Capítulo 40 || Limites Ultrapassados

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hey

bom, devo avisar, este capítulo contém gatilhos quanto a aicmofobia, pois sim, eu dou uma surtada tal qual Kirishima nas mesmas situações (embora eu não tenha sido torturada por dias, obv---)

Enfim, é um tanto quanto pessoal pra mim, pois preciso começar a cuidar um pouco da saúde precária que tenho para sobreviver até o final desta porra, portanto, aqui estamos. 

Temos drama, músicas infantis, boiolice de leves e um pouquito de comédia. 

[...]

Narrado por Bakugou Katsuki

Ainda que Kirishima necessariamente não perca a bela oportunidade de ficar calado ao proferir obscenidades para a pobre da enfermeira, ele obedece ao pedido dela e se deita na cama novamente, apoiando o tronco na parte superior da cama, erguida pelo controle remoto na mão da mulher.

Imagino que não vá ser uma tarefa fácil fazê-lo seguir adiante com toda a lista enorme de exames envolvendo elementos perfurantes pela frente se ele já está todo trêmulo como um cãozinho ao encarar as menores agulhas possíveis para o seu tamanho, mas imagino que os argumentos para o convencer estão cada vez mais firmes.

— Certo, vamos ser rápidos e quem sabe logo você consegue seu pijama e uma TV pra assistir o desenho... A primeira parte eu não prometo — A pequena moça olha para minha cara ao dizer isso e quase engasgo com a própria saliva ao entender a insinuação que ela tem quanto a essa declaração nada discreta do ruivo.

— Tsc... Não se importe com o que ele fala, é só besteira e pode piorar — declaro envergonhado, aproximando-me de Kirishima pelo lado oposto à enfermeira. A tensão dele é perceptível ao assistir a mulher encaixar as luvas nas mãos depois de trazer a bandeja de instrumentos mais perto de si, bem diante a visão do ruivo que volta a tremer como se estivesse congelando.

— É... Sabe, e-eu já me sinto tão b-bem... — A voz vacilante não combina nem um pouco com o mercenário perigoso que eu conheço, é quase cômico ver o quanto ele se retrai e estremece com a cena à sua frente, mas me controlo para não ser um completo idiota quanto a isso, pois sei muito bem o quão séria essa fobia é no fim das contas.

Quando conversei com Kyoko pouco tempo atrás, ela havia ressaltado que eu deveria cuidar de Eijirou, porque ela mesma não tinha problema algum em lidar com os médicos e enfermeiras sozinha, estes que só dispunham elogios sobre o quão colaborativa e educada é a garota.

— Fico muito feliz que esteja se sentindo melhor, Kirishima! Com esses exames logo saberemos mais sobre o que houve e assim você não precisará mais se preocupar, hein? — A enfermeira não é nada além de simpática, sorrindo gentilmente para o homem que facilmente poderia quebrá-la no meio em dois segundos, mesmo estando debilitado em cima de uma cama de hospital.

Ela parece ser veterana nessa ala do hospital, então imagino que esteja acostumada com pessoas fortes e resistentes, ainda que eu fique reticente com as possíveis reações de Eijirou aos próximos passos.

Quando ela pega uma agulha para montar no adaptador, ouço a respiração profunda do ruivo antes mesmo de me virar para vê-lo, notando seu impulso em tentar se levantar e endurecer a pele o pouco que pode no estado atual.

— Não, Kirishima. Fica.

Seguro-o para evitar que ele tente mais uma vez se jogar contra o vidro blindado, ou pior, sair correndo pelos corredores com a bunda à mostra nessa camisola que não esconde nada, principalmente em alguém tão largo quanto ele.

— Olha, eu mudei de ideia! Sabe, as pessoas podem mudar de ideia, isso acontece bastante, não é? Eu estou muito mais que bem, eu estou incrível, imbatível, posso correr até uma maratona... — ele começa a divagar sobre quinhentas desculpas diferentes, abraçando o próprio corpo e evitando o apoio da cama onde deveria deixar a moça pegar seu braço. — Deixa eu sair daqui Katsuki, pelo amor de deus. Se precisam de sangue eu posso cortar minha mão fora, sei lá! Qualquer coisa!

Redheaded Mercenary 2 || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora