- Dezessete; Coming back as we are -

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Adrien não precisou andar muito para encontrá-la. Ele a viu uma quadra depois, do outro lado da rua, com o corpo curvado para frente e as mãos sobre os joelhos. Ela levantou a cabeça, ofegante.

Adrien sentiu o corpo paralisar quando o olhar azul agitado de Marinette encontrou o seu.

E a mesma impressão percorreu a mente de ambos; estavam vendo naquele momento aquelas crianças esquecidas de tantos anos atrás.

A menina de sorriso gracioso e maria chiquinhas.

O menino de olhar doce e coração gentil.

O trânsito de carros e pessoas naquela Paris de entardecer movimentado, os distraiu por segundos.

Marinette quebrou o contato visual, observando de maneira impaciente o ambiente ao redor. Ela precisava ir até ele. Precisava alcançá-lo, porque ela não podia perdê-lo mais uma vez. Não poderia deixá-lo ir. As íris azuis tremulavam lacrimejantes pelo pensamento melancólico.

Passando entre as pessoas, ela atravessou a rua com rapidez na primeira oportunidade. Adrien correu para alcançá-la no meio fio.

E de frente para ela, ele não esperava pelo que a Dupain-Cheng faria a seguir. Esperando por um tapa que não veio, Adrien recebeu um abraço forte quando Marinette se jogou em seus braços, com a cabeça no vão de seu pescoço, ficando na ponta dos pés pela diferença de altura. Ele desequilibrou andando para trás na calçada.

— Eu senti tanto a sua falta. - ela pronunciou ao pé do ouvido do maior.

E ele entendia o que ela queria dizer. Saudade de quem eles eram. Saudade das lembranças que tinham. Daquelas memórias antigas, de uma parte que faltava...

— Você sabe...? - perguntou cauteloso.

— Sei. Eu me lembro...

Adrien rodeou sua cintura devolvendo o gesto, como se nunca mais fosse soltá-la. Entendendo, desde a primeira vez que ela havia lhe abraçado daquela maneira há um mês atrás, o porquê aquela sensação era tão familiar e aconchegante, quando mais e mais lembranças atingiram sua mente assim como a dela.

Marinette sempre lhe abraçava daquela maneira quando eram crianças. Pulando em seus braços, rindo e sorrindo. O coração de ambos acelerou aquecido por aquela memória cheia de carinho.

— Eu também senti tanto a sua falta, Marin. - ele sussurrou em seu ouvido.

A franco-chinesa agarrou sua camisa apertando-a com força. A mesma força da enxurrada de sentimentos e memórias que a atingiam.

— Me perdoa, Marinette. Por te afastar, por fazer você sofrer. - o tom de voz triste e arrependido, o fez abaixar a cabeça e encostar a testa no ombro dela. - Mas principalmente por me esquecer de tudo...por me esquecer de você.

A Dupain-Cheng respirou fundo.

— Me desculpe por esquecer de você também.

Ainda agarrado a ela, Adrien levantou a cabeça afastando-se levemente para encarar os olhos azuis profundos e oceânicos que Marinette possuía.

— Eu que tenho que pedir desculpa. Eu fui um completo idiota com você, naquela época e durante todos esses anos.

— Tá tudo bem, Adrien. Nós éramos crianças. - ela o encarou de volta com um sorriso fraco.

Adrien segurou seus ombros, ansioso assim como suas palavras.

— Eu fiz você sofrer, Marinette. Ao ponto de fazer você esquecer de tudo pra não sofrer mais.

No Way, Dumb!Onde histórias criam vida. Descubra agora