Capítulo 31- Lorenzo

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Eu estava cada dia melhor.

Na verdade, segundo Irina, fisicamente eu estava perfeito.

Até meus pulmões que ela ficou receosa por um tempo estava funcionando cem por cento.

Minha cabeça não possuía traumas ou inchaços, estava perfeita, pelo menos o físico dela.

Luna tinha me contado tudo sobre nossas últimas aventuras.

Eu já sabia que era aventureiro e claro que eu lembrava das minhas conexões com um pessoal meio diferente. Mas daí a ser, como dizia Luna, B.F.F. do chefão da máfia, era algo bem incomum, até para mim.

Fiquei imaginando Ethan e Luna naquela vida e não conseguia vê-los inseridos nisso. Mas o fato é que, aparentemente todos estávamos e gostávamos muito.

Sinceramente, aquilo não me incomodava. Eu era o que era e pronto.

Só tinha algo que me incomodava e era a ruiva.

Eu a evitava pois toda vez que a via ficava arrepiado, esquisito e excitado e ela parecia querer me bater sempre.

Eu não tinha medo dela, talvez um pouquinho, mas apanhar de mulher não estava entre meus fetiches.

A verdade, falando sinceramente, eu meio que tinha um certo pavor dela.

Ela me assustava, da mesma forma que me atraia. E eu estava ficando louco, tentando me lembrar dela, mas nada.

A médica dissera que, algumas coisas viriam com o tempo, que eu poderia sofrer um gatilho e que tudo viria de uma vez. Disse que talvez eu fosse tendo flashes de acontecimentos ou que na pior das hipóteses, eu não recuperaria os dois anos e meio perdidos e que eu deveria fazer novas lembranças.

Eu a entendia, mas não concordava.

Pelo que Luna dizia, muitas coisas importantes aconteceram conosco nesses últimos dois anos e eu queria lembrar de tudo.

Sai da piscina, onde vinha treinando todos os dias como forma de fisioterapia. Me sequei e joguei a toalha nos ombros e fui para o quarto onde estava instalado.

Já era tarde, minha intenção era tomar um banho e me deitar, pois o treino me ajudava a relaxar e dormir.

Estava entretido com a toalha que, secava os cabelos para não molhar a casa toda, entrei e fechei a porta.

Quando me viro para seguir em direção ao banheiro, vejo a ruiva na lateral da cama, olhando os lençóis ainda desarrumados.

Seus dedos passavam pela cama, sem tocar.

Ela não tinha me visto ainda, nem escutado quando fechei a porta.

Estava com um fone de ouvido e escutava uma música alta que dizia:

"Baby I'm preying on you tonight. Hunt you down eat you alive. Just like animals, animals.Like animals-mals. Maybe you think that you can hide. I can smell your scent from miles. Just like animals, animals. Like animals-mals. Baby I'm So if I run it's not enough. You're still in my head. Forever stuck... (Maroon 5 – Animals)".

Basicamente, a música gritava que ele estava caçando aquela noite, sentindo o cheiro dela de longe, como animais... e mesmo que corresse, ainda estaria preso em sua mente.

A música era no mínimo, um tanto quanto pesada e fazia apologia a um perseguidor.

Mas ver aquela ruiva, passando os dedos sobre a cama enquanto seus lábios sussurravam trechos da canção, davam um novo sentido a música e uma nova vida a minha ereção.

Mulheres Poderosas III - PietraOnde histórias criam vida. Descubra agora