- Vinte e um; Your own way -

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— Excelente, Adrien. - Plagg pronunciou com um sorriso orgulhoso ornando os lábios. - Mas vamos parar por hoje. Amanhã é o desfile do seu pai. Precisa descansar.

O jovem Agreste suspirou um tanto cansado, já que havia passado a manhã e parte da tarde treinando ao piano.

Faltavam duas semanas para sua grande apresentação, e ele estudava com afinco para que aquela música fosse perfeita, não para o público que a ouviria, mas para Marinette. E faria de tudo para que ela fosse inesquecível para a garota de olhos azuis apaixonantes.

— Você parece distraído. - o professor se aproximou recostando-se na cauda do piano.

Adrien o encarou parecendo um tanto perdido em seus pensamentos. Afinal, ele e Marinette ao menos tinham conversado sobre o beijo que trocaram a uma semana atrás, e o Agreste se sentia inseguro em tentar qualquer coisa a mais com medo de deixá-la constrangida. E pensava, até mesmo se ela se lembrava daquilo.

Tudo parecia normal entre eles, com a proximidade do desfile ambos passavam mais tempo treinando na passarela, ou com Adrien ao piano, do que realmente juntos.

O que o loiro não sabia, era que Marinette se sentia um tanto quanto envergonhada por aquilo, não pelo beijo em si, mas por simplesmente beijá-lo e cair no sono logo em seguida, sem mais nem menos. O que a fez acordar no dia seguinte com vontade de arrancar os cabelos.

Mas para Adrien aquilo era um pequeno detalhe. Ele poderia beijá-la em todos os momentos, quando fosse dormir, quando ela acordasse, durante o dia ou por toda noite. Ele realmente não se importaria.

— É a Marinette de novo, não é?! - Plagg segurou uma risada pela cara de tacho que o Agreste lhe ofereceu.

O rapaz maneou a cabeça, antes de piscar como se tivesse um ótima ideia.

— Plagg, eu quero que me ajude em algo que eu preciso fazer pra minha apresentação. - ele sorriu para o professor com animação.

O professor deu de ombros, sentando-se ao lado do aluno.

— Pode falar.

Plagg pode ver no olhar de Adrien aquela animação aumentar, acompanhada de certo nervosismo remanescente no olhar.

[...]

Alya riu, na verdade, gargalhou o mais alto que pode ouvindo Marinette reclamar mais uma vez. Ela, Nino e a franco-chinesa sentavam-se em uma mesa vazia da confeitaria dos Dupain-Cheng pouco movimentada para aquela hora da tarde.

— Não liga pra ela, Marinette. Mas pra ser muito sincero, Adrien não tá nem aí pra isso. Acredite, você não precisa ficar com vergonha ou coisa do tipo. - o Lahiffe pronunciou encarando a amiga. - Acho que isso era algo que você e ele queriam há um bom tempo, né?

Alya secou as lágrimas provocadas por sua risada, antes de estender a mão pondo sobre a da Dupain-Cheng em sua frente, fitando-a de maneira carinhosa.

—Mari, para de ser boba, amiga. Nino tem toda a razão. Tudo bem que antes vocês eram meio assim, né...briguentos...acho que eu posso dizer isso. - ela pausou, refletindo. - Mas poxa, tem todo esse passado de vocês que é tão importante. E depois de tudo ele te olha de um jeito tão especial que acho que isso de você ter dormido logo depois de beijar ele não tem nem relevância.

Os olhos azuis cintilaram de forma nervosa pelas palavras dos amigos. Ela e Adrien haviam contado a eles sobre o passado que dividiam há pouco tempo atrás, pegando-os de surpresa, mas também esclarecendo aquilo que já era óbvio para os demais.

— Sinceramente, Marinette. Você parece uma adolescente, sabia?! - Alya soltou uma risadinha.

— Alya! - protestou.

— O que? - riu. - Não tô dizendo que isso é ruim, nem nada. Você só está nervosa, porque gosta mesmo dele, não gosta?! Eu nunca te vi assim...tão apaixonada.

Nino encarou a Césaire que olhava para Marinette de maneira doce, antes de sorrir.

— E olha, eu posso dizer que também nunca vi o Adrien tão apaixonado por alguém do jeito que ele parece por você. - suspirou. - Bom, ele nunca foi muito de relacionamentos sérios, mas eu acho que ele nunca ia conseguir ter um com qualquer com outra pessoa quando o coração dele já era de alguém. Quando já era seu. - ele deu de ombros. - Meu bro é emocionado assim mesmo.

Marinette entreabriu os lábios.

— Ele disse isso a você?

Nino soltou uma risadinha ao manear a cabeça.

— Não, ele era cabeça-oca demais pra admitir em voz alta. Acho também que nem ele mesmo percebia. Só quem parasse pra prestar atenção com cuidado conseguia reparar que tinha algo ali.

Alya tombou a cabeça, apoiando no ombro do namorado.

— Tá vendo, Mari. Tá tudo certo. Ele por acaso ficou diferente com você?

Respondeu em negação com um balançar de cabeça.

— A gente só não anda se falando muito pela correria com o desfile amanhã, mas ele parece normal comigo, quero dizer, não o antigo normal dele, mas carinhoso...

Os amigos sorriram soltando o ar pelo nariz.

— Então Marinette, só relaxa. Aproveita o momento de vocês. Amanhã é o desfile e eu tenho certeza que os dois vão arrasar. - a Césaire sorriu com animação.

A Dupain-Cheng focou o olhar na janela de maneira distraída, antes de encarar a amiga mais uma vez com um leve sorriso.

Alya tinha razão, ela parecia uma tola pensando daquela forma, mas para ela tudo que Adrien a fazia sentir a deixava nervosa como uma verdadeira adolescente.

Cristo! Ela já era uma mulher madura! O que estava fazendo?!

— Marinette! - a voz de Sabine na cozinha a alertou.

Ela se levantou pedindo licença aos amigos dizendo que logo voltaria.

Nino e Alya se entreolharam.

— Eles parecem duas crianças assim. - o olhar acastanhado da mulher reluziu em diversão.

O Lahiffe jogou o braço pelos ombros da namorada.

— Né. Acho que de certa forma até faz sentido. Eles passaram tanto tempo evitando e reprimindo que se gostavam, fingindo que se odiavam que agora tudo veio de uma vez só. - ele deu de ombros levemente.

— Fazer o que, não é?! O amor é assim mesmo, deixa as pessoas meio lelé da cuca. Mas até que é divertido ver eles assim, acho que, se reencontrando do jeito deles e no tempo deles.

Alya se aninhou mais ao namorado, enquanto ele mexia em seu cabelo.

Nino refletiu por segundos, a Césaire tinha um bom ponto e razão em dizer aquilo; Adrien e Marinette tinham o próprio tempo, e lidavam apenas e unicamente com tudo aquilo do jeitinho deles.

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No Way, Dumb!Onde histórias criam vida. Descubra agora