Good

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P.O.V Sakura

     Algumas semanas se passaram desde que me tornei diretora do hospital de Konoha. Conversei com Naruto sobre meu novo emprego e, sinceramente, acho que nunca o vi me olhar com tanto orgulho como naquele dia. 

     De início, não entendia o motivo de Tsunade me conceder esse posto, já que minha reputação não é muito agradável e isso provavelmente causaria muitos desentendimentos. A loira disse que me escolheu por minha inteligência e dedicação, juntamente das minhas ótimas habilidades como médica e sabia que conseguiria lidar bem com os problemas.

     Conforme os dias foram se passando, fui entendendo como funcionava o hospital. Os funcionários não estavam contentes com a situação e tenho certeza que vão demorar para se acostumar. Mas quem se importa? De qualquer formar terão que me aceitar e seguir minhas ordens.

     Até agora não mudei nada, porém pretendo agir logo. Tenho planos e quero colocá-los em prática logo, mesmo que ainda tenha muito trabalho pela frente. 

     Espero que consiga ter bons resultados.

— Assim... Não é querendo ser intrometido nem nada do tipo, mas que tipo de poder você ganhou com aquele acordo estranho? — Obito questionou.

     Estávamos nos preparando para fazer uma maratona de alguns filmes de terror, fazendo pipoca e essas coisas. 

— É confuso. — Dei de ombros, preparando um suco verde. 

— Não parecia Kinjutsus e seu chakra estava a mesma coisa de sempre. — Pegava seus biscoitos nada saudáveis e colocava-os em potes.

— Hm... É magia negra... Bem, tipo isso. — Pensei por um instante. — É algo maior que tudo existente nesse mundo, não poderia ser parado com jutsus ou com o "maravilhoso poder da amizade". Pra ser honesta, vocês tiveram muita sorte de eu ter escolhido o lado do bem, senão estariam todos mortos debaixo da terra agorinha.

— Isso não é nada legal de se dizer, sabia?

— Você que perguntou. — Sorri sarcasticamente e ele me deu língua.

     Terminei meu suco e o ofereci para o Uchiha, que negou fazendo uma careta enojada. Revirei meus olhos e guardei a jarra na geladeira.

— Você usa esse lance de magia? 

— Não preciso, nenhum inimigo é forte o suficiente pra tentar bater de frente comigo. A maioria consigo derrotar usando apenas minha força física. — Respirei fundo. — De qualquer forma, esse poder não é algo para ser usado a qualquer hora, mesmo podendo fazer isso.

     Talvez eu esteja com medo de perder controle, mas Obito não precisa saber disso. Talvez seja um fardo que tenha que carregar sozinha pelo resto da minha vida humana.

     Mas ninguém precisa saber disso.

— Você consegue fazer coisas boas usando isso? — Mostrava interesse no assunto. 

— Não seja ingênuo, não existe bondade em algo que veio do inferno. — Encarei um ponto aleatório da cozinha.

     O silêncio reinou.

     Não existe bondade em algo que veio do inferno. Assim como essa magia, sou algo que veio do inferno. Sentimentos estranhos começam a me rodear.

     Não sou uma boa pessoa. Acho que minha mente está se enchendo de pensamentos ruins outra vez. 

     Não.sou.uma.boa.pessoa.

— Mas não tem nada mesmo que você possa fazer? Sempre haverá bondade em algo, não importa de onde veio. Você é uma boa pessoa, talvez essa magia tenha pegado um pouco de si.

A Única Rosa PálidaOnde histórias criam vida. Descubra agora