Capítulo 1

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Kathe

E aqui estou eu, andando sozinha pelas ruas de Dallas e morrendo de frio. Ótima ideia de sair sozinha de uma boate que você nem conhecia, Kathe. As luzes das ruas iluminam fracamente as calçadas, criando sombras que parecem dançar ao meu redor. A cada passo, o vento gelado corta minha pele, fazendo-me abraçar a mim mesma na tentativa inútil de me aquecer. As ruas desertas e silenciosas me deixam cada vez mais alerta, e a sensação de vulnerabilidade cresce. Sento-me em uma calçada, meus pés estão me matando de tanto andar nesse salto agulha, e ainda tem esse vestido super curto que Karoline me obrigou a usar. Estou praticamente congelando, mas não consigo voltar para a boate. Não agora.

— Droga... — Resmungo baixinho, sentindo o cansaço tomar conta de mim. Pego meu celular, e, claro, está sem sinal. — Ótimo. — Digo, irritada, enquanto jogo o celular de volta na pequena bolsa preta que Karoline insistiu que eu trouxesse.

— Falando sozinha, gata? — Uma voz rouca e profundamente sexy me surpreende. Meu coração quase para, e sinto uma onda de calor percorrer meu corpo, algo que não tem nada a ver com o frio que sinto. Levanto a cabeça devagar, encontrando os olhos de um homem alto, moreno, com cabelos pretos arrepiados e barba bem feita, do tipo que realça sua masculinidade. Ele veste uma camisa preta justa que destaca seus músculos e uma calça jeans escura que deixa pouco à imaginação. O volume na frente da calça é inegavelmente perceptível, e me pergunto se ele faz ideia do quanto é atraente.

— Ah... Não, é... estou meio que perdida. — Respondo com um sorriso tímido, sentindo minhas bochechas corarem. Tento desviar o olhar, mas é difícil.

— Deu para imaginar. Uma mulher qualquer de Dallas não seria louca de sair sozinha por essas ruas, ainda mais vestida assim. — Ele comenta, os olhos escuros percorrendo meu corpo mesmo enquanto estou sentada. Ele morde o lábio inferior de uma forma que me faz sentir um calafrio.

— Por que? Não entendi a piada.

— Não foi piada, princesa. Essas ruas são muito perigosas. — Ele sorri, e meu Deus, que sorriso! É aquele tipo de sorriso que faz seu coração bater mais rápido, misturando charme e uma pitada de perigo.

— E você? Por que está sozinho nessas ruas também? — Tento me recompor, mas a proximidade dele me deixa nervosa.

— Não estou sozinho. Estou com meu carro. — Ele aponta para uma BMW preta, estacionada na esquina. Parece tão nova que quase brilha sob as luzes da rua.

— Ah...

— Levanta daí, vou te dar uma carona. — Ele sugere com um tom que parece mais uma ordem do que um convite.

Eu me levanto, ajeitando o vestido que, claro, só faz os olhos dele seguirem cada movimento meu, analisando cada curva do meu corpo.

— Dá para parar de me olhar? Não vou pegar carona com você, ficou doido? — Tento soar firme, mas minha voz sai mais hesitante do que eu gostaria.

— Qual é, princesa? São três horas da manhã, tá frio, e você tá sozinha. Eu não vou te morder, relaxa.

— Não, muito obrigada. — Digo, começando a andar, mas ele me segue, o som de seus passos ecoando na calçada atrás de mim.

— Tá complicando as coisas, princesa. Não quero te deixar aqui sozinha.

— Muito obrigada pela preocupação, mas eu estou bem. — Tento me afastar, mas de repente sinto meu equilíbrio falhar e caio direto nos braços dele. Braços fortes, mãos grandes que seguram minha cintura com firmeza. Olho para o chão para ver o que me fez cair e percebo, frustrada, que meu salto quebrou. — Mas que droga.

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