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                                                                                             Liana

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                                                                                             Liana

Não quero que ninguém me veja.

Reparo em rostos familiares na multidão. Radeon, Azura, Jaqueline e Analitya.

Mas não penso neles. Uma despedida já é dolorosa o suficiente. Ametista confiou em mim por um motivo, ela queria que eu entregasse algumas palavras a ele. Eu sei que queria.

Ryzen está sentado nas escadas do altar, onde, com certeza, foi realizada sua coroação. Caminho mais rápido aos empurrões. Ele passa as mãos pela silhueta de uma jovem de vestido fino. Depois sorri com malícia para outra nobre de cabelos loiros que o serve uma taça de vinho, expondo seu decote profundo. Arrependo-me de ir até ele, penso em voltar.

Mas, quando vou virar, uma criada estranhamente estabanada esbarra em mim, e cambaleando vou parar bem na sua frente. O rei encara-me com os olhos perturbadoramente sóbrios. Esperava o ver mais...bêbado

— Olá.

—Olá — respondo.

Ele passa as mãos nos cabelos pretos, e olha-me com surpresa.

—Esperei te ver aqui mais cedo, mas estou feliz que apareceu — dá de ombros.

Coro com a doçura das palavras.

— Podemos conversar? —indago com a inocência de uma leoa. As garotas me fuzilam quando o príncipe... o rei, levanta-se com um salto e um sorriso aliviado.

— È claro.

*

Caminhamos rapidamente até uma sala a poucos metros de distância do salão, mas é privada.

Olho ao redor, uma salinha de música, um piano se localiza ao meio, e vários instrumentos em volta. Esperando serem usados, pedindo para que alguém os toque. Ryzen percebe meu olhar, e dirige-se até ele, calmo, como se quisesse fazer isso há tempos.

Quando ele se acomoda no banco do piano, e começa a tocar uma melodia sombria e brilhante, meu coração acelera, e continua acelerando quando a música vai subindo.

A única pessoa que conheci tocar assim, era Àsdís. A paixão que ambos colocam nas teclas, nunca vi nenhuma pessoa colocar em nenhum outro lugar. A música envolve-me como ondas envolvem a areia. Fecho os olhos e deixo a melodia me guiar, começo a balançar o corpo conforme as notas vão mudando. E logo estou dançando pela sala, sozinha.

O rei ri com minha performance improvisada. O som causa-me arrepios, lembra-me de bons momentos, da chuva de verão, de raios, de sois quentes e calorosos, de um tempo sem dor nem morte.

A música acaba lentamente e por fim, ele levanta e caminha até mim.

— Podemos formar uma bela dupla — dá de ombros com aquele sorriso maroto.

Reino dos Eclipses vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora