33. O amor da minha vida.

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Meus pés doíam de tanto que andamos naquele imenso parque. Eu me sentia feliz por ter um dia incrível, depois de um dia terrível.

Naquele momento, eu estava ao lado do meu amor, enquanto analisavamos as fotos que eu entregaria ao meu chefe amanhã.

Não era certo que ele trabalharia comigo, pois havia muitos fotógrafos na empresa e os dias estavam corridos por conta do desfile que já era essa semana, mas não custava tentar, não é mesmo?

A empresa era conhecida por sua qualidade e agilidez. Então eu tinha a certeza de que Luke seria o próximo fotógrafo o mais rápido possível.

Só precisávamos das fotos.

— Não gostei muito da luz. — Beberiquei o meu chá de camomila enquanto ele passava a próxima foto. — Não gostei do contraste.

— Nossa, como você é exigente! — Ele me encarou com um bico no rosto. — E como consegue beber esse negócio horrível? Tem gosto de mato. — Uma careta surgiu, me causando uma gargalhada.

— Esse mato aqui... — Mostrei a caneca para ele. — É saudável.

— Não deixa de ser ruim. — Deu de ombros, ajustando a imagem.

— Gostei dessa, ficou muito boa. — Me aproximei da tela, encantada com a imagem.

Nessa foto, eu e Luke estávamos sorrindo encarando um ao outro de maneira apaixonada. O foto estava perfeitamente iluminada pela luz solar, as plantas e as flores estavam decorando o nosso derredor, enquanto meu vestido balançava com o vento.

A foto perfeita com a pessoa perfeita.

— Você acha que o amor ajudou? — Arqueou uma sobrancelha com um sorriso de canto. — Porque essa foto está tão linda.

— Com certeza o amor ajudou. — Encostei a ponta do meu nariz em seu pescoço, sorrindo ao perceber ele se afastar por conta das cócegas. — Você é ótimo nisso. Está de parabéns. — Ele sorriu de maneira boba e encostou seus lábios nos meus, em um beijo rápido.

— Essa com certeza vai para a empresa.

— E também vai para a parede. — Sorri para ele, e apontei para a parede onde tinha uma moldura de quadro vazia. — Vai ficar ótima ali.

— Estou totalmente de acordo. — Ele voltou seu olhar para o computador, aonde passavam as fotos. — Eu gostei dessa aqui também. — A foto mostrava eu com uma das mãos estendida para o céu, como se tentasse alcançar as nuvens. Meu rosto se voltava para o alto, enquanto um sorriso enorme se destacava em meu rosto.

— Uau. — Encarei a foto mais de perto. — Você conseguiu me deixar linda.

— Meu amor, você Já é perfeita. — O menino me encarou com uma cara feia, na tentativa de me repreender.

Eu apenas ri, tomando mais um longo gole do chá. Estava tão quentinho, que eu sentia até um sono chegando.

— Amor, posso te fazer uma pergunta? — Luke me encarou curioso. — Por que escolheu fazer psicologia e trabalhar com moda? Não deveria trabalhar com algo que te incentivasse e te ensinasse cada vez mais sobre psicologia?

— Na verdade eu não trabalho com moda. Eu trabalho como secretária. — Colequei a xícara de chá em cima da mesa de centro, assim que percebi que havia acabado. — O dever de uma secretária é colocar tudo em ordem. Seja em papelada, seja as encomendas ou até mesmo funcionários. Uma secretária resolve problemas nos quais são estressantes e podem prejudicar a sua saúde. Não vejo tanta diferença entre uma secretária e um psicólogo.

— Seja mais específica. — Ele colocou o computador no canto do sofá e se virou para me ouvir.

— O que eu quero dizer é, assim como o secretário, o psicólogo tem o dever de garantir a organização. A única diferença é que ele organiza a mente humana, enquanto o secretário organiza coisa concretas. — Eu gesticulava com as mãos, enquanto ele mantinha um sorriso no rosto. — O psicólogo tem o dever de ajudar e aconselhar mesmo nas piores situações possíveis. E mesmo que ele seja extremamente profissional, isso pode prejudicar de alguma forma a saúde mental deles, assim como um secretário fica quando está lotado de serviços. Mas mesmo assim, continuam sendo profissionais. Ou seja, por mais que o serviço seja completamente diferente, as sensações e sentimentos não mudam muito.

— Eu já disse o quanto você fica linda quando explica as coisas gesticulando desse jeito? — Ele declarou com sua cabeça encostada no sofá. — Você fica perfeita. — Eu empurrei o ombro dele com um sorriso bobo ainda nos lábios.

Por um momento, um silêncio se instalou na sala. Luke me olhava de maneira profunda, como se naquele momento, eu fosse a última pessoa que restava no mundo. Ele só tinha olhos para mim. Era apenas eu, somente eu e para sempre eu.

— Você é capaz de causar coisas em mim também, sabia? Não pense que não é. — Ele murmurou enquanto seus olhos encaravam minha boca. — As vezes minhas pernas tremem e minhas mãos soam mais que o normal quando você apenas se aproxima.

— Não sabia que suas mãos poderiam suar mais do que já soam. — Arqueei uma sobrancelha, com um sorriso atrevido.

— Quer apostar? — Ele ergueu as mãos ao lado do rosto. — Olha de perto.

Me aproximei de Luke, com os olhos cerrados nas mãos que brilhavam de tanto suor. Luke em um ato rápido, levou uma das mãos em minha cintura, e me puxou para o seu colo.

— Eita, como você veio parar aqui? — Sorriu, brincalhão e juntou seus lábios aos meus em um beijo carinhoso.

A sensação de beijar o Luke era sempre a mesma. Um pouco doce e suave com uma pitada de toques e amassos. Seus lábios eram tão macios que eu poderia ficar horas e horas tocando sem cansar.

Ele continuou a me beijar de maneira mais rápida dessa vez. Uma de suas mãos envolviam minha cintura enquanto a outra não soltava o meu pescoço. O menino me colocou sobre o sofá colocando-se em cima de mim.

Ele parou e analisou a situação com um sorriso.

— Está vendo? Você tem o total controle sobre mim. Quando estou perto de você, sinto vontade de formar até uma família.

— Essa frase não se encaixou tão bem com o momento. — Soltei uma risada, o fazendo ri descontroladamente também.

— Eu amo você. — Ele encostou um polegar em minha bochecha, enquanto eu ainda tentava recuperar o fôlego. — Eu amo muito você. — Ele se aproximou de mim e depositou pequenos beijos em meu pescoço. — Eu amo tanto você, que não tenho dúvidas de que é o amor da minha vida.

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