As coisas no complexo estavam começando a se normalizar.
Depois da raiva e da impotência que senti, causadas por meu pai, vulgo Dom Fernan, entendi que o que ele queria era manter o legado dos Basile vivo e prospero.
Dom Fernan era um homem de bom coração e preferia resolver as coisas de forma mais racional, na conversa. Eu era impetuoso demais, gostava de ver o sangue daqueles que me prejudicavam sendo derramados. Eu não gostava de esperar a oportunidade perfeita. Eu queria tudo pra ontem. Felizmente, eu era cercado por pessoas mais "tranquilas" e agora, vendo as coisas ao meu redor, consigo até ser um pouco grato.
Todos a nossa volta estavam bem e seguros, graças a Dom Fernan e sua perspicácia, eu era um mafioso muito bom, mas tinha muito que aprender com ele.
Minha única dúvida era Lorenzo, que estava num treinamento intensivo que Dom Fernan preparou pra ele, mas que não havia dado notícias ainda.
Embora ele tenha garantido que, suas condições físicas eram excelentes e que Irina tinha autorizado o treino.
Para alguém que havia tido uma parada e estado morto por três minutos, eu achava que era muito cedo pra tal treinamento, mas ele já estava em curso e eu não sabia onde.
Tudo que eu sabia era que Irina estava próxima, monitorando.
Eu perguntei sobre sua perda de memória, mas papai não me disse nada.
Tirando esse pequeno detalhe, as coisas estavam fluindo.
Reerguemos e reforçamos algumas casas e estruturas e com a ajuda de Ethan conseguimos grampear, equipar e mapear cada cantinho do complexo.
Tínhamos microcâmeras nos lugares mais absurdos e improváveis.
Antes tínhamos nos lugares padrões. Agora, todo lugar, era lugar e ponto cego era algo quase impossível, porque as câmeras pareciam cobrir cada cantinho.
Em nossos quartos, também havia micro câmeras. Até em nossos banheiros privados, uma vez que outras pessoas limpavam ou podiam eventualmente aparecer.
Claro que para que pudéssemos ter nossas privacidades preservadas, teríamos que desligá-las sempre que estivéssemos no ambiente, mas ao sairmos, elas ficariam ligadas o tempo todo.
Eu nunca me considerei um machista. Talvez um pouco, mas a supremacia do homem era uma coisa cultural e esteve entranhada em nós desde sempre, então eu não via problema em me achar superior.
Por isso, admitir que nossa família estava cada dia melhor, mais limpa e fortalecida, graças a um grupo de mulheres, no início, foi bem complicado pra mim.
Felizmente, elas me fizeram perceber muitas coisas.
Primeiro que, não havia competição ou superioridade e sim uma junção de forças. Em músculos, nós homens ganhávamos, mas nada superava a inteligência e a paciência da mulher.
Segundo mulher quando resolvia ser ruim, nem o diabo as queria por perto.
Quando Luna entregou minutos mais cedo a cabeça de Petrov enrolada em uma toalha, pensei que aquela menina de cabelo de arco-íris surtaria. Mas quando Enrico perguntou a Pietra como ela havia feito para degolá-lo e ela disse que tinha sido com a ajuda de Luna, percebi que tínhamos um quarteto formado.
Sabe a história de um é pouco, dois é bom... no nosso caso, três era ótimo. Pois tínhamos, Donna e Mia que eram assassinas imbatíveis e Pietra que dia a dia se tornava uma mafiosa incrível. Quatro definitivamente era nosso número da sorte, quatro seria o máximo e o melhor, eu sabia que elas jamais nos trairiam, nem nós a elas. Estamos cada dia mais, ligados uns aos outros.
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Mulheres Poderosas III - Pietra
RomantizmNão é fácil ser mulher, agora quando além disso você nasce na máfia, as dificuldades aumentam consideravelmente. Mulheres nascidas na máfia são sinônimos de bons casamentos e boas alianças. Elas devem ser respeitadas por todos, mas sempre será apen...