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                                                                                          Liana

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                                                                                          Liana

E novamente a sensação familiar volta.

Está claro e escuro, tudo misturado em uma bela bagunça de cores, machuca um pouco minha visão quando fica e escuro e, de repente, tudo fica claro. Demora um pouco até que eu me acostume com isso.

Não há gritos, nenhuma campina dessa vez.

Não há trevas, nem luz.

Mas novamente, estou sozinha.

Tento levantar-me da superfície em que estou, não é um chão, mas o sinto mesmo assim. Sinto-me tonta e enjoada, mas me forço a me concentrar.

Não vejo nada direito por mais que force minha visão. A velha sensação de medo, me invade antes que eu possa impedir. Então, deixo que me guie.

Mas tudo para.

O lugar fica meio escuro e meio claro, em uma perfeita divisão entre os dois, o perfeito e magnífico equilíbrio.

Tento andar e encontrar algo, mas não há nada. Não sei se isso é melhor que a bela e confortável campina, mas com certeza, é um alívio perto da tortura dos pesadelos de gritos incensáveis. Não faço nada, espero algo acontecer. Tem que acontecer algo, não vou ficar assim até acordar.

Acho que eu estou certa nisso, pois, a parte clara começa a ficar mais brilhante e cegante do que nunca, ela começa a afastar, a varrer por completo a escuridão. Deixando assim, o lugar todo claro e revigorante, impossível de se ver algo, contudo, sinto que posso confiar.

De algum modo, sinto que nada pode me machucar.

Fecho os olhos para acalmar minha visão ardente. Respiro fundo desacelerando meu coração, fecho os punhos e cravo as unhas na palma.

Quando reabro os olhos lentamente, estou na praia.

Uma bela e rochosa praia. As ondas quebram na areia com um barulho bem familiar que me enche de calor.

Uma figura está sentada brincando na areia, formando um castelinho cheio de colchas e estrelas do mar. Não preciso de muito para reconhecer o sorriso infantil, e os gestos atrapalhados. Luccay.

Não ligo para mais nada. Corro até chegar perto dele, a areia mais fofa, voa com a leve brisa que balança meus cabelos. Algumas pedrinhas soterradas na areia machucam meus pés, mas nada, nem um tsunami ou um furacão, poderiam me impedir de chegar até ele.

A criança sorri alegremente ao me ver chegar, e tenta não se frustrar quando derrubo seu castelinho para o abraçar quase desesperada. O aconchego em meus braços, seu pequenino corpo se encaixa perfeitamente no meu peito. O aperto até não ter mais forças, acho que o deixo sem ar, porém, ele não reclama.

Reino dos Eclipses vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora