Capítulo 38 || Pavor Irremediável

544 85 32
                                    

Hey... 

Por aqui, ainda apenas dor. 

os "refrescos" vem no próximo. 

Mas olha... Eles tão junto já e.e 

boa leitura! 

[...]

Narrado por Bakugou Katsuki

Cada palavra, cada gesto, cada expressão de Kirishima ao me ouvir profanar o que temos com os dizeres mais inverdadeiros que pude encontrar me destroem. As lágrimas dele ao se afastar me cortam, mas eu fico ao menos aliviado quando ele entra no carro, sequer me importando com o fato de que provavelmente seu irmão de merda está na direção para sair dali em alta velocidade.

Kirishima se foi, como o maldito Primeiro queria, agora, eu quero que ele volte para o inferno de onde veio para que eu possa buscar o meu namorado e explicar tudo.

Quando entro em casa novamente, não faço nem questão de fechar a porta, pois é por ela que eu vou chutar esse filho da puta para longe da minha vida. Olho na direção da poltrona, pronto para agarrá-lo com toda a fúria que reuni para protagonizar um dos piores momentos desse dia, no entanto, arregalo os olhos ao não o encontrar ali e em lugar algum da sala de estar.

Corro imediatamente para o quarto de Kyoko, sentindo meu coração palpitar mais forte ao vê-lo sentado na ponta da cama, debruçando-se sobre a menina com uma expressão pensativa e falsamente amigável.

— Oh, acho que ela não está muito bem... — ele comenta ao assistir Kyoko ofegar e se engasgar com a própria saliva, impedindo-me de chegar perto quando ergue o punho acima do peito dela, como se pretendesse esmagá-la no primeiro movimento que eu faça — Sabe, eu acho que ela se parece com alguém que eu conheço...

Tensiono e respiro fundo ao analisar a situação previamente, Kyoko está piorando, é nítido, seu olhar perdido para o teto mostra que ela tenta resistir e se manter sã, mas as palavras murmuradas não passam de um delírio.

Um que não é só dela.

E-Ele me odeia...

A expressão nojenta daquele loiro transita entre diversos sentimentos distintos, mas se mantém por mais tempo na admiração, ousando pousar a mão um pouco acima do rosto dela. Não espero por mais algum indício de que ele vá realmente fazer algo com Kyoko bem na minha frente, não hesito em agir e jogar seu corpo para longe da cama, mesmo que me arrependa ao notar que por pouco não atingi a própria garota no processo.

Ela mal se abala com o embate próximo, ofegando e murmurando coisas sem sentido, uma catarse de falas que provavelmente dizem muito a respeito do quanto eu pude destruir Eijirou com tão pouco.

— Uau, como você é agressivo... Pensei que fosse um herói — A resposta chula só levanta ainda mais suspeitas sobre o estado mental distorcido desse cara, mas sua ação em seguida é realmente inesperada a ponto de parecer uma brincadeira. — Bom, eu me diverti por enquanto, vou marcar meu embate com o Segundo para outro dia, você até que é convincente para um herói número cinco.

O loiro se levanta e anda em direção à parede, olhando-me por instantes para dizer uma última coisa antes de ultrapassar a superfície para ir embora:

— Até a próxima, Ground Zero. Eu tenho certeza de que o verei outra vez.

O silêncio depois da saída dramática dura pouco, pois logo Kyoko está se virando para vomitar ao lado da cama, tentando a todo custo se erguer mesmo que não consiga sequer respirar.

— Eu sempre e-estrago... tudo seu, né...?

Não sei dizer o quão ruim isso pode ser vindo de Kyoko ou de Kirishima, não importa. Essa sensação de pânico percorrendo minhas veias não combina comigo, mas sou incapaz de controlá-la quando me aproximo da menina para pegá-la no colo e levar para a sala. Eu não sei nem por que a trouxe comigo, se mal tenho algum veículo para ir ao hospital.

Redheaded Mercenary 2 || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora