Pocah - Na medida do possível, posso dizer que estou bem. Feliz por saber que ambas sairão dessa em breve e se passarem a me ouvir com mais frequência, pode ser que tudo isso aqui não precise mais acontecer - Assentir me colocando ao seu lado, também fitando o lado de dentro, onde a Gabi tirava um cochilo debruçada sobre o peito da namorada, sem soltar a sua mão - Elas me lembram vocês no passado - Enfim um sorriso sincero se formou em seus lábios e não pude evitar fazer o mesmo com tal comentário, afinal, ela possuía toda a razão.

Stéfani: É meio óbvio que nada disso me diz respeito, mas ainda preciso saber, Márcia - Joguei sem deixar de fitar minha melhor amiga com atenção e preocupação, mas encontrando a curiosidade e duvida, em seguida perante a seu olhar fixado sobre mim. Dessa forma deixei que o assunto criasse vida - O pouco que chegou até a mim e pelo que pude analisar durante a estadia da Mirella lá em casa, para que pudesse ter uma melhor recuperação. Percebi o modo como você se sentia desconfortável com a presença da Pocah, na verdade, estava certa de que você não gostava dela. Mas agora, ver o modo como se dedica a ficar por dentro de toda a sua recuperação, me deixou confusa, curiosa em saber o que mudou, o que fez você ter uma visão diferente, se isso realmente aconteceu, é claro.

Márcia: Minhas ações parecerem indiferentes, não quer dizer que eu não me preocupe com ela, afinal é a melhor amiga da minha única filha - Sorriu devolvendo seu olhar para o ponto que realmente importava no momento - Mas eu possuo os meus motivos para cada uma delas, até porque, não costumo agir de má fé, porém estou certa de que isso precisa ser superado e esquecido, não há razões o suficiente para me prender em tal assunto -  Disse segura de si, mas deixando claro que não seguiria com o porquê de tudo e não seria eu a insistir no contrário, mesmo estando muito curiosa - Desde o momento em que bati meus olhos sobre elas, ficou evidente para mim que a amizade apenas se fortaleceria cada dia mais, não importando o que saísse da minha boca. E de certa forma, estava feliz com isso. Não via minha filha com outros amigos que não fossem a Thabata, desde a sua chegada ao Brasil, então talvez fosse bem a dupla se tornar um trio.

Stéfani: O que te fez mudar de opinião quanto a isso?

Márcia: Minha opinião nunca mudou, ainda acreditava nessa hipótese, porém as ações a seguir deixavam muito a desejar e conhecer um segredo que as duas mantêm para si, me deixou com um pé atrás - Sorriu em negação - Mas hoje, eu vejo o porque de ela nunca ter chegado a mim para me dizer o que precisava.

Stéfani: A amizade delas valia mais que isso tudo - Assentiu sem desviar o olhar.

Márcia: Não seria ela a quebrar a confiança da minha filha - Completou diante meu silêncio - Elas não poderiam ser mais parecidas, se fossem ligadas pelo sangue - Sorriu direcionando sua atenção sobre mim - No que depender das duas, tanto você, quanto a Gabrielle, vão sempre estar seguras - Disse deixando um casto selinho sob meus cabelos antes de deixar aquela parte do hospital, indo para onde a filha estava, tinha certeza disso e ela não poderia estar mais certa em seus palavras. Mas qual o segredo a que se refere?

Deixando momentaneamente de lado essa questão, ajeitei minha postura para enfim poder me colocar do lado de dentro do quarto, onde me coloquei ao lado da Gabi, que parecia tranquila ao se manter naquela posição. Porém veio a despertar em menos de meia hora depois e o motivo não poderia ser melhor.

Pocah: Não acredito que eu estou viva - Sendo as primeiras palavras a sair de sua boca, brincou antes mesmo de abrir os olhos, o que lhe resultou em chuva de leves agressões - Aí, parou? Ainda estou debilitada - Apenas me permitir sorrir para a interação das duas.

Gabi: Idiota, quase me matou de preocupação - Comentou com o olhar choroso e em resposta, Pocah apenas a puxou para dentro do seu abraço, ignorando qualquer dor que pudesse se fazer presente. O que importava no momento, era se sentir bem, de todas as formas possíveis.

Pocah: Como ela está? - Direcionou a pergunta a mim sem desfazer o contato em que estavam, mas deixando claro a sua preocupação com a melhor amiga.

Stéfani: Ficará bem, é tudo o que importa...










Se eu não terminar essa fic hoje, termino amanhã depois das 13h pois é a hr que em cs.

A Agente do FBI e a Sub-Dona Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora