Hope Not

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SERÁ QUE SOU uma boa pessoa?



P.O.V Sakura

     Felicidade é apenas uma palavra. Um sentimento inexistente. Dizem que a verdadeira alegria vem das amizades e amores que fazemos pela nossa vida. 

     A felicidade simplesmente não existe. É um conceito falho que serve apenas para justificar o pequeno sentimento de arrogância e egoísmo do ser humano. 

     As pessoas só sorriem quando ganham algo ou quando estão juntas de pessoas que juram amar. Só se sentem alegres quando estão se banhando em ouro ou se alimentando da própria ganância. Isso tudo significa que a felicidade só vem quando você está usufruindo de algo, seja material ou não, seja bom ou não.

     E é assim que eu consigo minha felicidade. Claro, isso me mata aos poucos, mas ainda assim me deixa feliz. Drogas te dão um estado momentâneo de euforia e é isso que me conforta.

     Vivo em uma realidade cruel e deprimente, ter a sensação de estar em outro mundo é maravilhosa. É confortante.

     Porém, não é apenas entorpecentes que me alegram. Tenho amigos e família, eles também me deixam eufórica. Quando estou com eles, sinto essa tal "felicidade". 

     Hoje, assim que saí do hospital após um plantão de 12h, encontrei Gaara me esperando. Estava na vila para resolver problemas burocráticos e tirou um pouco de seu tempo para me ver. 

     Trouxe-o para minha casa e aqui, conversamos e aproveitamos a companhia um do outro. Ficamos por horas apenas falando sobre coisas triviais, até a madrugada chegar.

     Meia-noite ele decidiu voltar para o apartamento temporário. Agora estávamos ao lado de fora da casa, enrolando na conversa para não nos separarmos.

— Ah, então você guardou? — Digo olhando o colar em seu pescoço. — Achei que iria deixar de usar depois que eu fosse embora.

— Isso é o símbolo da nossa amizade, por que deixaria de usar? — Colocou a mão sobre a bijuteria. — Mas não vi a flor que te dei, jogou fora?

— Seu idiota. — Revirei os olhos. — Claro que não, ela fica no meu quarto. Cuido dela todos os dias, é importante pra mim e você.

— Só estou brincando, Doutora. — Riu. — Bem, acho melhor eu ir embora. 

     Nos abraçamos. Com a cabeça sobre seu peito, pude ouvir seus batimentos. Pude sentir seu coração pulsar. 

     Minha mente dizia: "Ele faz eu me sentir especial".

     Ao nos afastar, nossos olhos se encontraram. Ele me olhava de forma estranha, não sei dizer. Desviei o olhar por um segundo.

     Gaara se aproximava novamente. O que eu deveria dizer?

     Seus olhos caíram para minha boca.

Sakura... — Sussurrou meu nome. — Me desculpa.

    Levou sua mão para meu rosto. Acariciou minha bochecha. 
    O que deveria dizer?

     Aos poucos, ele se aproximava ainda mais. Não consigo fazer nada, meu corpo está se movendo sozinho.

     Meus olhos se fechavam de acordo com sua respiração em minha pele. Seus lábios estavam próximos demais, seu corpo estava próximo demais.

     No que estou pensando? Por que não consigo parar?

— Sakura, o que... 

     Tudo aconteceu tão rápido. Quando olhei para o lado, ela estava lá. 

A Única Rosa PálidaOnde histórias criam vida. Descubra agora