Capítulo 35 - Lorenzo

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Acordei sentindo o delicioso cheiro da ruiva no meu travesseiro, me lembrei da noite que tivemos em detalhes. Suas dúvidas, seu prazer e sua entrega... e que entrega, quando ela resolveu deixar as dúvidas de lado e se entregar, foi só prazer.

Lembrei novamente da pinta em suas costas, de como ela tinha chamado a minha atenção, da imagem que se formou em minha cabeça no momento em que estávamos...

_ Aiiii merda. – Grito colocando as mãos na cabeça.

Minha cabeça parece ter levado uma pancada e do nada, sem esperar... muitos flashes disparando nela o tempo todo.

Era uma dor intensa, misturada com a agonia de muitas lembranças, memórias. Tudo junto, misturado, bagunçado e real, muito real.

Os dois últimos anos perdidos. Ethan, Donna, Mia, Takeo, Francesco, Luna, Diego, Enrico e claro Pietra.

Me lembrava de tudo e de todos eles.

As informações vinham em ondas, umas mais leves outras mais intensas. Minha cabeça parecia querer explodir. Tentei sair da cama, mas a tentativa foi um caos e eu caí no chão.

Não conseguia sair da posição em que caí enrolado no chão, parecendo um feto.

Tentei chamar Pietra ou qualquer um que tivesse perto, mas minha voz quase não saia.

Juntei todo o resto de força que tinha e gritei o mais alto que consegui.

Perdi os sentidos e quando voltei, estava na cama, cercado por Irina e Enrico.

_ Lorenzo. O que houve? – quis saber a médica.

_ Eu me lembrei.

_ Sério, do que se lembra? E porque te encontramos no chão, nu?

_ Acho que me lembrei de tudo e de todos. Veio tudo tão rápido e tão forte. E a dor, nossa a dor veio junto e cai quando tentei levantar.

_ O que é tudo e todos exatamente. – perguntou Irina.

_ Lembro de todas as coisas que fiz. Cada detalhe. De todas as pessoas, não só dos meus irmãos, mas do Enrico e de Francesco, dos homens do Perez. De Luna e vocês me resgatando. De Pietra, de sua pinta.

_ Ótimo. E agora como está se sentindo?

_ A cabeça ainda doí um pouco, mas estou bem. – disse tentando sair da cama.

_ Ei calma, você apagou por um tempo, mas já refiz alguns exames e parece estar ótimo. Mas não se apresse, vou te dar uma medicação para baixar a pressão que está muito alta e amenizar essa ansiedade. Precisa descansar um pouco mais, relaxar e deixar as coisas se assentarem.

_ Mas eu preciso contar pra Luna e para Pietra. Principalmente para Pietra, ela anda bastante chateada comigo porque não me recordava dela. Mas foi ela ontem, foi um flash dela que me ajudou a lembrar. Foi a pinta dela meu gatilho, como você disse. Ai!!! – senti a picada da agulha entrando no meu braço. _ Isso doí, poderia ter avisado.

_ Você está muito agitado e eu disse que iria te medicar.

_ Já medicou, agora pode chamar as meninas pra mim, por favor. – Pedi.

_ Precisa descansar, depois falaremos das meninas.

Vi a médica se aproximar da porta onde Enrico estava com cara de poucos amigos, disse algo a ele que concordou com a cabeça e eu voltei a escuridão lentamente.

Mulheres Poderosas III - PietraOnde histórias criam vida. Descubra agora