Por você, tudo bem em estar machucada.
Porque só te trouxe dor.
P.O.V Sakura
Era outono. Não era como qualquer outono, era mais frio. Uma estação repleta de sentimentos tão únicos. As folhas secas ao chão eram rasas, a brisa tão inconsistente incomodava os corpos frios, o céu não mostrava nada além de nuvens sem rumo. É um outono azul demais.
Às vezes, o azul pode ser uma ótima companhia. Quando sentir seu corpo endurecer e sua mente esvaziar, ele estará lá. Quando seus demônios insistirem em apontar seus erros e ficarem em constante irritação, sua companhia será apenas o azul. Mas acho que isso não é bom, certo?
E agora, numa segunda-feira de um outono triste, me vejo sozinha escutando coisas que não quero escutar. Tudo porque sinto coisas demais.
De novo, pensava sobre Neji que, em seu leito de morte, fraquejava enquanto Shikamaru chorava achando que suas lágrimas libertasse a alma do amigo. Como se as lágrimas mostrassem o amor que sentia.
Talvez isso tornasse o outono ainda mais azul.
"É ciúmes" — as vozes insistiam em dizer.
"Por que seria?" — eu perguntava.
"Porque a única vez que o viu assim foi pelo que sentia por você" — irritantemente, respondiam.
"O que isso significa?" — já sabia a resposta, mas ainda assim queria ouvir.
"Que você é uma vadia estúpida. Se apaixonou e não faz ideia de como lidar, porque sabe que ele já não sente o mesmo"
Naquele dia, quando Neji proferiu suas últimas palavras, percebi o modo como Shikamaru o encarava. Olhava da mesma forma que me olhava anos atrás. Aquilo foi a prova de que possivelmente falava sobre Neji da mesma forma que falava sobre mim, claro que sem a parte ruim. Isso deixa o outono mais azul?
Eu sou muito egoísta. Não deveria ser tão egoísta. Sinto coisas que não deveria sentir. Quero que outra pessoa sinta coisas que algum dia já a deixou mal. Quero, sei lá, ir para outro mundo e deixar todos para trás.
Quero me sentir viva. Isso também é egoísmo.
O que eu deveria dizer?— Não diga nada, isso é mesmo sua culpa. — Obito diz de repente.
— Claro que não, você que não leu as instruções do que fazer. — Inari retrucou. — Se fosse um pouco mais atento, teria dado certo.
De novo eles brigavam por coisas fúteis. De novo me perdi tanto nos meus pensamentos que nem sequer notei a presença deles no meu quarto.
— Sakuratan, o Kazekage disse que quer falar com você, ele tá te esperando lá fora. — disse — Era pra ter te avisado antes, mas esse seu irmãozinho não me deixa em paz um segundo.
— Ah, agora a culpa minha? — respondeu Inari, segurando um bolo queimado, provavelmente o motivo da discussão anterior.
— Gaara está aqui? Era o que me faltava. — suspirei pesadamente.
Me retiro de onde estava e vou ao seu encontro, abro a porta com cautela e talvez um pouco receosa.
— Gaara, o que faz aqui? — perguntei, o vendo encarar as poucas rosas do meu jardim.
Não é como se estivéssemos bem. Nosso último encontro não foi nada relaxante. Naquela época, ainda estava com Hinata. Naquele dia, eu perdi Hinata. Me lembro exatamente da sua feição ao me ver com outro. Me lembro exatamente de quando parti seu coração.
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A Única Rosa Pálida
FanfictionPARA MELHOR CONTEXTO DA HISTÓRIA, É PRECISO QUE LEIA O PRIMEIRO LIVRO: "REFORMADA". DISPONÍVEL EM MEU PERFIL. Para muitos, estar ao lado de Deus é o caminho correto. Louvar e dar glória por ser filho do onipotente é a coisa certa a ser feita. Mas o...