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                                                                                             Liana

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                                                                                             Liana

Acho que eu dormi.

Acordo de súbito com o barulho de passos se aproximando, chaves soando. Olho para frente, Clove conseguiu dormir, deve ter caído no sono após de mim. Wick parece ter hibernado, cheguei a me preocupar algumas vezes, mas seu peito sobe e desce em um ritmo tranquilo.

Os passos se aproximam e fico alerta.

O guarda de uniforme azul com sua espada reluzente para a minha frente. Tentar atacá-lo seria burrice, além de mal conseguir me mover com essa vinhas. Uma figura está esperando atrás do guarda, eles cochicham algo e depois ele sai, tão rápido como quando chegou.

Reconheço o brilho nos olhos. Reconheceria em qualquer lugar.

—Você está acabada, Vossa Alteza — sussurra Maryh para mim, meu peito se infla de amor.

— O que está fazendo aqui? Não apenas nesse reino, mas aqui, aqui nesse lugar, não deveria me ver assim — cochicho oscilando entre felicidade e tristeza.

— Não diga isso. — ela balança a cabeça — Não tenho muito tempo... Apenas queria lhe entregar isso...

Minha atenção recai em suas mãos cobertas pelas sombras causadas pelas velas, esforço-me para enxergar através da escuridão o que segura. Após segundos compreendo. Cartas.

— De quem são? — indago.

Ela hesita mexendo levemente na costura da capa que está usando — algo que sempre faz quando está nervosa.

— Eu achei a primeira enquanto... Vasculhava um quarto vazio no subsolo do palácio. Tem seu nome nela, e desconfio que seja de sua... — engulo o ardor que sobe por minha garganta seca. Ela conclui: — Sua mãe.

Em seguida, Maryh me passa o papel que se torna tão precioso para mim em poucos segundos.

—E a outra... A outra é minha. — cora — Para explicar tudo.

Levanto uma sobrancelha, antes que eu consiga perguntar, Maryh entrega-me a carta. E por fim diz:

— Eu senti tanto a sua falta, princesa.

—Agora é apenas Liana — dou de ombros.

A criada sorri de forma que partiria até mesmo o coração gelado de Jaqueline.

— Uma princesa sem trono, sim — começa a me dar as costas, olhando apenas uma vez sobre os ombros para acrescentar — Mas ainda uma princesa com uma coragem inabalável. Sinto muito.

Abro a boca para protestar, mas ela segue em frente e desaparece na escuridão. Como se nunca tivesse existido.

                                                                                          *

Desesperada para saber o conteúdo da carta, rasgo o lacre, sem nem pensar no que me aguardaria nas palavras que eu leria.

Queria ter pensado antes.

Reino dos Eclipses vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora