Algumas semanas se passaram, mas ainda não havia notícia da cartomante.
Quando entro em contato com ela, ela responde vagamente, solicitando mais tempo.
Gostaria que ela se apressasse porque preciso de respostas.
Decido ir beber água, antes de sair de casa.
Quando me viro, vejo Dreke.
O homem com quem eu quase casei, que agora é namorado da Judite.
— Bom dia.
— Bom dia.
— Bem, isso foi estranho.
— Nem me diga.
Para minha surpresa, Drake gesticula para que eu sentasse.
Hesito, mas sento-me.
— Temos muitos o que discutir. — Cruzo os braços. — Não tivemos a chance de conversar desde que comecei a namorar sua amiga.
— Eu não senti como se houvesse algo para falar.
— Eu queria saber se, talvez, podemos finalmente ter uma conversa sobre o que aconteceu no conosco.
Eu me encosto na cadeira.
— Certo. Me diga porque você me deixou no altar, então.
Drake hesita, olhando ao redor, sem jeito.
— Não estou orgulhoso que fiz. De jeito nenhum. Mas naquela época eu era muito jovem. Eu não tinha certeza se queria me casar, em primeiro lugar. A verdade é que, você estava me pressionando demais para o casamento.
— Ah, vê se dá um tempo! Eu não forcei você a me pedir em casamento.
— Você meio que fez isso... E, porque eu não quis decepcionar você, fiz o que você queria. Não importa o quanto eu tenha me arrependido depois.
— Você se arrependeu de me pedir em casamento?
Drake suspira e se distrai com a ponta da toalha.
— Eu te amei, Martha. Na verdade, eu amei você por ano depois que terminamos. Eu simplesmente não podia dar a você o que você desejava no momento.
— Agradeço a sua honestidade.
Olho para Drake, que está profundamente pensativo.
Ele me machucou anos atrás, mas eu não posso negar que costumava me importar muito com esse homem. Na verdade, ele foi meu relacionamento mais longo até hoje.
— Quero que você seja muito feliz. Ainda mais, quero que a Judite seja feliz. Então, espero que você a ame e a trate bem.
Drake se mexe na sua cadeira.
— E você, Martha? O que houve com seus dezoito noivados?
— Não é tão ruim quanto parece.
Caímos na, gargalhadas.
— Podemos tentar ser amigos, então?
Concordo com a cabeça e sorrio para ele.
Chego ao meu trabalho.
E penso sobre o projeto em que venho trabalhando há algum tempo.
A mais nova campanha de marketing para a mais nova marca de maquiagem vegana.
— Martha! Não sei como te dizer isso, mas... Eu não deveria deixar nada escapar.
Estou pronta para matar o Hernando neste momento.
— O que foi? — Hernando não se compromete, dá de ombros e se afasta de mim. — Volte aqui. — Olho pro meus colegas e todos eles ficam quietos. — Alguém pode me dizer oque está acontecendo aqui? — Meu chefe sai da sala dele, e quando me ver, tenta voltar para a sua sala. — Quero saber o que estar acontecendo!
— Tivemos que fazer algumas mudanças. O projeto que você está liderando foi entregue para o Hernando.
— Mas... mas, por quê?
Meu chefe suspira.
— Eles não gostaram da sua reputação.
Pisco confusa.
— Minha reputação? Sou uma funcionária modelo...
— Sua vida pessoal.
Aperto os olhos quando alcanço a compreensão.
— Devido aos meus noivados? Sério?
— Sim.
— Isso é ridículo! Por que ser proposta por dezoito homens me torna menos profissional do que um traidor?
Meu chefe volta para sua sala, mas eu não aguento mais estar ali.
Eu não posso acreditar que Hernando, mais uma vez, conseguiu outra vitória.
Pego meu telefone e decido ligar para Guillbert. A única pessoa que acredito que me entenda nesse momento.
— Ei, Martha.
— Você não vai acreditar no que acabou de acontecer.
Conto para ele tudo que ocorreu, em detalhes, e tenho vontade de chorar logo em seguida.
— Você merece algo muito melhor do que esse trabalho.
— Você acha?
— Eles não apreciam todo o seu potencial. Você quer que eu vá até aí agora?
— Não! Você ainda está trabalhando. Mas podemos nos encontrar a noite.
Escuto sons do outro lado a linha como se Guillbert se mudasse para outro lugar.
— Você é brilhante. E uma coisa que perde são eles. Não deixe que nenhum superior, estupido, lhe diga o que fazer.
Suspiro, quando meu coração fica mais leve.
— Obrigada. Eu me sinto melhor agora.
— Mantenha-se firme.
Sentindo muito melhor no geral, volto para casa.
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A maldição (CONCLUÍDA)
RandomDepois de outro noivado fracassado, Martha quase é assaltada na rua, mas um belo desconhecido a salva. Martha se pergunta como conseguiu que dezoito homens a pedissem em casamento, mas nunca conseguiu se casar. Suas amigas sugerem que ela vá até uma...