CONCLUÍDO
"Billie Jean não é minha amante, é apenas uma garota que diz que eu sou o único, mas o menino não é meu filho..."
Eu sei que você conhece esses versos. Todo mundo conhece. O que ninguém sabe é o contexto, como eles surgiram e a história po...
_ As mulheres dessa família parecem ter o dom de querer me analisar... que coisa! - eu praguejava sozinho dentro do carro.
Mas elas também tinham o dom de me ensinar... eu estava dirigindo muito, muito melhor desde que Bárbara vinha me dando aulas.
Eu realmente queria pensar mais no que ela falou, sobre eu me esforçar para não ser como meus irmãos, mas agora eu tinha outra coisa para ocupar: eu queria dar um jeito de ver Betty, não apenas de entregar as coisas para ela, porém era perigoso... eu não retinha nenhum álibi, nenhum motivo especial para isso e não queria criar caso, ainda mais depois de pegar Peter no colo, de ter esse vínculo.
Aliás, eu precisava falar com Randy. Ele tinha que assumir o garoto! Ele era um de nós, não havia dúvida! Era só olhar para ele! Não estava certo nenhuma criança viver como ele estava vivendo... eu sabia que Bárbara estava fazendo o melhor que podia, mas dava pra ver que faltava muita coisa, e enquanto para Peter faltava, para meus outros sobrinhos mais que sobrava. Isso não era certo.
Os pensamentos me inundavam e a lembrança do garotinho no meu colo, segurando minha mão com aqueles dedinhos compridos e me olhando com os olhos grandes dos Jacksons não davam espaço para eu montar um plano decente... Eu estava encantado por ele. Tão encantado que quando dei por mim, já estava na rua do hospital.
Parei o carro um pouco mais adiante, coloquei a peruca, a prótese nos dentes, o bigode, o boné e os óculos. Como as pessoas também me viam muito pouco de terno e gravata de modelo mais formal, isso ajudava no disfarce. Agora, era torcer para ninguém lá ser muito fã, porque quem era meu fã mesmo, não tinha jeito: sempre reconhecia. Meus fãs eram incríveis...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A recepção parecia silenciosa quando entrei, a não ser por um radinho que estava sintonizado em uma estação popular que tocava Stevie Wonder... já gostei.
Me concentrei para mudar a voz:
_ Bom dia!
A enfermeira que estava mexendo em um arquivo e cantarolando distraída se virou para me atender. O rapaz que estava sentado na mesa, mais perto de mim, continuou escrevendo alguma coisa em um grande livro preto.
_ Bom dia, pois não? - disse ela, com uma voz pouco simpática.
_ Ãh... Eu sou amigo de Barbara Jhonson, ela não pode vir hoje e eu trouxe as coisas para a irmã dela. O nome é Betty Jhonson. Betty Mary Jhonson.
Me espantei por um minuto por eu me lembrar do nome completo de Betty, sem nem precisar olhar o papel me dado por Barbara.
_ Betty Jhonson?... - repetiu a enfermeira, com cara de dúvida, olhando um quadro preso à parede.
