Eu adorava mulheres.
Loiras, morenas, ruivas, brancas, negras, asiáticas, europeias.
Gordas ou magras. Altas ou baixas.
Qualquer uma, de qualquer jeito.
Adorava beijá-las e senti-las. Suas curvas, sua maciez, suas carnes, seus toques, seus cheiros.
Mulheres nasceram para serem adoradas, paparicadas e idolatradas, na cama. Fora dela, elas eram uma puta dor no saco.
Por essa e outras razões, que fugi de todos os casamentos arranjados para mim, por Don Fernan.
Ele dizia que era como meu pai e sim eu o respeitava como um filho, e como tal, ele devia me arranjar uma boa esposa. Obviamente, se ele tivesse insistido muito eu teria que obedecer, mas não foi o caso.
E depois, eu sempre tinha a desculpa que primeiro deveríamos casar seus filhos de sangue, o que para mim, até algum tempo atrás, seria o mesmo que dizer que havia uma nascente de água cristalina, no meio do árido deserto.
Agora Francesco estava enrolado e pelo visto Pietra não estava longe de fazer o mesmo. Eu teria no mínimo mais um ano de liberdade, se tivesse tudo isso e queria aproveitar muito e muito bem.
_ Pensando na menina arco-íris? – brincou Luigi, chegando sabe-se lá de onde.
_ Acha que eu não tenho mais nada a fazer?
_ Desde que ela sumiu, sobrou bastante tempo à toa para todos, afinal além de linda, ela é muito inteligente e corajosa. Apreciava bastante a companhia dela.
_ Aprecia a morte também pelo jeito, não é?
_ Qual é Rico. Você mesmo disse que se pudesse esganaria ela com as mãos, então provavelmente não queria ela por perto, deveria estar feliz com isso.
_ Ela não é para o teu bico.
_ Ei... eu sei, mas se ela quiser minha companhia. Ela pareceu interessada em aprender defesa pessoal comigo e você sabe, uma coisa leva a outra ...
_ Eu vou te fazer uma pergunta e presta muita atenção no que vai responder. Tocou nela de alguma maneira, foi desrespeitoso com ela?
_ Claro que não... ainda. Eu sou meio devagar nessas paradas. Sabe, muitos anos casado, desaprendi a paquerar. Mas... posso reaprender, vou começar a preparar o terreno e vamos ver no que vai dar.
_ Nem pense nisso Luigi. Ou eu não respondo por mim. Primeiro porque você conhece as leis da máfia, eu detestaria ver Dara criar os filhos sozinha, mas faria isso, não tenha dúvidas. – disse friamente, com a raiva fervilhando em mim.
_ Porra mais isso é egoísmo, Rico. Você não quer, e ela é linda. Qual o problema em dar uns amassos nela. Se o padrinho permitir e Francesco não se importar, largo minha esposa e fico com ela. – Luigi falou pra mim com um sorriso zombeteiro.
Engatilhei minha arma que estava na cintura e pus na cabeça dele.
_ Infelizmente para você, na máfia, morto não casa, nem se divorcia.
Lorenzo escolheu justamente essa hora pra chegar e atrapalhar, a quase morte de Luigi que ainda ria de mim.
_ Eiiii ... eiii, calma aí..., vamos acalmar os ânimos aqui. O que está acontecendo?
_ Talvez você mesmo queira atirar nele. Ele está dizendo alguns absurdos sobre a sua irmã.
Lorenzo riu e tocou na minha mão, fazendo com que eu abaixasse a arma.
_ Por favor Enrico, guarda isso. Não sei o que ele disse, mas nada justifica perder um amigo e alguém de confiança por dizer umas palavras atoa.
Mesmo irritado, percebi que ele tinha razão. Não podia matar o idiota, ele era cria da casa, além do mais Don Fernan e Francesco confiavam muito nele e eu pagaria caro por isso.
_ Agora me fala Luigi, o que disse pra Enrico querer te matar?
_ Na minha opinião, nada demais. Disse que Luna era linda, inteligente e que se ele não quisesse, eu iria tentar a sorte, até casaria com ela se Don Fernan consentisse.
_ Ficou bravo por isso Enrico? Sério?
_ Não. Eu... ele foi...ele é casado cacete.
_ Olha preciso avisar os dois. A Luna dispensou um cara muito, muito top, por muito menos. Ela gosta de homens que sabem o que quer, não os que sentam e esperam a vida acontecer. Se resolverem podar ela, esqueçam. Então meu conselho aos dois. Enrico, se quer ela, nunca restrinja seus movimentos, se a Luna se sentir presa ela vai voar para longe. Quanto a você Luigi, primeiro a Luna jamais ficaria com um homem comprometido. Segundo, nunca fale em casamento pra ela, deixe fluir. Além do que, se bem conheço minha irmã, Luna só será capaz de se amarrar a alguém quando eu e Ethan estivermos bem resolvidos. Dito isso rapazes, não deixe ela ver essas brigas bobas, ela vai odiar. Por falar nisso, onde ela está, estou procurando-a e a Pietra desde ontem quando acordei e até agora não vi nenhuma delas.
_ Sobre isso... – Luigi olhou para mim sorrindo com ar de deboche e completou. _ Ele pode te explicar.
_ Sua irmã e a Pietra saíram de lancha.
_ Faz tempo?
_ Ontem.
_ Ontem? E foram para onde?
_ Para o complexo.
_ Caralho e só agora você me fala. Vamos embora logo. Elas podem estar precisando de ajuda.
_ Não estão. E nós não vamos sair daqui.
_ Está louco, minha irmã está por aí no mar e você está nessa tranquilidade?
_ Consertei o rádio. Don Fernan disse que elas chegaram bem. E que a ordem para continuar aqui, deve ser mantida.
_ Cara, as vezes você e sua obediência cega é um porre.
_ Prefere esperar novas ordens ou morrer tentando chegar lá.
_ Prefiro que Luna não te escolha para ser meu cunhado. – Virou as costas e saiu bufando.
Quem quer ser escolhido.
Eu com certeza não.
Era melhor sinalizar o okay para o treinamento do playboyzinho, afinal clinicamente Irina já tinha liberado ele, com certeza ele estava apto pra sofrer mais um pouquinho.
Dom Fernan foi taxativo em prepará-lo para servir e era isso que faríamos.
Esperava que o garoto sobrevivesse as vinte e quatro horas de treino básico, preparado para ele.
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Mulheres Poderosas III - Pietra
RomanceNão é fácil ser mulher, agora quando além disso você nasce na máfia, as dificuldades aumentam consideravelmente. Mulheres nascidas na máfia são sinônimos de bons casamentos e boas alianças. Elas devem ser respeitadas por todos, mas sempre será apen...