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                                                                                               Liana

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                                                                                               Liana

Eu não sou exatamente boa em planos. Mas tenho que conseguir realizar o meu. Maryh passou toda a noite do meu lado, não me deixara sozinha com a escuridão que chamo de coração. De manhã, ela saíra cedo, tinha tarefas a cumprir. Isso é bom na realidade, eu preciso pensar.

Quase três dias de completo silêncio. Todos os criados evitam olhar para mim. Criados sabem de tudo. Os guardas pouco percebem minha presença. E o resto da corte: nem um cochicho; nem uma piadinha; nem um insulto.

Até mesmo minha instrutora de luta, mal me olhou essa manhã.

Um fantasma, de fato.

Esvazio o pesamento. Apesar de saber que ele voltará. Um fantasma. Na minha própria casa.

Volto a atenção para o meu quarto. Grande como todos os outros, não chega perto dos do resto da família real, mas ainda, sim, consegue ter sua beleza. Minha cama fica no centro; poltronas leves e escuras acompanham a janela enorme; livros se espalham no chão e nas estantes. A porta do quarto de vestir e do banheiro fazem companhia uma à outra, lado a lado.

O dia está triste e sem a presença do meu ilustre sol.

Parece que sabe o que estou prestes a fazer.

O dia é hoje. — Sexta-feira. — O dia em que Liana Sonnenschein deixaria de ser uma rata.

Estou confiante que dará certo. A morte seria pouco para mim, se desse errado.

Precisa dar certo.

Minhas outras criadas entram no quarto. Cecily e Vilian. Quietas e ágeis. Sempre trabalham rápido. Arrumam minha cama com uma destreza inimaginável. — Faz sentido, já que ambas tem super velocidade.

Ambas fazem expressões confusas, estranham me ver ainda de camisola, jogada na poltrona perto da grande janela. Normalmente, essas horas do dia, raramente me encontram no quarto. Quase nunca conversamos. Eu também criei fantasmas.

Isso está prestes a mudar.

— Cecily e Villian, certo?

Elas se entreolham completamente surpresas. Hesitam um pouco em responder, então Villian, a Loira baixinha começa, me encarando desconfiada.

— Sim, vossa alteza.

— Se aproximem, rápido. — Digo, com o ar mais íntimo que consigo forçar. De novo elas hesitam, mas se aproximam. Provavelmente com medo de renegar um pedido meu. — Digam-me, trabalham aqui a quanto tempo?

— A vida toda alteza, desde menininhas. — Ela fala com uma melancolia na voz.

— Ótimo, preciso da ajuda de vocês. — Começo me aproximando delas. — Mas se contarem algo, se ousarem abrir a boca para alguém. Eu mesma farei vocês pagarem.

Reino dos Eclipses vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora