A Única Rosa Pálida

Pensamentos felizes

Meu Lúcifer está solitário.

     Abri meus olhos tendo certeza que aquilo não foi um sonho, ele realmente estava aqui. Lágrimas escorriam pelo meu rosto e nem sequer as sentia, mas quando passei a mão pelo líquido, vi que era sangue. Estava chorando sangue. 

     Meu coração saltitava de desespero e não conseguia respirar normalmente. Vozes na minha cabeça sussurravam meu nome e me mandavam desistir. Ainda sentia suas mãos geladas tocando meu corpo.

     Não era para você estar arrependida. Meus demônios interiores diziam.

     Sentimentos negativos me consumiam mais e mais. Minha casa virou o inferno de um momento para o outro. Meus pés queimavam tanto que não conseguia colocá-los no chão. 

     Mas me forcei a sair dali, mesmo que as correntes me prendessem. Corri por Konoha a fim de fugir dos meus problemas. Eram duas da manhã no inverno, meu corpo congelava com o frio, o que não era nada comparado ao que sentia. 

     Queria que tudo isso fosse só um pesadelo idiota, queria que tudo isso parasse milagrosamente. 

     De novo precisava de ajuda, pela milésima vez necessitava de alguém. Por isso, não contive as lágrimas ao vê-lo abrir a porta de seu apartamento com preocupação. 

— Sakura, o que— 

     Não deixei que falasse, pulei em seus braços. Apertei seu corpo para que nunca me deixasse sozinha.

— Obito, por favor... Eu não quero mais ficar sozinha. 

     Mesmo que estivesse confuso, me abraçou e tentava me acalmar acariciando meu cabelo. 

— Você me perguntou o porquê de ter ficado tão forte na guerra... Me desculpa por ser fraca e não ter te contado... — Falava tudo rapidamente. — E-Eu tinha certeza que você iria me odiar, por isso não falei... Me desculpa...

— Ei, está tudo bem. Não precisa se desculpar. — Sua voz estava tão calma. — Nunca vou conseguir te odiar... Só me conte o que aconteceu.

— Concedi minha mão ao Diabo em troca de poder na guerra... Agora estou sendo atormentada o tempo inteiro... — Fechei meus olhos. — Não consigo mais ficar sozinha, Obito... Não quero mais passar por isso.

— Você o quê!? — Diz surpreso. — Eu já suspeitava de estar envolvida com essas coisas, mas isso!? Meu Deus. 

— Me desculpa, por favor. 

— Não se preocupe, eu estou com você. Mesmo que isso seja novo pra mim, vou ficar ao seu lado independente de tudo.

     Em momento algum deixou de me abraçar.

— Eu não quero ficar sozinha. Me diz que vai viver ao meu lado. 

— Eu vou, Sakura. Moraremos juntos e te protegerei dessas coisas estranhas, prometo a você. — Dizia cada palavra com sinceridade. 

     Por que achei que ele iria me odiar ou ficar com medo de mim?

— Obrigada, Obito. 

     As lágrimas cessaram. Podia olhá-lo livremente.

— Essa noite você fica aqui. — Sorriu, segurando meu rosto e acariciando minha bochecha. — Vamos entrar. 

     Me levou para dentro de seu apartamento. Não conseguia prestar atenção no local, acho que estou com a mente vazia.

     Segurou minha mão e me trouxe ao seu quarto. Arrumou as coisas rapidamente e me fez sentar em sua cama. Foi ao banheiro e vestiu um pijama listrado.