Capítulo 37 || Inevitáveis Enfermidades

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hey... 

enfim, cap curto, transição, mas bem, no próximo eles já ficam de boa, tá legal? A gente só vai entrar no campo dos pesadelos mais óbvios do Kiri: tratamento médico. 

Portanto, eis aqui o colapso que até demorou pra vir. 

[....]

Narrado por Kirishima Eijirou

Não é possível que depois de tanta dor, eu esteja vivendo uma tragédia para destruir a única coisa boa que eu tinha para me agarrar. Meu peito doi e é cada vez mais difícil respirar, mas com toda a força que me resta, levanto e olho nos olhos vermelhos para ter certeza de que é isso que ele quer.

— Vai embora, e leva tuas merdas com você... Pra bem longe de mim, Red Riot.

Ele nunca mais me chamou pelo nome do submundo, o que ele descobriu para voltar a me odiar? Por que isso agora? Eu não fiz nada para merecer isso, eu sei que nós discordamos em alguns pontos, sei que sou teimoso com tudo e não consigo aceitar certas coisas que preciso fazer, mas é tão horrível assim para que eu seja descartado na primeira oportunidade?

O coro de vozes na minha mente se torna caótico e eu grunho de dor ao levantar-me da pose patética em que me encontro, tentando ignorar o conjunto de falas que se embola com meus pensamentos. Eu não preciso de consolo agora, eu só preciso saber uma coisa:

— É isso que você quer, Ground Zero?

Usar o nome de herói dele é tão insosso, me faz querer vomitar, mas não ouso deixar que a ânsia me vença ainda, eu não posso ser tão tosco assim e aumentar mais o fracasso da minha dignidade.

Minha visão turva pode ser tanto pelo desmaio próximo ou pelas lágrimas que se acumulam, mas vejo que a mandíbula do loiro apenas tensiona mais e ele respira fundo ao jogar a cabeça levemente para trás, assustando-me ao finalmente dar sua resposta:

— Eu quero você... LONGE DAQUI. AGORA, PORRA!

Ele dá alguns passos para fora da casa, olhando-me com todo o ódio que Katsuki Bakugou é capaz de reunir em suas feições sempre tão rígidas. Eu vi esse mesmo rosto me encarar com afeto poucas horas atrás, ainda me pergunto o que mudou, mas não penso em continuar contestando sua vontade.

Desde que me rendi ao sentimento tosco que é o amor, eu me disponho a fazer o que ele quiser, quando quiser e como quiser.

Se é distância que ele deseja de mim agora, é o que ele terá.

Mal penso sobre Kyoko dentro da casa que não me pertence, pois pelo visto ela é bem-vinda, somente eu que não tenho mais o direito de estar presente. Sinto meus pulmões queimando por ar e ofego na tentativa de amenizar o peso em meu peito, mas nada parece suficiente, eu preciso dos remédios, preciso que parem de falar, preciso que Katsuki deixe de ser algo que ele não é.

Mas como posso afirmar que não foi sempre isso que ele quis?

— Tudo bem, mas isso não muda o fato de que... — Eu não queria ir embora sem dizer que o amo, mesmo que não tenha a reciprocidade, mesmo que tudo tenha sido mentira até agora, mas ele se enfurece de imediato com minha insistência, dando mais alguns passos em minha direção ao erguer as duas mãos brilhando e estalando com pequenas explosões.

— Ou você sai pacificamente, ou eu faço o favor de explodir você pra fora daqui... — Os olhos vermelhos se estreitam e ele também parece à beira das lágrimas, algo que me alarma ao ponto de cogitar que tornei sua ira tão pesada para chegar a isso.

Quero resistir, quero que isso acabe de uma vez, quero rasgar toda a merda de roteiro que deve ter sido feito só para ter o meu namorado de volta, mas não, eu não tenho poder pra isso e nunca terei.

Redheaded Mercenary 2 || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora