Pílulas da Felicidade

93 11 24
                                    

Ela não vale a pena.


     Dois meses se passaram e abril chegou, trazendo a primavera. As lindas flores de cerejeira desabrochando e o clima em uma temperatura agradável, nem tão frio, nem tão quente. A melhor estação do ano, sem dúvidas.

     Hospital psiquiátrico infantil já estava pronto e atendendo algumas crianças. Inari e Konohamaru fizeram um ótimo trabalho, tão bom que reduziu o tempo que estava previsto acabar. Não esperava esse resultado, já que meu irmão consegue ser uma pessoa difícil de lidar.

     O bom é que, agora, ele já tem um bom amigo ao seu lado. Esse trabalho que dei a eles foi a chave que abriu portas para uma linda amizade. É fofo vê-los juntos. 

— Assim não tem graça, eu nem sei jogar esse negócio. Por que escolheu um jogo tão complicado? — O Sarutobi reclamou após o amigo vencer outra vez.

     Os dois estavam na mesa da sala jogando, enquanto eu resolvia coisas do hospital. 

— Você precisa esforçar mais sua mente, jovem. — Inari rebateu. — Xadrez requer inteligência e atenção, coisas que estão faltando em você. Só estou te ajudando.

— Está me chamando de burro!? — Indignou-se. 

— E desatento também. — Provocou. — Mas esqueça isso, meu caro amigo. Se continuar treinando e... sendo um pouco mais esperto, talvez um dia consiga me ganhar. 

— Vocês poderiam parar de brigar feito crianças? Estou ocupada aqui. — Reclamei, sem tirar os olhos do aparelho em minha frente.

     "Notebook" é o nome disso. Sinceramente, acho que essas novas tecnologias são minhas piores inimigas. É tudo muito complicado de entender, muitos botões e páginas que não faço ideia para que servem. 

     O pior de tudo é que preciso usar essas coisas no trabalho, então, estou tentando entender como isso funciona. Pelo visto, esses "PDFs" substituem perfeitamente papéis e isso adiantaria muito meu serviço.

     Mas é impossível mexer nisso.

— Nee-san, qual é o problema? — Inari e Konohamaru vieram até mim. 

— Preciso mandar esse negócio para o Kazekage, porém não funciona. Gaara vai vir aqui e ele pediu para me comunicar com ele. — Analisava cada canto daquela tela plana. — Mas olha, não envia.

Meu Kami... — Meu irmão suspirou. — Você sabe que está mandando esse e-mail pra si mesma, não é? 

— Inari, eu não entendo nada desse treco! Desisto, vou mandar uma carta que é mais fácil. 

— Você é burra assim mesmo ou o médico te derrubou quando nasceu? Se quer mandar um e-mail para o Kazekage, tem que digitar o endereço de e-mail dele. Santa ignorância. — Negativou com a cabeça. — Acha que isso funciona a base do poder da mente?

— Não ligue pra ele, Sakura-sama. Vou ajudar você. — Konohamaru se sentou ao meu lado. 

— Obrigada, você é mais meu irmão do que meu próprio irmão. — Dei batidinhas em seu ombro, recebendo uma careta de Inari. — Passei seis anos presa e mais um viajando, não tive tempo de aproveitar essa tecnologia como vocês.

— É fácil, você vai ver. — Sorriu simpático. — Tenho certeza que vai entender rápido.

     O Sarutobi me deu uma pequena aula de informática, explicando as funções básicas do notebook e algumas coisas sobre os programas que usarei no trabalho. Ele explica muito bem, o que facilitou bastante.

     Ainda lembro da primeira vez que nos encontramos, aquela pequena criança teve a audácia de me chamar de feia. Curioso vê-lo tão grande e maduro agora.

A Única Rosa PálidaOnde histórias criam vida. Descubra agora