Dançar com você

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Não foi fácil convencer Bárbara, aliás, nada fácil. Mas estávamos no meu carro.
Eu só não sabia exatamente para onde eu estava indo.

_ Michael... isso é ridículo... me deixa em qualquer hotel. Por aqui mesmo... pra onde você quer me levar? - perguntava Bárbara.

E ela perguntava tanto que eu não conseguia pensar.

_ Você pode esperar um pouco? Eu vou pensar em algo. Não vou deixar você sozinha do jeito que você está...

O jeito era voltar para o apartamento na Lindbrook.

_ A gente vai para o apartamento, pede uma pizza, eu ligo para a minha mãe, invento alguma coisa, e passa a noite lá.

Bárbara me lançou um olhar como se eu tivesse dito a maior blasfêmia do mundo.

_ Ok, vamos para o apartamento, pedimos uma pizza, a gente come, você vai para a sua casa, e amanhã eu deixo a chave em algum lugar e você pega ela de volta. Fim.

Eu comecei a rir. Do que ela tinha medo?

_ Por que não posso dormir no meu apartamento? Está com medo do quê? Você não é a senhorita sangue frio? - perguntei, mais para brincar com ela, assim pelo menos ela podia se irritar com outra coisa.

Ela revirou os olhos.

_ Não vou desvirtuar você. Garoto da igreja. - disse ela, com um sorriso debochado no rosto, contrastando com o rosto inchado do choro.

Ergui as sobrancelhas... "garoto da igreja?"

_ Ah! Agora eu sou garoto da igreja??

Ela riu, uma boa risada. Era isso que eu queria.

_ Mas é sério, Michael. Não precisa dormir comigo... digo... dormir no apartamento comigo. - disse ela, corrigindo-se rápido e continuou - E acho que sua mãe não deve mesmo gostar de você dormindo fora assim. Já li em algum lugar que ela é apegada a você.

Bárbara era muito discreta. Eu amava minhas fãs. Sério. Sempre achava muito doce o modo como elas nos tratavam, mas sabia que era um tipo de amor diferente... por mais que elas dissessem que me amavam, ou que estavam apaixonadas, não era bem de verdade. Você não ama, e nem se apaixona por quem não conhece. E as fãs, algumas que chegavam a conviver um pouco conosco, tinham as vezes essa mania, de falar de coisas de nossa vida como se nos conhecessem. Era a primeira vez que Bárbara fazia aquilo e foi de um modo engraçado, não para forçar uma aproximação, mas sim para forçar um distanciamento.

_ Sim... nós somos muito próximos mesmo... aliás, se não fosse pelo meu pai, eu te levaria para passar a noite lá em casa. Acho que ela iria querer te conhecer. Ela quer conhecer Peter. Pediu para eu falar sobre isso com você, inclusive. - comentei.

Bárbara ficou em silêncio. Apenas abaixou a cabeça, consentindo.

Assim que chegamos novamente ao apartamento, sentei no sofá e peguei a lista telefônica a fim de pedir uma pizza. Eu já estava faminto e imaginava que Bárbara também. Pizza não era o ideal, mas numa segunda-feira à noite era o que teríamos para jantar.

_ Michael... eu queria tomar um banho... tudo bem? - perguntou Bárbara, tão encabulada que precisei me levantar para mostrar o resto do apartamento devidamente pra ela.

_ Claro! Desculpa... deixa eu mostrar o lugar...

Por sorte, algumas coisas menos pessoais, como as roupa de cama dos quartos de hóspedes, já tinham sido trazidas, então havia toalhas e cobertores para ela usar. Indiquei a suíte mais confortável e retornei a sala para deixá-la a vontade.

Michael Jackson - Billie JeanOnde histórias criam vida. Descubra agora