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                                                                                           Liana

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                                                                                           Liana

Coragem. Coragem é tudo o que uma pessoa precisa ter. Mas o medo também pode ser bom. Ele nos impede de cometer loucuras e de virarmos monstros. No mundo em que vivemos é bem fácil esquecer disso.

Não que eu me esqueça por algum momento.

Preferia não ter matado a coitada da Drachar.

O dia está ensolarado no palácio, tudo está estranhamente quieto hoje. Há alguns criados circulando por aí, mas nem notam minha presença. Seria estranho na realidade se notassem. Meu pai e a rainha saíram a negócios, acho que devem voltar de tarde. Não tenho mais deveres a serem cumpridos, só mais um almoço com a dama Sole Bolser, e meu dia se encerra.

Adentro por mais alguns longos e enormes corredores dourados, com várias tapeçarias, quadros e plantas luxuosas. Cresci nesse ambiente, mas ainda, sim, estranho o lugar.

A sala de almoço está a menos de um corredor de distância agora. Viro a esquerda e lá está ela, me esperando ao lado dos guardas, pontual como sempre.

— Bom dia vossa alteza. — Maryh diz com uma leve inclinação de cabeça.

Minha criada particular e também minha melhor amiga, estava me aguardando calma e paciente. Nunca a vi estressada ou muito nervosa, essa era uma ótima qualidade, para uma criada.

— Olá, Maryh. Imagino que a vaca da dama Sole já esteja no aguardo.

Ela segura uma risada com a mão, para não ser ouvida.

— Ela está lá dentro. Pronta para aguentá-la?

Desdenho com a cabeça. Sole fazia várias perguntas quando visitava o castelo. É irmã da rainha, acho que nem Freya a aguenta. Por isso, sempre que vêm nos visitar, eu tenho que ficar com a dama.

Respiro fundo e solto lentamente. — É o último compromisso, depois posso sumir. — Os guardas abrem a porta, revelando uma mulher de cabelos ruivos e olhos pretos, me encarando sentada em uma mesa redonda. A sala é enorme—Como o resto do palácio. — As janelas são altas e cortinas leves as cobrem. Os criados espalhados pela sala se curvam devagar conforme eu caminho para o meu lugar a sua frente.

— Olá Liana. É ótimo te ver novamente, que pena que minha irmã anda me evitando.

— Não acho que ela esteja te evitando. Ela é a rainha, é muito ocupada.

Com um sorriso claramente chateado e nada convencido, ela concorda abaixando a cabeça, para de novo olhar para mim, com seus olhos penetrantes.

— Onde está Àsdís? Queria poder ver minha sobrinha hoje.

— Ah, minha irmã anda muito sumida... Ela está sempre ocupada, como herdeira isso é normal.

— Claramente a única pessoa desocupada nesse palácio é a senhorita. Acho que como bastarda não deva ter muitos... — pensa nas palavras. — Afazeres.

Reino dos Eclipses vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora