Lorenzo demorou muito pra dormir.
Apesar de ter dormido, tenho o sono fraco e toda vez que despertava, sentia suas mãos me acariciando, como não queria sair daquele abraço, mantive os olhos fechados e aproveitei o carinho e o aconchego.
Quando ele finalmente foi dormir, já estava quase amanhecendo.
De todas as coisas que eu queria, a que eu não queria ver, era a dúvida, o medo e a possível rejeição em seus olhos.
Então, resolvi antecipar a viagem que faria aquela tarde.
Levantei-me devagar e sem fazer barulho, peguei meu vestido jogado no canto da porta do banheiro e apesar de procurar minha calcinha não consegui encontrar, sem perder tempo agarrei os fones de ouvido e o aparelho de celular descartável que havia encontrado nas coisas de Enrico e sai.
Fechei lentamente a porta nas minhas costas e fui para o meu quarto.
Tomei um rápido banho, peguei uma mochila e fiz minha mala. Joguei na costa, peguei a chave da lancha que tinha roubado de Enrico e desci para a cozinha. Apanhei umas frutas e água e coloquei numa bolsa térmica.
Queria estar preparada porque como eu não sabia onde estava, nem para onde ia e isso poderia durar dias... no mar... melhor estar preparada, com muito líquido e porque não umas coisinhas para comer.
Antes de sair, abri o armário e peguei uns salgadinhos que lá tinha.
Saí com as coisas rumo a marina que tinha construída ali naquela ilha.
Logo que cheguei na ilha, notei que havia uma lancha cabinada, uns botes, um pequeno barco de madeira a motor e agora o iate.
Já tinha olhado e verificado, bem de perto todas as opções.
A lancha servia ao meu propósito. Era rápida, parecia estar em bom estado, tinha um quarto e um banheiro, caso eu precisasse e eu poderia me segurar nela por uns dias, pois já tinha furtado uns litros extras de combustível e guardado no armário do pequeno quarto, na cabine.
O iate tinha sofrido algumas avarias que Enrico, Luigi e Lorenzo tentavam consertar, caso precisassem voltar.
Soltei a lancha, liguei seu motor e saí.
Até que acordassem e sentissem minha falta, eu já estaria longe.
Andei até o sol estar alto no céu.
Devia já ser hora do almoço, então parei a lancha e me preparei para comer alguma coisa, quando uma Luna descabelada aparece na minha frente.
_ Luna?!?!?! O que está fazendo aqui?!?!?!
_ Estava dormindo. Até sentir fome. – Sentou-se no banquinho ao meu lado e arrastou debaixo do banco uma caixa de isopor, me jogando uma caixinha de suco.
_ Você não seria estupida de pegar a lancha sozinha, seria?
_ Como você foi? Não. – Fez uma pausa, deu um gole e tirou um embrulho de dentro da caixa. _ Pão gelado? – peguei o lanche que apesar de frio estava com uma cara muito boa e comemos um tempo em silencio.
Peguei as frutas que tinha trazido e os salgadinhos e dei para ela guardar na coleção de comidas que ela parecia ter.
_ E então... – perguntei.
_ Então o que? Eu sabia que você vinha e quis vir. Aguentar três homens, sozinha, sem nada para fazer, não é meu objetivo de vida.
_ Achei que você e Enrico estavam tipo, tendo um lance.
_ Ele tipo, cortou relações comigo. Só fala comigo quando é absolutamente necessário.
_ Bom assim?
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Mulheres Poderosas III - Pietra
RomanceNão é fácil ser mulher, agora quando além disso você nasce na máfia, as dificuldades aumentam consideravelmente. Mulheres nascidas na máfia são sinônimos de bons casamentos e boas alianças. Elas devem ser respeitadas por todos, mas sempre será apen...